Não há fome que não dê em fartura. Vem o ditado popular a propósito de uns dias me faltar assunto, em outros ser uma avalanche (espero poder continuar a escrever avalanche e não, obrigatoriamente, avalancha). Quando o assunto é isso, pois, fica uma pessoa em apuros para focalizar, verbo que tem vindo paulatinamente a substituir o démodé dissílabo focar e que me faz sempre lembrar alguém a espancar outrem na cabeça com binóculos, resultado talvez de ter consumido BD em excesso durante a juventude.
A semana passada, por exemplo, gostaria de ter falado da medida anti-tabágica anunciada por Paulo Macedo para proteger as crianças do fumo dos progenitores dentro de veículos fechados (nada foi dito, que eu saiba, sobre descapotáveis), medida que, naturalmente, faz o pleno com outra – a de querer encerrar a Maternidade Alfredo da Costa – esta última por razões obscuras (tão obscuras que nem a sagacidade de Marcelo Rebelo de Sousa as conseguiu desvelar).
Ia eu comentar as louváveis prioridades do ministro da Saúde quando tropeço noutro tema (neste caso musical): o hino do Movimento Zero Desperdício, com música de João Gil e letra de Tim, interpretado por cerca de 50 artistas de um largo espectro político (como sói dizer-se).
Começa assim:“Eu não sei o teu nome mas sei que te posso ajudar/Sei que andas a passar fome mesmo andando a trabalhar/ O que eu não aproveito ao almoço e ao jantar/ A ti deve dar jeito/ Temos de nos encontrar”.
Não vou falar da miséria das rimas nem dos pobrezinhos do antes do 25 de Abril (cada família tinha o seu…).
Vou limitar-me, educadamente, a citar Mário Cesariny: afinal o que importa não é haver gente com fome// porque assim como assim ainda há muita gente que come.
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