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16/03/08

Enquanto em Portugal as inteligências que mandam nisto andam preocupadas com os piercings e os coentros, no Tibete os chineses não estão para miudezas

No passado dia 14 o PS entregou na Assembleia da República um projecto-lei que pretende proibir os piercings na língua. Compreende-se que, no seu afã legislador, o partido do governo se tenha ficado pela sede das papilas gustativas e nada diga sobre os genitais: a polícia dos costumes controlará facilmente os infractores abrangidos ― «identifique-se e deite a língua de fora!» ―, fiscalizar as partes pudendas implicaria mandar descer as calças.
E enquanto por cá a nossa Assembleia, transformada em jardim de infância, se entretém com tão digníssimas matérias ― relembre-se a criação do grupo de trabalho (?) para tratar da excepção dos coentros e do pão duro indispensável à açorda ― no Tibete os chineses não estão para temas fracturantes. Balanço: cerca de 100 pessoas assassinadas; a agência Nova China diz que foram «apenas» 10.
Curioso também que o massacre tenha ocorrido pouco depois de Bush retirar a China da lista dos países violadores dos Direitos Humanos. Apesar disso, há quem continue a pedir o boicote às Olimpíadas de Pequim, mesmo se outros o dão como impossível. À imagem do que aconteceu, nomeadamente, em Berlim 1936. A história repete-se, embora a farsa não invalide a tragédia.