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08/03/24
27/08/22
PRÉMIO «Ó MENINA NÃO SEJA TONTA!»
«A facção passista do PSD é uma seita. Há uns anos estudei o culto de Mao Tsé-Tung, e o culto de Passos Coelho é reminiscente em algumas coisas do culto de Mao. »
26/07/22
ESTOU-ME NAS TINTAS PARA A NOVELA DO ABRUNHOSA/ PUTIN MAS A MEMÓRIA É LIXADA
Assim, bem me parecia que alguém tinha sido condenado em Portugal por faltar ao respeito aos governantes.
E embora o então presidente da República, Cavaco Silva, se tenha negado a receber o valor da multa, que o Tribunal decidiu na altura, 2013, ser de 1300 euros. o facto é que o cidadão que tão-só lhe gritou "Vai trabalhar, mas é!", "Sinto-me roubado todos os dias!" (a GNR testemunhou que ouvira "chulo" e "malandro") até seria preso logo ali porque o respeitinho é muito bonito.
Já agora, também uma activista que não gostou que Passos Coelho se tivesse esquecido de pagar a Segurança Social e o fez saber na Assembleia da República, foi incialmente condenada a 6 meses de prisão, com pena reduzida a multa de 1 440 euros, mas no caso o Tribunal viria a considerar que podia difamar à-vontade, desde que o fizesse à porta do Parlamento.
Claro que tratando-se do Abrunhosa, qualquer multa teria de ser paga em rublos o que dificultaria muito o processo, o qual, além disso, teria de ser traduzido para russo.
17/02/14
Conselho Nacional da Ciência e Tecnologia puxa as orelhas ao governo em comunicado público
O texto, bastante crítico sobre as políticas para a ciência de Passos Coelho e de Nuno Crato, pode ser lido aqui.
Tomai, embrulhai e ide pôr a excelência que vos enche a boca num sítio que eu cá sei!
Tomai, embrulhai e ide pôr a excelência que vos enche a boca num sítio que eu cá sei!
13/02/14
O Estado a que isto chegou II [e ainda os cravos da Joana Vasconcelos]
Viver Dentro das Nossas Impossibilidades
O primeiro-ministro foi ao Tramagal
dizer, e cito de cor, que "estamos a caminhar para viver dentro das
nossas possibilidades". O uso do plural majestático é manifestamente
irónico embora, decerto, as figuras da retórica clássica não devam ser o
"forte" da formação intelectual de Passos Coelho. Quem o conhece bem,
disse-me outro dia que o chefe do governo se "sente" como um evangelista
de "igrejas" como a IURD (salvo o devido respeito) que, uma vez
recolhido o dízimo junto dos suspeitos do costume, fica como que tomado
por uma "visão" escatológica em relação à sua função de pastor milenar
da pátria. Depois de ter conseguido, pelo menos na semântica, mudar o
sintagma "acima das nossas possibilidades" para o "dentro" delas, Passos
com certeza quer significar por "dentro das nossas possibilidades"
coisas como "habituem-se a viver na nova normalidade". O que, para a
maior parte das pessoas, quer dizer "habituem-se a viver com as vossas
novas impossibilidades". O que é certo é que esta mistificação, mais
"espiritual" que política, vai fazendo o seu caminho comunicacional - o
único que interessa fazer - enquanto o mais próximo candidato a sucessor
deste notável evangelista, A. J. Seguro, cercado por dentro e por fora,
aparenta não conseguir sair dos caminhos na floresta em que tanto se
enfiou como o enfiaram. Por exemplo, hoje os juros da dívida 10 anos
andam pelos 5%, o ministro da Defesa Nacional terá confessado a um
general não entender "nada" de Defesa, o glorioso perdão fiscal do final
do ano terá "custado" quase 500 milhões de euros em juros, coimas e
derivados, os ajustes directos de 2013 terão ficado na orla do 2 mil
milhões de euros, os famosos submarinos, em 300 milhões, o arbítrio da
"avaliação do desempenho" passa a poder despedir
democrático-cristã-livremente, mas um pensionista que receba três
dígitos líquidos de rendimento já não tem dinheiro a meio do mês para
poder "viver dentro das suas possibilidades"? As "novas
impossibilidades" existem porque subsistem "velhas possibilidades" do
tipo das indicadas que escapam ao vocabulário da promessa da felicidade
"empresarial" que não entra no plural majestático do primeiro-ministro. Talvez
a escultora do regime, a grande navegadora de cacilheiros Vasconcelos,
consiga traduzir este "desígnio" original para os quarenta anos do "25
de Abril". Quem, melhor do que ela, poderia representar as nossas novas impossiblidades?
04/07/13
Uma narrativa
Pedro Passos Coelho (PPC) e Paulo Portas (PP) governam juntos. PPC é maior do que PP. Apesar de PP ser mais pequeno do que PPC, PPC precisa de PP. No entretanto, quem governa de facto é Vítor Gaspar (VG).
As políticas de VG são de grande rigor e guiadas por uma máxima simples, facilmente compreensível pelo POVO: se pauperizarmos a malta, isto vai lá. Dois anos a pauperizar a malta, as metas falham. Tendo ido além da Troika, as dificuldades para pagar à Troika avolumam-se.
Um dia, VG vai ao supermercado (não sabemos qual, embora isso fosse determinante para perceber a extensão classista da contestação…) e cospem-lhe em cima. VG considera que não está para isso depois de tudo o que fez pelo país e salta do barco a meio, deixando PPC descalço.
A notícia cai como uma bomba mas PPC, que não é particularmente inteligente, insiste em que continua calçado. PP, que também já estava com o governo pelos cabelos, e que já tinha tremido com a Linha Vermelha das pensões e tal, demite-se no dia seguinte. Bomba II.
Da mesma forma que não percebeu que a saída de VG o tinha deixado descalço, PPC também não percebe que a saída de PP o deixa de cuecas na mão. Recusa a demissão de PP. Surpreendentemente para muitos, o Partido de PP obriga PP a renegociar com PPC. PP, que é homem de rigor semântico, renegoceia mas mantém que não volta ao governo.
A nova “fórmula” governamental (que atribui mais poder ao Partido de PP) é levada a Cavaco Silva (CS) que enquanto tudo isto decorre grita com Maria CS e vice-versa.
Sentindo-se desautorizado por ter feito papel de corno (o último a saber, para quem não sabe) e tendo umas contas antigas a ajustar com PP, CS recusa a fórmula e exige que PP esteja no governo.
PP recusa. CS espuma. PPC chora. António José Seguro (AJS) ri.São convocadas eleições. AJS e PP saem vencedores (no caso de PP, para surpresa do seu próprio Partido).
Na I República isto tinha dado bordoada da grossa.
As políticas de VG são de grande rigor e guiadas por uma máxima simples, facilmente compreensível pelo POVO: se pauperizarmos a malta, isto vai lá. Dois anos a pauperizar a malta, as metas falham. Tendo ido além da Troika, as dificuldades para pagar à Troika avolumam-se.
Um dia, VG vai ao supermercado (não sabemos qual, embora isso fosse determinante para perceber a extensão classista da contestação…) e cospem-lhe em cima. VG considera que não está para isso depois de tudo o que fez pelo país e salta do barco a meio, deixando PPC descalço.
A notícia cai como uma bomba mas PPC, que não é particularmente inteligente, insiste em que continua calçado. PP, que também já estava com o governo pelos cabelos, e que já tinha tremido com a Linha Vermelha das pensões e tal, demite-se no dia seguinte. Bomba II.
Da mesma forma que não percebeu que a saída de VG o tinha deixado descalço, PPC também não percebe que a saída de PP o deixa de cuecas na mão. Recusa a demissão de PP. Surpreendentemente para muitos, o Partido de PP obriga PP a renegociar com PPC. PP, que é homem de rigor semântico, renegoceia mas mantém que não volta ao governo.
A nova “fórmula” governamental (que atribui mais poder ao Partido de PP) é levada a Cavaco Silva (CS) que enquanto tudo isto decorre grita com Maria CS e vice-versa.
Sentindo-se desautorizado por ter feito papel de corno (o último a saber, para quem não sabe) e tendo umas contas antigas a ajustar com PP, CS recusa a fórmula e exige que PP esteja no governo.
PP recusa. CS espuma. PPC chora. António José Seguro (AJS) ri.São convocadas eleições. AJS e PP saem vencedores (no caso de PP, para surpresa do seu próprio Partido).
Na I República isto tinha dado bordoada da grossa.
04/05/13
19/02/13
Coisas que eu assino por baixo de olhos fechados
«Cruel ironia. Na semana em que o Primeiro-Ministro descreve a economia portuguesa com mais uma das suas fórmulas trôpegas (“a selecção natural das empresas que podem melhor sobreviver está feita”), ficamos a saber, pelo Público, que nove empresários da restauração se suicidaram nos últimos três meses e 11 mil empresas do sector foram à falência.
José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, acrescenta que se trata muitas vezes de “microempresas de cariz familiar, e por isso as consequências são ainda mais gravosas”.
O Governo, entendamo-nos, não pode ser directamente responsabilizado por estas mortes. Mas a frieza dos números mostra a realidade, na vida das pessoas, do “processo de ajustamento” que Passos quer fazer passar por natural, inevitável e certo como uma lei da ciência. Vivemos acima das nossas posses? Pois agora morremos abaixo das nossas posses. As espécies, quando não se adaptam, extinguem-se, lá dizia o Sartre.
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»
AQUI
José Manuel Esteves, secretário-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, acrescenta que se trata muitas vezes de “microempresas de cariz familiar, e por isso as consequências são ainda mais gravosas”.
O Governo, entendamo-nos, não pode ser directamente responsabilizado por estas mortes. Mas a frieza dos números mostra a realidade, na vida das pessoas, do “processo de ajustamento” que Passos quer fazer passar por natural, inevitável e certo como uma lei da ciência. Vivemos acima das nossas posses? Pois agora morremos abaixo das nossas posses. As espécies, quando não se adaptam, extinguem-se, lá dizia o Sartre.
Se o Primeiro-Ministro tivesse um bocadinho de mundo fora das jotas, das empresas dos amigos dos concursos ganhos pela mão do Dr. equivalente Relvas, saberia que há metáforas insultuosas. Sobretudo quando vêm de um parasita que sempre fugiu à “selecção natural” graças aos favores de hospedeiros bem colocados.
A selecção natural actua por pequenos passos, mas até as espécies condenadas à extinção podem perder a paciência.»
AQUI
18/01/13
Descubra as diferenças
«First comes spring and summer, but then we have fall and winter. And then we get spring and summer again», Chance, o jardineiro
«Há um “crescimento da economia” esperado para 2014, devendo o “ciclo recessivo abrandar este ano”, para depois dar lugar a um “ciclo de expansão”.», Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal
«Há um “crescimento da economia” esperado para 2014, devendo o “ciclo recessivo abrandar este ano”, para depois dar lugar a um “ciclo de expansão”.», Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal
28/12/12
Juro que não é má vontade, mas vejo-me obrigada a perguntar: este primeiro-ministro não sofrerá mesmo de uma deficiência qualquer?
É que já não lhe bastava sentar-se em mesas e deixar-nos na expectativa sobre aquilo a que os pratos se teriam habituado... Agora isto.
«Nós não somos duas pessoas, eu sou primeiro-ministro e também sou cidadão. E apesar de não utilizar o mesmo registo quando falo com a minha família ou com os meus amigos ou quando falo com os cidadãos, na minha qualidade de cidadão também, que muitas vezes uso quando falo como primeiro-ministro, isso não significa que diga coisas diferentes», afirmou Passos Coelho.
DAQUI
«Nós não somos duas pessoas, eu sou primeiro-ministro e também sou cidadão. E apesar de não utilizar o mesmo registo quando falo com a minha família ou com os meus amigos ou quando falo com os cidadãos, na minha qualidade de cidadão também, que muitas vezes uso quando falo como primeiro-ministro, isso não significa que diga coisas diferentes», afirmou Passos Coelho.
DAQUI
27/12/12
Frase do ano ou é o que dá ler demasiado cedo A Fenomenologia do Ser
"Muitas famílias não tiveram na Consoada os pratos que se habituaram.", Pedro Passos Coelho
24/04/12
Minhas senhoras e meus senhores, isto não é a União Nacional nem (ainda) o 5 de Outubro. Resumindo: estou com o Mário Soares e ninguém tem nada com isso
José Manuel Fernandes diz-se incomodado. Indignado. Talvez mesmo ultrajado. José Manuel Fernandes incomodado, indignado e talvez mesmo ultrajado dá-me vontade de rir. A pomposidade de JMF soa ridícula. O "sentido de Estado" não lhe assenta (com dois esses): "Sucede que as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República, lugar onde todos os partidos têm acento e têm voz..."
E transcrevo o "acento" porque erros de português são inadmissíveis quando se sai a espadeirar tão bravamente em defesa da Pátria.
Ricardo Costa diz que Mário Soares se vai arrepender. A convicção de Ricardo Costa soa a anátema (e, acrescente-se, soa também um pouco ridícula dada a idade de Costa — há frases que só podem ser pronunciadas a partir dos 50 anos...), tanto mais cruel quanto Mário Soares, a não ser que siga o exemplo de Manoel de Oliveira, já não terá assim tanto tempo para ritos penitenciais.
Pedro Passos Coelho diz, com a profundidade costumeira, estar "habituado a que figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais". Não sei se ele se refere à teimosa ausência de Teófilo Braga nas comemorações do 5 de Outubro ou à presença do seu próprio pai na data do aniversário do filho, mas confesso que as declarações de Pedro Passos Coelho já há muito deixaram de me interessar.
O facto é que Mário Soares tem todo o direito (o dever?) a não ir abrilhantar uma palhaçada.
Post-scriptum: os tempos da "União Nacional" já lá vão e, apesar dos cravos de antanho e da treta actual do "somos todos irmãos", o 25 de Abril não foi um passeio jovial ao Largo do Carmo.
E transcrevo o "acento" porque erros de português são inadmissíveis quando se sai a espadeirar tão bravamente em defesa da Pátria.
Ricardo Costa diz que Mário Soares se vai arrepender. A convicção de Ricardo Costa soa a anátema (e, acrescente-se, soa também um pouco ridícula dada a idade de Costa — há frases que só podem ser pronunciadas a partir dos 50 anos...), tanto mais cruel quanto Mário Soares, a não ser que siga o exemplo de Manoel de Oliveira, já não terá assim tanto tempo para ritos penitenciais.
Pedro Passos Coelho diz, com a profundidade costumeira, estar "habituado a que figuras políticas queiram assumir protagonismo em datas especiais". Não sei se ele se refere à teimosa ausência de Teófilo Braga nas comemorações do 5 de Outubro ou à presença do seu próprio pai na data do aniversário do filho, mas confesso que as declarações de Pedro Passos Coelho já há muito deixaram de me interessar.
O facto é que Mário Soares tem todo o direito (o dever?) a não ir abrilhantar uma palhaçada.
Post-scriptum: os tempos da "União Nacional" já lá vão e, apesar dos cravos de antanho e da treta actual do "somos todos irmãos", o 25 de Abril não foi um passeio jovial ao Largo do Carmo.
12/03/12
My name is Potter, Harry Potter
Há quem diga que a literatura não serve para nada, sendo precisamente dessa inutilidade que retira todo o seu charme.
É verdade que a sua função não se pode comparar à de uma obra de engenharia ou sequer a uma descoberta científica: o que é A Montanha Mágica quando confrontada com uma caixa de antibióticos? Mas se o facto de eu ter lido o romance de Thomas Mann durante uma convalescença nada nos diz sobre as suas qualidades curativas, já o peso das suas mais de 800 páginas facilmente o qualifica como arma de arremesso.
Seria algo demagógico insistir agora em outras funções menos próprias da literatura, apesar de estas existirem: um exemplar de Os Lusíadas convertido em base para copos, a extraordinária novela de Joseph Conrad, Mocidade, a servir de mata-moscas.
Posto isto, nem os mais arreigados defensores da improficiência literária poderão negar que aquela cumpre, chegados aos animais políticos, uma importante função decorativa.
São as estantes em fundo nas entrevistas domésticas, são os livros pousados estrategicamente nas mesas dos gabinetes, são as citações corroborativas do disparate. Num mundo rendido à tecnologia, a literatura empresta patine, mesmo se no fim se roça o caricato.
Foi assim no caso de “Fenomenologia do Ser” lido por Passos Coelho, livro que Sartre nunca escreveu, foi assim no silogismo proferido por José Sócrates: “Mário Soares é um patriota, gosta de Camões. Eu gosto de políticos que gostam de Camões. Eu gosto muito do drº Mário Soares”.
Note-se, porém, a busca de elevação dos dois exemplos: Sartre e Camões.
Também por isso não queria acreditar quando ouvi Miguel Relvas na televisão citar Potter. Harry Potter. Já era mau. Mas chamar-lhe Porter? E duas vezes? É as Trevas!
É verdade que a sua função não se pode comparar à de uma obra de engenharia ou sequer a uma descoberta científica: o que é A Montanha Mágica quando confrontada com uma caixa de antibióticos? Mas se o facto de eu ter lido o romance de Thomas Mann durante uma convalescença nada nos diz sobre as suas qualidades curativas, já o peso das suas mais de 800 páginas facilmente o qualifica como arma de arremesso.
Seria algo demagógico insistir agora em outras funções menos próprias da literatura, apesar de estas existirem: um exemplar de Os Lusíadas convertido em base para copos, a extraordinária novela de Joseph Conrad, Mocidade, a servir de mata-moscas.
Posto isto, nem os mais arreigados defensores da improficiência literária poderão negar que aquela cumpre, chegados aos animais políticos, uma importante função decorativa.
São as estantes em fundo nas entrevistas domésticas, são os livros pousados estrategicamente nas mesas dos gabinetes, são as citações corroborativas do disparate. Num mundo rendido à tecnologia, a literatura empresta patine, mesmo se no fim se roça o caricato.
Foi assim no caso de “Fenomenologia do Ser” lido por Passos Coelho, livro que Sartre nunca escreveu, foi assim no silogismo proferido por José Sócrates: “Mário Soares é um patriota, gosta de Camões. Eu gosto de políticos que gostam de Camões. Eu gosto muito do drº Mário Soares”.
Note-se, porém, a busca de elevação dos dois exemplos: Sartre e Camões.
Também por isso não queria acreditar quando ouvi Miguel Relvas na televisão citar Potter. Harry Potter. Já era mau. Mas chamar-lhe Porter? E duas vezes? É as Trevas!
06/02/12
Espero que Passos Coelho saiba francês e tenha lido o Tintin em pequenino. O que tenho para lhe dizer segue em baixo que eu hoje acordei escatológica
Pedro Passos Coelho, um tipo sem currículo, nem de vida nem de escola, pede aos portugueses para serem menos piegas.
Há gente que devia ser largada sozinha na selva, só para os vermos cagar-se de medo até às orelhas.
Accapardeur, Aerolithe, Amiral de bateau-lavoir, Amphitryon, Anacoluthe,Analphabète, Anthracite, Anthropophage, Anthropopithèque, Apache, Apprenti dictateur à la noix de coco, Arlequin, Astronaute d'eau douce, Athlète complet, Autocrate, Autodidacte, Aztèque, Babouin, Bachi-Bouzouk, Bandit, Bayadère, Bibendum, Boit-sans-soif, Brigand, Brontosaure, Brute, Bulldozer à réaction, Cachalot, Calamite, Canaille, Canaque, Cannibale, Carnaval, Casse-pied, Catachrèse, Cataclysme, Cataplasme, Cercopithèque, Chauffart, Chenapan, Cholera, Chouette mal empaillée, Cloporte, Clysopompe, Coléoptère, Coloquinte, Coquin, Cornemuse, Cornichon, Corsaire, Coupe-jarret, Cow-boy de la route, Crétin des alpes, Cro-magnon, Cyanure, Cyclone, Cyclotron, Cyrano à quatre pattes, Diplodocus, Doryphore, Dynamiteur, Ecornifleur, Ecraseur, Ectoplasm, Faux jeton, Flibustier, Forban, Frère de la côte, Froussarde, Galopin, Gangster, Garde-côte à la mie de pain, Gargarisme, Garnement, Gibier de potence, Goujat, Gredin, Grenouille, Gros plein de soupe, Gyroscope, Hérétique, Hros-la-loi, Hurluberlu, Hydrocarbure, Iconoclaste, Incas de carnaval, Indidou de général, Invertébré, Ivrogne, Jet d'eau ambulant, Jocrisse, Judas, Jus de réglisse, Kroumir, Ku klux klan, Lâche, Lépidoptères, Logarithme, Loup-garou à la graisse de renoncule, Macaque, Macrocéphale, Malappris, Malotru, Mamaluk, Maraud, Marchand de guano, Marchand de tapis, Marin d'eau douce, Marmotte, Mégalomane, Mégacycle, Mercanti, Mercenaire, Merinos, Mille sabords, Misérable, Mitrailleur à bavette, Moratorium, Moricaud, Mouchard, Moujik, Moule à gaufres, Mousaillon, Mrkrpxzkrmtfrz, Mufle, Mussolini de carnaval,Naufrageur, Négrier, Noix de coco, Nyctalope, Olibrius, Ophicleide, Ornithorynque, Oryctérope,Ostrogoth, Ours mal lèché, Pacte à quatre, Paltoquet, Pantoufle, Papous, Paranoique, Parasite, Patagon, Patapouf, Patate, Peronnelle, Perruche bavarde, Phénomène, Phlébotome, Phylactère, Phylloxéra, Pignouf, Pirate, Polichinelle, Polygraphe, Porc-épic mal embouché, Potentat amplumé, Poussière, Profiteur, Projectil guidé, Protozoaires, Pyromane, Pyrophore, Rapace, Rat, Ravachol, Rénégat, Rhizopode, Rocambole, Sacripant, Sajou, Sale bête, Saltimbanque, Sapajou,Satane bazar de fourbi de truc, Satrape, Sauvage, Scélérat, Schizophrène, Scolopendre, Scorpion, Serpent, Simili martien à la graisse de cabestan, Sinapisme, Soulographe, Squatter, Tchouk-tchouk-nougat, Technocrate, Terroriste, Tête de lard, Tête de mule, Tonnerre de brest, Topinambour, Tortionnaire, Trafiquant de chair humaine, Traine-potence, Traître, Troglodyte, Trompe-la-mort, Vampire, Vandale, Va-nu-pieds, Vaurien, Végétarien, Vercingétorix de carnaval, Ver de terre, Vermicelle, Vermine, Vipère, Voleur, Visigoth, Zapotèque, Zèbre, Zigomar, Zouave, Zoulou.
Há gente que devia ser largada sozinha na selva, só para os vermos cagar-se de medo até às orelhas.
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18/12/11
18/11/11
O sentido maternal das ministras [não sei se é disto que se fala quando se fala das vantagens do feminine touch na política]
"Façam sopa em casa", Ana Jorge, ministra da Saúde de José Sócrates
"As crianças devem voltar a comer fruta em estado natural", Assunção Cristas, ministra da Agricultura de Passos Coelho
Razão tem a Shakira: "The worst mistake of a woman is to go to the kitchen, because then she never gets out of there"
21/09/11
Às vezes me espanto
O País das Pessoas de Pernas para o Ar é um título de Manuel António Pina com bonecos do João Botelho que eu li no já vetusto ano de 1973 quando a Regra do Jogo o editou. Dirigido à infância, reunia quatro histórias e foi a obra de estreia do poeta.
Os anos passaram, Manuel António Pina foi melhorando com a idade e, já este ano, viu ser-lhe atribuído o Prémio Camões. Quanto ao livro, desenterrei-o há uns tempos de uma pilha poeirenta, voltando a pensar nele ao tropeçar por acaso nas recentes declarações de Francisco Van Zeller, ex-presidente da CIP: “É ridículo o povo aceitar sacrifícios e não ir para a rua”. Estupefacta, recordei a frase de Belmiro de Azevedo proferida em 2010: “Quando o povo tem fome, tem direito a roubar”.
Dado que as duas afirmações me pareceram contaminadas por um radicalismo mais ajustado aos tempos do PREC – quando os ricos que pagassem a crise! – do que ao dos PEC – para o qual nem sequer conseguiram inventar um slogan de jeito – dei por mim a pensar que a coisa deve estar muito pior do que nos querem fazer crer.
Passos Coelho anunciou o fim da crise portuguesa para 2012 mas já Christine Lagarde preferiu avisar sobre a iminência da economia mundial entrar em recessão. Em quem acreditar?
Não será por falta de patriotismo mas, assim como assim, opto pela Christine (e eu até simpatizava mais com o Dominique). Afinal, cá pelo burgo andam a prometer-nos a salvação pelo menos desde 13 de Outubro de 2006, dia que ficará para a História pátria como aquele em que Manuel Pinho anunciou, não recordo já se com pompa e circunstância mas certamente com a costumada sapiência, que “a crise acabou”.
Segundo o novo governo falta-nos ainda e apenas um aninho. Só mais um esforço, pois, compatriotas. No entretanto, “ensinai aos vossos filhos o trabalho, ensinai às vossas filhas a modéstia, ensinai a todos a virtude da economia.”
Uma caixa de pílulas gratuitas ou, em alternativa, um broncodilatador à borla a quem adivinhar o autor da frase citada.
08/07/11
Pobrezinhos mas honestos versão ou há moralidade ou comem todos
Uma onda de indignação varre o país. Unânime. Patriótica. Viril.
Ricardo Salgado, do enigmático BES, optou pela metáfora e desenhou um cenário de batalha naval com Portugal a levar um "tiro certeiro". António Sousa, da Associação Portuguesa de Bancos, diz que não percebe. Faria de Oliveira, da Caixa Geral de Depósitos considerou-se insultado e clama por moralidade.
Cavaco Silva, que até há bem pouco achava que os mercados, coisa tão ou mais enigmática do que o BES, tinham sempre razão, apela agora à Europa para os pôr no sítio. Durão Barroso, que emigrou para Bruxelas, entre outras coisas por não os ter no sítio, confessou em público o seu pesar: “Estou muito desiludido".
Mira Amaral, ex-ministro da Indústria (ainda haverá indústria?), num momento de radicalidade inaudita, falou em “terrorismo”. Alberto João Jardim foi mais longe e mais claro: na Madeira, os gajos e as gajas da Moody’s não entram mais. Que vão comer favas acaralhadas para a terra deles.
Mal se soube do murro no estômago que acertou Passos Coelho, o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público enviou uma carta aos credores criticando a decisão da Moody’s e garantindo que Portugal vai “cumprir todas as suas obrigações internacionais”.
Os portugueses anónimos, por seu turno, criaram páginas no Facebook e desataram a mandar pelo correio sacos do lixo para a Moody's.
Ricardo Salgado, do enigmático BES, optou pela metáfora e desenhou um cenário de batalha naval com Portugal a levar um "tiro certeiro". António Sousa, da Associação Portuguesa de Bancos, diz que não percebe. Faria de Oliveira, da Caixa Geral de Depósitos considerou-se insultado e clama por moralidade.
Cavaco Silva, que até há bem pouco achava que os mercados, coisa tão ou mais enigmática do que o BES, tinham sempre razão, apela agora à Europa para os pôr no sítio. Durão Barroso, que emigrou para Bruxelas, entre outras coisas por não os ter no sítio, confessou em público o seu pesar: “Estou muito desiludido".
Mira Amaral, ex-ministro da Indústria (ainda haverá indústria?), num momento de radicalidade inaudita, falou em “terrorismo”. Alberto João Jardim foi mais longe e mais claro: na Madeira, os gajos e as gajas da Moody’s não entram mais. Que vão comer favas acaralhadas para a terra deles.
Mal se soube do murro no estômago que acertou Passos Coelho, o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público enviou uma carta aos credores criticando a decisão da Moody’s e garantindo que Portugal vai “cumprir todas as suas obrigações internacionais”.
Os portugueses anónimos, por seu turno, criaram páginas no Facebook e desataram a mandar pelo correio sacos do lixo para a Moody's.
Em resumo, a pátria grita em uníssono: “contra as agências de rating, marchar, marchar!”
É comovente e há já quem diga que os gregos têm os olhos postos em nós.
07/07/11
Passos Coelho levou um murro no estômago por engano
Segundo o sempre bem informado "IMPRENSA FALSA" Moody’s não se terá apercebido que Sócrates saiu do Governo, daí o murro que acabou por acertar Passos Coelho.
«A agência de notação financeira Moody’s baixou hoje a classificação de Portugal para lixo, mas o Imprensa Falsa sabe que tudo não passa de um equívoco.
Contactada pelo Imprensa Falsa, a Moody’s ficou surpreendida ao saber que Sócrates já saiu do Governo. "No! Really!? Socrates gave the rocket!?", em português: "Não! A sério!? O Sócrates deu o foguete!?"
Com esta informação, a Moody’s prometeu então rever o rating, sobretudo quando soube que Carlos Moedas está no executivo. "No! Really!? Charles Coins!? That means Aaa! Congratulations Portugal!"»
«A agência de notação financeira Moody’s baixou hoje a classificação de Portugal para lixo, mas o Imprensa Falsa sabe que tudo não passa de um equívoco.
Contactada pelo Imprensa Falsa, a Moody’s ficou surpreendida ao saber que Sócrates já saiu do Governo. "No! Really!? Socrates gave the rocket!?", em português: "Não! A sério!? O Sócrates deu o foguete!?"
Com esta informação, a Moody’s prometeu então rever o rating, sobretudo quando soube que Carlos Moedas está no executivo. "No! Really!? Charles Coins!? That means Aaa! Congratulations Portugal!"»
15/06/11
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