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12/04/10

A castidade explicada às mulheres por Pedro Arroja: e tudo por causa da metafísica

Ele há coisas que a gente pensa que já não existem mas existem. Por exemplo: Pedros Arrojas.
Eu sei que a história do mundo não tem confirmado assim tanto a escatologia feliz proposta por Hegel e Marx. Tenho até algumas dúvidas sobre os ganhos da emancipação feminina. Mas caraças! Chamarem-me estúpida é que não.
Afinal, de onde é que esse tal Pedro Arroja me conhece para afirmar assim do pé para a mão que eu seria incapaz de compreender o meu marido (que até ver não tenho...) se este resolvesse dedicar um dia da sua vida à especulação metafísica, filosófica ou teológica fechado num quarto sozinho, eventualmente rodeado de livros?
De onde é que ele eventualmente me conhece para afirmar que eu possuo um enorme sentido prático da vida e me falta sentido metafísico?
Ao autor de tais dislates paleolíticos, três coisas:
1. Desafio-o a discutir comigo (mas nunca no seu quarto, era o que mais faltava...) as provas da existência de Deus de Santo Anselmo. E se conhecer algo de mais metafísico, faça favor.
2. Peço-lhe encarecidamente que, no intervalo das suas meditações filoteológicas, me ajude em alguns problemas práticos para cuja resolução já desisti de contribuir. Assim de repente, consigo lembrar-me do lavatório de uma das casa de banho que pinga, da janela da sala do meio que não fecha, do impresso do IRS que não sei preencher, de um espelho pesadísimo que precisava de pendurar na parede, de uns quantos puxadores de porta fanados...
3. Finalmente, garanto-lhe que sou um exemplar confirmado do género feminino, não tenho bigode nem nunca me foi detectada nenhuma produção excessiva de testosterona.
E quanto ao resto [a prosa do Arroja pode ser lida na íntegra aqui] deixe-me que lhe diga: se houvesse um Prémio Nobel da Praticalidade, perdão, Imbecilidade, ia direitinho para si.
Ele há com cada um!