Graças ao desafio lançado por Charlotte, do http://bomba-inteligente.blogspot.com/para que elegesse 5 livros. Cá vai a lista, sem ordem de preferência.
O Último Justo, Andre Schwartz-Bart, tradução de Fernando Moreira Ferreira e António Ramos Rosa, Europa-América, 1960 (reeditado em 2003)
Título antigo – comprei-o recentemente em Cascais nos saldos de rua da Livraria Galileu. Indispensável para quem queira entender a história do povo judeu. E, por favor, esqueçam as lamechices de Elie Wiesel…
A Vingança de Gaia, James Lovelock, Gradiva, 2007
Esclarecedor, polémico e assustador. A ecologia em versão politicamente MUITO incorrecta num livro que acaba a mandar-nos para o Norte da Europa. Onde a salvação da espécie talvez ainda seja possível
How Mumbo-Jumbo Conquered the World: A Short History of Modern Delusions, Francis Wheen, Harper Perennial, 2004
Há uma tradução brasileira na Record e a Bertrand publicou em 2003, do mesmo autor, Karl Marx: Biografia, com tradução de José Luís Luna. Hilariante, Mumbo-Jumbo desafia a inteligência do leitor e devia ser lido por todos os que têm o coração à esquerda. Talvez lhes melhorasse a máquina.
Viagens no Tempo no Universo de Einstein, J. Richard Gott, Quasi, 2007
Um delírio. Uma vertigem. Houve alturas que precisei de um papel e de um lápis. Outras alturas desisti da viagem. Outras houve em que cheguei lá com a ajuda de uma aspirina.
Salammbô, Gustav Flaubert, tradução e notas de Pedro Tamen, Relógio D’Água, 2007
Porque adoro Flaubert. Porque adoro Pedro Tamen. E porque há livros obrigatórios para quem quiser entrar no clube dos «leitores inteligentes» de que fala com justiça Enrique Vila-Matas. Sem pretensões. Porque nunca entraria em nenhum que me aceitasse como sócia.
O Último Justo, Andre Schwartz-Bart, tradução de Fernando Moreira Ferreira e António Ramos Rosa, Europa-América, 1960 (reeditado em 2003)
Título antigo – comprei-o recentemente em Cascais nos saldos de rua da Livraria Galileu. Indispensável para quem queira entender a história do povo judeu. E, por favor, esqueçam as lamechices de Elie Wiesel…
A Vingança de Gaia, James Lovelock, Gradiva, 2007
Esclarecedor, polémico e assustador. A ecologia em versão politicamente MUITO incorrecta num livro que acaba a mandar-nos para o Norte da Europa. Onde a salvação da espécie talvez ainda seja possível
How Mumbo-Jumbo Conquered the World: A Short History of Modern Delusions, Francis Wheen, Harper Perennial, 2004
Há uma tradução brasileira na Record e a Bertrand publicou em 2003, do mesmo autor, Karl Marx: Biografia, com tradução de José Luís Luna. Hilariante, Mumbo-Jumbo desafia a inteligência do leitor e devia ser lido por todos os que têm o coração à esquerda. Talvez lhes melhorasse a máquina.
Viagens no Tempo no Universo de Einstein, J. Richard Gott, Quasi, 2007
Um delírio. Uma vertigem. Houve alturas que precisei de um papel e de um lápis. Outras alturas desisti da viagem. Outras houve em que cheguei lá com a ajuda de uma aspirina.
Salammbô, Gustav Flaubert, tradução e notas de Pedro Tamen, Relógio D’Água, 2007
Porque adoro Flaubert. Porque adoro Pedro Tamen. E porque há livros obrigatórios para quem quiser entrar no clube dos «leitores inteligentes» de que fala com justiça Enrique Vila-Matas. Sem pretensões. Porque nunca entraria em nenhum que me aceitasse como sócia.
5 comentários:
Caríssima,
o problema do livro A Vingança de Gaia é que se baseia em algo mais que é MUITO incorrecto, que é a base científica da teoria de Gaia, da autoria do próprio Lovelock. A teoria de Gaia, mesmo após diversas revisões, não sobrevive ao método científico. A insistência de Lovelock numa teoria que não consegue provar, está a empurrar o seu trabalho para o domínio da pseudociência.
Já agora, dentro do mesmo tema aproveito para aconselhar dois trabalhos de grande qualidade:
- Pour un Pacte Ecologique, de Nicolas Hulot
http://www.amazon.fr/Pour-pacte-%C3%A9cologique-Nicolas-Hulot/dp/2702137423
- Vu du Ciel, de Yann Arthus-Bertrand (DVD)
http://programmes.france2.fr/vu-du-ciel/accueil.htm
Rui, Importa-se de explicar melhor «a teoria de Gaia não sobrevive ao método científico».
Porque é uma afirmação muito radical, não acha?
A hipótese Gaia considera que o planeta Terra na sua globalidade funcione como um único ser vivo. Ora, o Lovelock nunca conseguiu demonstrar essa hipótese. Não conseguiu apresentar qualquer evidência científica do que propunha. A sua teoria foi amplamente criticada e rejeitada pela comunidade científica por falta de fundamentação. Daí o título deste livro incluir a palavra vingança. Não é só a vingança do planeta em relação às más práticas humanas, mas também a vingança de Lovelock que está convencido que o aquecimento global lhe veio dar razão. O aquecimento global é um problema real, mas não é produto do ser vivo Gaia... Infelizmente, caso assim fosse tudo poderia ser mais simples.
Rui, em primeiro lugar, deixe-me recordar-lhe que os seres vivos não são nada simples, aliás, são do mais complexo que há. Em segundo lugar, lembro que Lovelock não é nenhum guru obscuro dado à New Age, é um homem de ciência. A ideia de Gaia como organismo vivo foi usada por ele como metáfora: nunca afirmou que a Terra pensasse, tivesse fúrias, manias ou etc. O que a Teoria de Gaia define é que o nosso planeta é um «sistema auto-regulador constituído pela totalidade dos organismos, a superfície rochosa, o oceano e a atmosfera, estreitamente ligados como um sistema em evolução», tendo como objectivo «a regulação das condições de superfície de modo a serem favoráveis, tanto quanto possível, à vida contemporânea». A definição que faz hoje o consenso da comunidade científica diz: «O sistema Terra comporta-se como um sistema simples, auto-regulador, constituído por componentes físicas, químicas, biológicas e humanas. As interacções e respostas entre as partes são complexas e exibem uma variabilidade temporal e espacial de escala múltipla». Não é isto tremendamente parecido com o que diz Lovelock?
Ana,
é exactamente a questão da auto-regulação que o Lovelock não consegue fundamentar (isto deixando de lado as versões anteriores da Gaia que eram muito ingénuas). O Richard Dawkins explica bem essa extrema improbabilidade da teoria Gaia, dado que a evolução das espécies seria obrigada a obedecer a uma espécie de consciência global, em vez de adaptação ao meio imediato em que se encontra. Basta pensar nos exemplos do desenvolvimento de parasitas mais resistentes na agricultura com pesticidas ou na formação de bactérias mais resistentes na nossa flora bocal quando tomamos anti-bióticos. Que relação têm essas adaptações com a auto-regulação? Nenhuma!
A definição que transcreves refere igualmente a auto-regulação, que não só não faz o consenso da comunidade científica, como é uma definição muito semelhante à da teoria Gaia, logo não é sequer científica.
Os maiores peritos em evolução planetária da ESA e da NASA trabalham em modelos completamente diferentes, modelos esses verificados pela observação dos sucessivos corpos que são descobertos. Nesses modelos existem estados de equilíbrio para os planetas (dependem da órbita, da fase da vida da estrela, dos planetas massivos na proximidade, etc.). Um planeta em estado de equilíbrio é diferente de um planeta que se auto-regula. Se o nosso Sol por alguma razão ficar muito mais activo, a Terra não tem capacidade para se auto-regular (não volta ao estado inicial como na teoria Gaia), o que acontece é que a Terra atingirá um novo equilíbrio, diferente daquele em que se encontrava (que pode não ser favorável à vida). Mini-fenómenos destes já aconteceram muitas vezes na história da Terra desde que há vida. E aconteceram em larga escala antes de existir vida.
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