30/06/22
PORTUGAL É UM MANICÓMIO E NÃO SE PODE APANHAR AMEIXAS NEM FAZER A SESTA
Estando a saga das ameixas longe do seu fim, desci novamente ao quintal. Fui e voltei e depois fiz a sesta. Sonhei com camionetas. Acordei. Seguimos sin furgonetas — nada de novo — mas também afinal com ministro.
Moral da história: Pedro Nuno Santos não é uma nêspera.
«Pedro Nuno Santos não se demitiu nem foi demitido pelo primeiro-ministro.»
PORTUGAL É UM MANICÓMIO E NÃO SE PODE IR APANHAR AMEIXAS
Uma pessoa dirige-se ao quintal para apanhar as ameixas que o vento insiste em colher da árvore sem ninguém lhe ter pedido nada. Quando desce para o quintal leva no coração dois novos aeroportos. O tempo de regressar com as ameixas e não só já não há aeroportos, mas também parece já não haver ministro.
«Se Pedro Nuno Santos não se demitir será demitido pelo primeiro-ministro, soube o Público»
29/06/22
ESTÁ TUDO A CORRER TÃO BEM: «Grã-Bretanha pode parar de fornecer gás à Europa continental se a crise do gás russo se intensificar»
A notícia vem no Financial Times e no Guardian.
Pessoalmente, aconselho antes a leitura do «Cândido ou o Optimismo» de Voltaire.
PORTANTO, QUANDO VIEREM COM A CONVERSA DA TRETA DO BEM CONTRA O MAL PODEM IR DAR MISSA PARA OUTRO LADO
A traição aos curdos não é, evidentemente, de hoje. Hoje apenas o fazem descaradamente, invocando o Bem maior, sem precisarem sequer de esconder o cinismo, tudo anestesiado pelo belicismo galopante.
GUERRA NA UCRÂNIA: O HOMEM PENSA, DEUS RI
A ironia maior disto tudo — uma ironia trágica, claro — é que até agora, nesta luta pela democracia — dizem eles — só os ditadores têm sido beneficiados. Continuem! Em frente é o caminho e no fim do caminho é o abismo.
TURQUIA: E ALÉM DE PODEREM CONTINUAR A LIXAR OS CURDOS, TAMBÉM LHE LEVANTARAM O EMBARGO ÀS ARMAS
Como não amar a política?
CURDOS: DA REALPOLITIK À PORCA DA POLÍTICA
ALICE, LIZ, O MESMO COMBATE OU DA UTILIDADE DA LITERATURA EM TEMPO DE GUERRA
Estava a ler as declarações de Liz Truss, a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, sobre negociações de paz — «We have to defeat Russia first» — e aquilo soava-me familiar. Depois lembrei-me.
Era a Rainha de Copas da Alice do Lewis Carroll: «Sentença primeiro! Veredicto depois!»
Como sempre digo, está tudo na literatura.
CURDOS, JUDEUS: WHO CARES?
Tanta gente indignadíssima com o pacto que Staline fez com Hitler (esses russos nunca foram de confiança!) entregando metade dos polacos e dos judeus polacos aos nazis — os judeus foram logo de carrinho para Auschwitz, perdão, de comboio — mas tudo caladinho com a venda dos curdos à Turquia.
Siga!
28/06/22
NÃO HÁ VOMIDRINE QUE AGUENTE ISTO: A EUROPA E OS ESTADOS UNIDOS ACABAM DE VENDER OS CURDOS A ERDOGAN
E assim se paga a valentia daqueles de fizeram recuar o Estado Islâmico! Entregando-os a Erdogan, esse democrata impoluto que ainda há dias propôs o regresso da pena de morte na Turquia.
Quando isto tudo acabar, o mundo estará entregue a bandidos e a culpa será nossa. Escusam de culpar os russos e de vir criticar o Trump que já tinha traído os curdos!
O FINAL DE UM LIVRO É PRECIOSO: «Guerre», Louis- Ferdinand Céline
«
A LITERATURA DA TRETA E O ESTADO DO MUNDO
Pensar que as xaropadas que se publicam há anos sob o item Literatura — palavrosas, fúteis, inúteis, sempre cheias de boas intenções, empenhadas na formação moral de leitores cuja idade intelectual estagnou na primeira adolescência, algures entre a literatura para fazer chorar costureirinhas e uma espécie de neo-realismo requentado onde os pobres e oprimidos de antanho deram lugar a personagens que logo pela manhã problematizam a maldade universal — não têm nada a ver com o actual estado de coisas, é um erro crasso.
Havia de chegar o dia em as Lídias, os Valteres, as Patrícias e os Osórios deste mundo nos fariam pagar o preço.
GUERRA NA UCRÂNIA: NÃO ACREDITO QUE SEJA A ÚNICA PESSOA BURRA
Na reacção à invasão da Ucrânia pela Rússia, uma das acções mais mediáticas da União Europeia, a que se deve acrescentar a Grã-Bretanha e países fronteiriços com o invasor, foi vir publicamente anunciar que as importações da energia russa iriam ser revistas e tendencialmente anuladas.
Putin, naturalmente, porque lá por ser o invasor não é estúpido — e uma das coisas mais desaconselhas na guerra (e, já agora, na vida) é menosprezar a inteligência do inimigo — foi-se antecipando à ameaça e vem paulatinamente fechando a torneira.
Temos agora o pânico instalado, acrescido pela proximidade do Inverno, do lado de cá. (E não se trata apenas do consumo doméstico, trata-se de indústrias a falir, dos preços se tornarem proibitivos e do desemprego rebentar pelas costuras...)
Ameaça de apagões?! Então! No era isso que queriam...?
Mas afinal onde é que esta gente fez o Doutoramento em Estratégia? Numa Escola Superior de Educação? Porra para isto.
27/06/22
COISAS QUE (ME) DÃO VONTADE DE RIR, MAS TALVEZ SEJA DO NERVOSO DADO O RESTO
O mundo de pantanas e deparar com uma notícia com este título: «Médicos vão poder continuar a passar receitas à mão, diz Ministério da Saúde».
SENDO EU, EM MATÉRIA DE FINANÇAS, PIOR DO QUE O MENINO JESUS DO PESSOA, ALGUÉM QUE ME ESCLAREÇA, MAS DEVAGARINHO...
A Rússia entrou em incumprimento porque:
A: Faliu
B: Não faliu, mas não quer pagar
C: Quer pagar, mas as sanções não permitem
D: Outros
É que leio que o incumprimento será meramente simbólico e não fará grande mossa a Putin. E não, calma!, não li isso em nenhum órgão de informação putinista.
26/06/22
MELILLA: QUANDO A GUERRA SE INSTALAR DEVIDO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS IREMOS PERCEBER QUE NÃO HÁ FRONTEIRA QUE NOS VALHA
O número actualizado aponta para 30 mortos no assalto de cerca de duas mil pessoas à fronteira que separa Marrocos da cidade espanhola do Norte de África, Melilla.
Com as relações entre os dois países numa fase amigável, após o governo espanhol ter decidido apoiar a perspectiva de Marrocos sobre o conflito no Sáara Ocidental (que já valeu a suspensão, por parte da Argélia, do tratado de amizade assinado entre Madrid e Argel), Sanchéz elogiou o desempenho das forças policiais marroquinas.
O jornal El País faz reportagem sobre o que sucedeu no local: «Los testigos del asalto a la valla de Melilla: "Todo era sangre, piel desgarrada, pies rotos, manos rotas..."»
PORQUE ISTO ESTÁ TUDO LIGADO, É ABSOLUTAMENTE DEPRIMENTE PENSAR QUE A DEFESA DA DEMOCRACIA ESTÁ ENTREGUE A TIPOS COMO BORIS JOHNSON
Aspiração delirante de Boris Johnson a um terceiro mandato
«Prime minister under fire after insisting he will not change his behaviour in office
GUERRA NA UCRÂNIA: POIS LÁ ESTÁ, SE NA HISTÓRIA BASTASSE TER RAZÃO, OS ÍNDIOS NÃO TERIAM SIDO DIZIMADOS
«One of the most frustrating aspects of America’s Ukraine debate is its degree of self-deception about global unity. The assumption is false.
Vladimir Putin is hated and feared by most of the west, just as Volodymyr Zelenskyy is lionised. But the west has not been joined by most of the rest. When Indonesia hosts the G20 summit in November, Putin will be there in spite of Washington’s demand that Russia be expelled. Only four out of 55 African leaders attended Zelenskyy’s virtual address to the African Union, which had finally agreed he could speak to them after 10 weeks of asking. Not every summit is a western movie festival, where Zelenskyy has become a staple. And not everyone shares the US foreign policy establishment’s view that Putin is waging an existential war on democracy. I do not need convincing of the dark consequences of Putin’s late imperial agenda, nor of the necessity that he fails. But I’m not an Indian diplomat, an African consumer, or a Latin American energy importer. The west is not the world, and the world is not the west. It is astonishing such a truism has to be emphasised.
Here is rule number one of my unwritten primer on global diplomacy: Avoid navel-gazing. Good diplomacy sees things from other points of view and takes them into consideration. I fear that the US and the west in general are missing a big underlying reality in the global reaction to Putin’s barbarism: the Ukraine war is boosting demand for a multipolar world, which is very different to what we have been telling ourselves.
Most of the non-west craves strategic autonomy. They may be upset by the images from Bucha and Mariupol, just as we are troubled by footage of ethnic cleansing in Myanmar or bombed out cities in Syria. That doesn’t mean they will suspend their interests to stop it from happening, any more than we do when others cry out for help. To much of the world, Ukraine is just another humanitarian tragedy. The fact that the west sees it as existential is an irritation. Africans and Arabs and Latin Americans know that when there is a clash between US ideals and interests, the latter generally win. We should be wary of judging those who make similar trade-offs.
The world feels the Ukraine war primarily in two ways — higher food and energy prices. Following a pandemic in which emerging market growth collapsed and in which their debt to GDP ratios soared, inflation in basic staples is the last thing they need. If you add in rising US interest rates, we have the makings of the next emerging market payments crisis and rising political instability. We cannot blame countries such as India and Brazil for buying discounted Russian oil. Nor should we be surprised that there are plenty of takers for Russian grain. The fact that Putin is both blocking Ukrainian grain exports, and stealing what he can get his hands on, is a brutal reflection on Moscow’s ethics. But it does not alter others’ calculation. Hard economics trumps gauzy moralism. Joe Biden, after all, is about to travel to Saudi Arabia to press it for more oil production. This rips up two supposedly core tenets of Biden administration — reducing fossil fuels and shunning pariah autocracies.
The west’s speedy decoupling from Russia is bumping up against geopolitical limits. Countries such as China and India are helping create alternative payments systems and transportation routes for Russian commodities. They are also blocking western attempts to eject Russia from the multilateral system. The west’s best response to this would be to provide the kind of largesse to emerging markets on which China has long since taken the lead. Washington ought to spearhead efforts to boost global food security, arrange emerging market debt restructurings, and license Covid vaccine production (or better still, suspend patents) around the world. If we want the rest to follow us against Russia we must pay attention to what they want. Telling ourselves repeatedly that we are in a war of light versus darkness in which there is no middle ground is not a diplomatic strategy. (...)»
GUERRA NA UCRÂNIA: ATÉ QUANDO A CARNIFICINA?
OITENTA POR CENTO dos militares ucranianos que combateram em Severodonetsk foram mortos ou feridos.
A revelação foi feita pelo Comandante de uma unidade de combate ucraniana que sublinhou ainda que as vítimas são soldados profissionais que terão de ser substituídos por militares mais jovens e sem experiência.
As forças ucranianas retiraram de Severodonetsk, totalmente destruída e agora na mãos das tropas russas.
Entretanto, registaram-se hoje, primeiro dia da Cimeira do G7 na Alemanha, novas explosões em Kiev.
(Informações recolhidas nos sites RTP Notícias e Sky News)
25/06/22
GUERRA NA UCRÂNIA, PUTIN E A FOME EM ÁFRICA: A SENHORA URSULA TEM DE SAIR MAIS DE CASA
Requested several times by the Ukrainian presidency since April and pushed back just as many times by the AU, the effort behind the organization of the simple video message illustrates the tense relationships between Mr. Zelensky and the leaders of the continent: While the first is trying to rally Africa to its cause in fighting against the Russian invader, the second is sticking to a neutral position, with unclear parameters.
For Mr. Zelensky, it was a matter of defending his version of the conflict and responsibilities in the food crisis suffered by the continent. "Africa is the hostage of those who started the war against our state," he said, referring to Moscow. The "unfair" level of food prices "caused by the Russian war is painfully felt on all continents," he said.
He also launched a charm offensive. After recalling Ukraine's contribution to peacekeeping missions in Africa and the commercial ties that unite it with the continent, the president announced the upcoming appointment of a special envoy for Africa and proposed the organization of a "major Ukrainian-African political and economic conference."
'Unrealistic projects'
However, Mr. Zelensky's 10-minute message generated little interest on the African side. "They're unrealistic projects that didn't have any major impact here," said an African diplomat who listened to the speech. Only four heads of state followed it live. At the same time, seven leaders were meeting in Nairobi, Kenya, to discuss security issues in the Great Lakes region.
Organizing this speech was a symbolic way for the AU to recalibrate its communication, which until then had been mainly directed at Russia. At the beginning of June, the AU's current chairperson and Senegal president, Macky Sall, and the chairperson of the AU Commission, Moussa Faki, traveled to Sochi to meet Vladimir Putin where Mr. Sall criticized the Western sanctions against Russia.
Mr. Zelensky's attempt to rally the continent to the Ukrainian cause is almost futile, as revealed by several diplomatic sources within the AU. "I don't know what exactly he expects from us, but our priority remains the supply of grain and fertilizer," said an East African diplomat. During a recent visit to Paris, Mr. Sall hammered home the message: "We're not really into the debate of who is right and who is wrong. We just want access to grain and fertilizer," he said in an interview with Le Monde.
Almost half of the African countries depend on wheat imports from Russia and Ukraine. 14 of them even receive more than half of their wheat from these two countries. In addition, fertilizer is also in short supply as both the rainy and the sowing seasons have begun.
'False naivety'
Within this context, the AU president is asking Ukraine to clear the strategic port of Odesa of mines to allow the loading of cargo ships, claiming to have received guarantees of non-aggression from Mr. Putin. "About Odesa, Mr. Sall is showing blatant false naivety," said Paul-Simon Handy, a researcher at the Institute for Security Studies. "He's taking Mr. Putin's words at face value."
In case of demining, Kyiv fears a Russian invasion through the Black Sea. In his video, Mr. Zelensky presented the cargo solution, recalling that "the food crisis started on February 24, when the Russian fleet blocked Ukrainian ports." "No real mechanism has yet been implemented to ensure that Russia doesn't attack the ports again," he stressed.
In concluding his speech, the leader tried to play on the AU's anti-imperialist stance. "Russia is trying to conquer our land, to turn Ukraine into a Russian colony," he said. Without much success. As the continent's leaders in this crisis, Mr. Sall and Mr. Faki are walking a tightrope, forced to maintain an ambiguous position that will please both Moscow's African supporters and neutral parties. Senegal president welcomed on Monday on Twitter Mr. Zelensky's "friendly address," reaffirming that "Africa remains committed to the respect of the rules of international law, the peaceful resolution of conflicts and the freedom of trade."»
A DEMOCRACIA AO VIRAR DA ESQUINA, PERDÃO, DA GUERRA
Todos os dias vamos dando conta de como a democracia se anda a reforçar no mundo. E depois da guerra, então, segundo nos garantem, vai ser um fartote!
GUERRA NA UCRÂNIA: OS RUSSOS TOMARAM SEVERODONETSK
Um responsável do Pentágono afirmou que os russos conseguem apenas avançar centímetro a centímetro e que pagaram um preço elevado por este pequeno ganho.
Entretanto, para ajudar à festa, no Mar Negro, foram encontrados mortos mais de 3 mil golfinhos em resultado da guerra. Viva o Planeta Verde! Viva a Biodiversidade!
BRICS NÃO SERÁ UM NOME GLAMOUROSO MAS SEMPRE REÚNE GENTE PARA CARAMBA!
Países que representam das maiores economias do mundo e que reúnem quase metade da humanidade. Eu que sou menos do que o Romeiro, tenho para mim que talvez fosse bom descentrar e olhar para isto que será uma pálida amostra do que aí vem.
24/06/22
GUERRA NA UCRÂNIA E O FORNECIMENTO ENERGÉTICO: O CAMINHO PARA O DESASTRE
Ao contrário da Senhora Ursula que há umas semanas garantia a um canal norte-americano de televisão que a guerra na Ucrânia nos ia tornar mais verdes, o ministro alemão da Economia dispensou esta sexta-feira os cenários cor-de-rosa.
É aproveitar o Verão!
O DIREITO AO ABORTO E A DECISÃO DO SUPREMO NORTE-AMERICANO
Aproveito para relembrar que na Polónia é muito pior, com a proibição a estender-se mesmo a casos de malformação do feto (a lei aplica-se, naturalmente, também às refugiadas ucranianas). Mas, entretanto, como se sabe, valores mais altos se levantaram e a Polónia passou a ser um exemplo para o mundo.
LEMBRAR JEAN JAURÈS NESTES TEMPOS DE TANTO CORAJOSO IMPOLUTO
«Le courage, c'est d'aimer la vie et de regarder la mort d'un regard tranquille; c'est d'aller à l'idéal et de comprendre le réel»
Amar a vida e compreender a realidade. Sem isso, não é coragem, é flatulência verbal.
23/06/22
LEMBRETE
População China: 1 455 004 927 + armas nucleares
População Índia: 1 416 500 194 + armas nucleares
População Brasil: 216 617 250
População Federação Russa: 146 051 752 + armas nucleares
População África do Sul: 60 527 104
TOTAL: 3 294 701 227
População mundial: 7 953 642 247
NAPOLEÃO BONAPARTE, MARK TWAIN: WHO CARES?
Ao contrário da piada que Napoleão teria dirigido ao seu ministro Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord — «vous n’êtes que de la merde dans un bas de soie» (não passais de um merdas em meias de seda) — parece que a frase que reproduzo é legitimamente atribuída ao imperador francês. Poderia, contudo, perfeitamente ter sido dita por Mark Twain. E o que conta é que está certa.
«Em política, a estupidez não é um handicap.»
LOUVOR E SIMPLIFICAÇÃO: AS SANÇÕES ENERGÉTICAS EXPLICADAS ÀS CRIANCINHAS
A boicota as importações a partir de B
B deixa de vender a A e exporta para C
A importa (pagando mais caro) de C que comprou a B
BRICS: XI JINPING, VLADIMIR PUTIN E NARENDRA MODI ENTRAM NUM BAR...
Ou seja, os representantes de três países (China, Rússia e Índia) cujas populações somam apenas um bocadinho menos da metade do mundo.
21/06/22
HOJE É SÓ RIR OU A URSULA A DIZER (MAIS) COISAS
Bom, na casa dela talvez baste reduzir o ar-condicionado e o aquecimento dois graus. E pensando bem, em Portugal também: ar condicionado não temos e quanto ao aquecimento é matar mais uns velhinhos de frio no Inverno!
Esta gente não se manca?!
ENTRETANTO, NO MALI: MAIS DE 130 CIVIS MASSACRADOS EM NOME DE MAOMÉ
Os massacres, que decorreram no final da semana passada, terão sido levados a cabo pela Frente de Libertação do Macina (também conhecido simplesmente por Katiba Macina), um grupo radical islâmico filiado na Al-Qaeda.
UMA NOVA GUERRA MUNDIAL COM RASTILHO NA LITUÂNIA?
A decisão da Lituânia, membro da NATO, de não deixar passar mercadorias por via férrea para o enclave russo de Kaliningrado e a consequente ameaça de retaliação por parte da Rússia estão a deixar o pessoal que manda nisto tudo muito nervoso.
Esperemos que tomem todos Xanax antes de darem o próximo passo.
E claro que há também a considerar o facto de a realidade ter o hábito de nos pregar valentes sustos nas esquinas mais improváveis...
Moscow, although asserted that it "reserves the right to act to protect its national interests."»
GUERRA NA UCRÂNIA: DESNAZIFICAÇÂO VERSUS DESRUSSIFICAÇÃO - A ESCOLHA É SUA!
Putin usou o pretexto da desnazificação para invadir a Ucrânia.
Zelensky recorre à desrussificação para proibir a cultura russa no país.
Com tanta actualização do vocabulário, só pode estar tudo bem encaminhado [e sim, estou a par de quem invadiu quem...]
20/06/22
AFIRMAÇÕES CORAJOSAS SOBRE A UCRÂNIA NO MEIO DA HIPNOSE COLECTIVA
«L’Europe s’est bâtie sur la victoire sur le nazisme, une Ukraine qui continue à glorifier et à donner comme modèles à sa jeunesse des nationalistes ukrainiens ayant collaboré avec les nazis et massacré des dizaines de milliers de famille juive n’a rien à faire dans l’Union europ.»
«Si l’Ukraine désire rejoindre l’union européenne , le gouvernement ukrainien devra débaptiser toutes ces avenues et stades au nom de nationalistes ukrainiens ayant collaboré avec les nazis et massacré des dizaines de milliers de familles juives: Bandera, Choukheyvitch etc….»
«C’est comme si l’Allemagne avaient des avenues Hermann Goring ou des stades Himmler. l’Ukraine a toute sa place dans l’UE mais pas avec la vision de l’histoire de certains. il y a les valeurs morales de l’UE…»
Arno Klarsfeld [advogado da Associação Fils et filles de déportés juifs de France] no Twitter
GUERRA NA UCRÂNIA: AINDA ESTARÁ PARA CHEGAR O INVERNO DO NOSSO DESCONTENTAMENTO - ENTRETANTO, PRAIA PARA QUEM PODE
Uns chamam-lhe guerra colonial. Outros chamam-lhe guerra imperialista. Alguns ficam-se pela guerra por território estratégico. Outros optam por guerra entre impérios decadentes. Há quem lhe chame guerra pela democracia e Putin chama-lhe "operação militar especial".
Classificações à parte, está para durar o "matadouro internacional enlouquecido". Para usar a expressão mais do que justa de Céline.
19/06/22
PROVAVELMENTE SOU SÓ EU QUE REPARO NESTAS COISAS MAS UMA URSULA É UMA URSULA É UMA URSULA
A Senhora Ursula von der Leyen, que é uma senhora que gosta de dizer coisas, veio há poucos dias escrever no Twitter, ilustrando-se com uma sorridente fotografia de si própria, que "Os ucranianos estão dispostos a morrer pela perspectiva europeia. Nós queremos que eles vivam connosco o sonho europeu". ("Ukrainians are ready to die for the European perspective. We want them to live with us the European dream.")
Não me vou pronunciar sobre aquilo a que estão dispostos os ucranianos, muito menos sobre aquilo por que estão dispostos a morrer.
Mas isto vou afirmar preto no branco: alguém que acha que as pessoas estão dispostas a morrer por uma PERSPECTIVA não passa de um imbecil burocrata.
COISAS REALMENTE IMPORTANTES E SIMPLES: CONHECIMENTO É DIFERENTE DE INFORMAÇÃO
P: Contou que vem de uma família onde ninguém tinha estudado e de uma povoação onde não havia livros, e que descobrir a escola foi um “milagre”. O milagre de que toda a criança precisa é encontrar um bom professor?
R. Para mim é uma prioridade. Muitos directores e professores têm dito que a pandemia fez compreender que o futuro do ensino é a telemática. Não, isso é uma loucura. A tecnologia é uma interrupção brutal da relação entre o professor e o aluno. A única maneira de transmitir o conhecimento é a presencial. Sem a comunidade não há transmissão de sabedoria. Leio sempre aos meus alunos uma carta maravilhosa que Camus enviou ao seu professor de Argel no dia em que lhe concederam o Prémio Nobel (…) [esse professor] mudou-lhe a vida. Nenhuma plataforma digital pode fazê-lo, só um bom professor (...) muitos professores que fazem isto em absoluto silêncio, não os conhecemos. E somente a escola pública pode garantir a eliminação das desigualdades, e hoje está a destruir-se a escola e a universidade públicas em toda Europa para aplicar as leis americanas e britânicas.
P: A formação de professores está a ser precarizada? (...)
R. A escola não dá importância ao inútil. No discurso que Boris Johnson fez, há uns meses, aos estudantes britânicos disse que deverão escolher não a área que de que gostam, mas a que lhes pode trazer algum benefício. Para mim, isto é a destruição total da educação. Por isso, a ética das profissões está a decair (…): se há médicos que exercem medicina para ganhar dinheiro, não são bons médicos porque não têm amor. Não posso vender a minha dignidade (…). Outro aspecto incrível é os alunos pensarem que têm de estudar para aprender uma profissão. Há uma poesia maravilhosa de Kavafis, Ítaca, em que ele fala com o leitor para lhe dizer que a importância da viagem de Ulisses não é chegar a Ítaca, mas a experiência da viagem. Há que fazer entender aos estudantes que o importante é a viagem que fazem com o professor e os colegas, a experiência da escola. A ideia da escola/universidade-empresa não tem sentido.
P. Neste presente cruel que mercantiliza as nossas vidas, dar prioridade a essa experiência pode acabar com a expulsão do sistema…
R. Pode ser um risco, compreendo, mas tive muitos alunos que demonstraram que quando se estuda com paixão e amor, num momento ou noutro, há sempre uma possibilidade de ganhar a vida com dignidade. Na loucura da avaliação das universidades há um parâmetro que diz que uma boa universidade é aquela que leva o estudante a ganhar muito dinheiro (…). A escola sempre formou cidadãos cultos, democráticos, solidários. Hoje a ideia é que temos de produzir “frangos de aviário” com vontade de ganhar dinheiro e que só pensam em criar empresas.
P. O senhor é um dos maiores defensores das Humanidades (...). O que pensa ao ver as mudanças nos currículos que eliminam a filosofia ou a aprendizagem de memória? (…)
R. Estamos a destruir as coisas fundamentais. Há muitos pedagogos que dizem que aprender de memória uma poesia não tem sentido. Para mim, são estúpidos. Quando aprendes uma poesia de memória, com o coração – em inglês e francês diz-se by heart e per coeur –, fica em ti. E um dia quando olhas para uma coisa, ela surge do teu interior e compreendes coisas que antes não podias. Há um testemunho incrível de Primo Levi. Aprender La divina comédia de Dante permitiu-lhe, numa noite, proporcionar um momento de felicidade aos outros judeus presos no campo de concentração. Não te podem roubar as coisas que aprendeste. É maravilhoso como metáfora da sua importância. A ideia de hoje em dia é que tens de aprender só coisas práticas, esquecendo que a ciência, para criar, também necessita de fantasia e de imaginação (…)
P. Há um paradoxo no mundo actual: graças às novas tecnologias, temos ao nosso alcance o acesso a toda a cultura que queremos, mas ao mesmo tempo estão ressurgindo as ideologias mais extremistas: nacionalismos, populismos, a extrema direita…
R. É preciso fazer uma pequena precisão a esta leitura (...) pensamos que informação significa conhecimento, mas são duas coisas diferentes. Temos mais informação, mas não conhecimento. A internet é uma mina de ouro para quem sabe; para quem não sabe é muito perigosa. Um dia fiz uma experiência com os estudantes e pesquisei Giordano Bruno numa meia centena de sítios: um delírio total (…). Sobre o conhecimento se não tenho uma autoridade não posso falar. A internet é uma armadilha enorme, foi isso que criou a gente que invadiu o Capitólio dos Estados Unidos. O “senhor com os cornos” é uma imagem da ignorância dos lideres como Trump, Bolsonaro, Le Pen, Salvini… que contam histórias mentirosas.
P. O que deve fazer um filósofo, um intelectual, num mundo como o de hoje?
R. Tem de falar contracorrente. O problema de hoje é que não temos sentido crítico. O intelectual tem de ser um herético, como o era Giordano Bruno, que diz as coisas que a sociedade não quer escutar. Desafortunadamente, nas universidades os intelectuais parece que se resignaram, não têm vontade de reagir. Creio que temos de lutar, porque cultivar a utopia é fundamental para mudar o mundo.
18/06/22
NO MEIO DE UM SILÊNCIO QUE DEVIA ENVERGONHAR TANTO CAMPEÃO DA LIBERDADE, O APLAUSO PARA O EDITORAL DO GUARDIAN SOBRE JULIAN ASSANGE
The case against Mr Assange relates to hundreds of thousands of leaked documents about the Afghanistan and Iraq wars, as well as diplomatic cables, which were made public by WikiLeaks, working with the Guardian and other media organisations. They revealed horrifying abuses by the US and other governments that would not otherwise have been disclosed. Despite claiming otherwise, US authorities could not find a single person, among the thousands of American sources in Afghanistan and Iraq, who could be shown to have died because of the disclosures.
Mr Assange, who has a reputation for being a brilliant but difficult character, has suffered enough. Until 2019 Met police had waited seven years for him to emerge from the Ecuadorian embassy in London. Since then he has spent three years in Belmarsh high-security prison without being convicted of any crime. Mr Assange should have been given bail to be with his wife and their two young children. To keep track of him, the authorities could have insisted that he be electronically tagged and monitored.
The use of the Espionage Act to prosecute him should be seen for what it is: an attack on the freedom of the press. As the Knight First Amendment Institute’s Carrie DeCell wrote in 2019, when the charge sheet was published, “soliciting, obtaining, and then publishing classified information ... [is] what good national security and investigative journalists do every day”.
Ms Patel could have turned down the American request. Britain should be wary of extraditing a suspect to a country with such a political justice department. Her predecessor Theresa May halted the extradition proceedings of Gary McKinnon, who hacked the US Department of Defense. The UK could have decided that Mr Assange faces an unacceptably high risk of prolonged solitary confinement in a US maximum security prison. Instead, Ms Patel has dealt a blow to press freedom and against the public, who have a right to know what their governments are doing in their name. It’s not over. Mr Assange will appeal.
The charges against him should never have been brought. As Mr Assange published classified documents and he did not leak them, Barack Obama’s administration was reluctant to bring charges. His legal officers correctly understood that this would threaten public interest journalism. It was Donald Trump’s team, which considered the press an “enemy of the people”, that took the step. It is not too late for the US to drop the charges. On World Press Freedom Day this year, the US president, Joe Biden, said: “The work of free and independent media matters now more than ever.” Giving Mr Assange his freedom back would give meaning to those words.»
ENQUANTO A UE SE ENCONTRA DIVIDIDA SOBRE CONCEDER O ESTATUTO DE ESTADO MEMBRO À UCRÂNIA, A RÚSSIA DIZ QUE NÃO TEM NADA CONTRA
No que respeita à entrada da Ucrânia para a União Europeia — com alguns responsáveis políticos, entre eles António Costa, a lembrarem que não se devem atirar foguetes antes da festa — a Rússia veio declarar que nada tem a opor, com Putin a declarar: «Não temos nada contra isso. Não é um bloco militar. É um direito de qualquer país aderir a organizações económicas».
Como não amar a diplomacia dos bastidores!
17/06/22
DICIONÁRIO (EM CONSTRUÇÃO) DAS EXPRESSÕES PREFERIDAS DE ANTÓNIO COSTA
Vamoláver continua à frente, seguida de muito perto por Era o que faltava.
«... Confrontado com a opinião do deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, que na CNN também defendeu a demissão de Marta Temido no Governo, Costa respondeu: Era o que faltava agora andar a seguir as opiniões do Sérgio Sousa Pinto”, disse. (...)»
EM REDE
- 2 dedos de conversa
- A balada do café triste
- A causa foi modificada
- A cidade das mulheres
- A curva da estrada
- A dança da solidão
- A rendição da luz
- A revolta
- A terceira via
- A única real tradição viva
- Abrasivo
- Agricabaz
- Agua lisa
- Albergue espanhol
- Ali_se
- Amor e outros desastres
- Anabela Magalhães
- Anjo inútil
- Antologia do esquecimento
- Arrastão
- As escolhas do beijokense
- As folhas ardem
- Aspirina B
- ayapaexpress
- Azeite e Azia
- Bibliotecário de Babel
- Bidão vil
- Blogtailors
- Casario do ginjal
- Centurião
- Church of the flying spaghetti monster
- Ciberescritas
- Cidades escritas
- Cinco sentidos ou mais
- Claustrofobias
- Coisas de tia
- Complicadíssima teia
- Contradição Social
- Dazwischenland
- De olhos bem fechados
- Dias Felizes
- Do Portugal profundo
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