31/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: ALGUÉM ME LEU OS PENSAMENTOS E MANDOU ENTRAR UM ADULTO NA SALA

Realmente, apetece perguntar: que drogas maradas anda a tomar esta gente da UE?!

«... Sanctions may have harmed Russia’s credit-worthiness, but the 70% surge in world gas prices alone has supercharged its balance of payments. Its current account trade surplus, according to its central bank, is now over three times the pre-invasion level. At the same time, sanctions are clearly hurting countries in western and central Europe who are imposing them. (...)»

Simon Jenkins

GUERRA NA UCRÂNIA: RÚSSIA CORTA O GÁS

Já não consigo fazer mais nada a não ser repetir-me: chamem adultos à sala! 

A Rússia corta fornecimento de gás à Holanda, Dinamarca e Alemanha.

GUERRA NA UCRÂNIA: SÓ FALTAVA MESMO FALAR O ANTÓNIO COSTA

Isto é tudo demasiado deprimente. É ler que, com sorte, ainda vamos encontrar petróleo no Beato. 

MISTÉRIOS DA PORTUGALIDADE: A RÚSSIA E OS MILAGRES DE FÁTIMA

Interrogo-me sem nada no bolso sobre o porquê de, na má imagem dos russos, na União Europeia só Portugal ficar atrás da Polónia e da própria Ucrânia. 

Terá isto a ver com os tais Segredos de Fátima? Não vejo outra explicação. 

28/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: E NO FIM GANHA A CHINA?

Continuo sem perceber qual é a estratégia para enfrentar os avanços de Putin na Ucrânia, mas o problema é de certeza meu. 

«China on Friday, May 27, said that the Foreign Ministers of Brazil-Russia-India-China-South Africa (BRICS) have “reached consensus on its expansion process” and have agreed to include the new developing countries. Beijing is holding a rotating Presidency of the BRICS bloc this year, and its foreign ministry said Friday that it actively supports the expansion of the five-member group. The remark comes just a day after Russia’s Foreign Minister Sergey Lavrov said that Saudi Arabia and Argentina have expressed a desire to join the group. 

The BRICS May 19 Foreign Ministers’ virtual meeting included Foreign Ministers of Argentina, Egypt, Indonesia, Kazakhstan, Saudi Arabia, UAE, Nigeria, Senegal and Thailand who were also given a formal invitation. External Affairs Minister S Jaishankar also took part in the BRICS Foreign Ministers meeting convened by his Chinese counterpart Wang Yi. BRICS' New Development Bank (NDB) has already enrolled Bangladesh, the UAE, Egypt and Uruguay as its official members.

Moscow’s Foreign Minister Sergey Lavrov told state-affiliated TASS that the oil-rich Arab world countries have shown interest to join BRICS and establishing partner relations with the eight-member Shanghai Cooperation Organisation (SCO), which includes India, Russia, Pakistan, Kazakhstan, Kyrgyzstan, Tajikistan and Uzbekistan. (...)»

25/05/22

ENTRETANTO, NA CHINA: FUGA DE MILHARES DE FICHEIROS DA POLÍCIA DE XINJIANG

 Os ficheiros e toda a informação podem ser consultados AQUI.

O momento escolhido para deitar cá para fora provas do funcionamento distópico da China não terá sido inocente, mas qualquer altura é boa para denunciar regimes ditatoriais. 

Naturalmente, se existir um Assange chinês estará bem lixado, queria dizer, morto. 


GUERRA NA UCRÂNIA: ATÉ ONDE E ATÉ QUANDO O APOIO INCONDICIONAL DO OCIDENTE A ZELENSKY?

Teme-se o pior, quando até o New York Times publica artigos (19-05) com o título  «The War in Ukraine Is Getting Complicated, and America Isn't Ready».

«... As the war continues, Mr. Biden should also make clear to President Volodymyr Zelensky and his people that there is a limit to how far the United States and NATO will go to confront Russia, and limits to the arms, money and political support they can muster. It is imperative that the Ukrainian government's decisions be based on a realistic assessment of its means and how much more destruction Ukraine can sustain (...)

«Is the United States, for example, trying to help bring an end to this conflict, through a settlement that would allow for a sovereign Ukraine and some kind of relationship between the United States and Russia? Or is the United States now trying to weaken Russia permanently? Has the administration’s goal shifted to destabilizing Vladimir Putin or having him removed? Does the United States intend to hold Mr. Putin accountable as a war criminal? Or is the goal to try to avoid a wider war — and if so, how does crowing about providing U.S. intelligence to kill Russians and sink one of their ships achieve this? (...)»


OS RICOS CONTINUAM RICOS E OS POBRES ESTÃO A MORRER DE FOME, COMO SEMPRE. O QUE É QUE ISSO TEM DE NOVO?

 A frase de Sholom Aleichem é corrigida pelo último estudo da OXFAM.

Nele se pode ler que, enquanto a dificuldade em acompanhar o aumento do custo de vida empurra cada vez mais gente para a pobreza,  a riqueza dos milionários dos sectores da energia e alimentação soma e segue. 

Eles não continuam ricos. Eles tornam-se mais ricos.

«... “Billionaires are arriving in Davos to celebrate an incredible surge in their fortunes. The pandemic and now the steep increases in food and energy prices have, simply put, been a bonanza for them. Meanwhile, decades of progress on extreme poverty are now in reverse and millions of people are facing impossible rises in the cost of simply staying alive,” said Gabriela Bucher, Executive Director of Oxfam International.

The brief shows that 573 people became new billionaires during the pandemic, at the rate of one every 30 hours. We expect this year that 263 million more people will crash into extreme poverty, at a rate of a million people every 33 hours. (...)»

RÚSSIA APERTA CERCO À IMPRENSA ESTRANGEIRA

Cada vez mais draconiano o controlo da informação na pátria de Putin. Se os órgãos de informação russos já estavam sujeitos à censura, seguem-se agora normas específicas para os media dos países considerados hostis. 

«...  On Tuesday, the Russian State Duma approved a bill that will give the prosecutor general and his deputies the power to ban media from countries that have imposed limitations or prevented Russian media from operating on their soil. They would also have the power to revoke foreign media's registration and licenses for publishing illegal information, such as stories showing disrespect to Russia's public, government and Constitution, and disparaging the country's Armed Forces, TASS reported. (...)»


24/05/22

PATRULHAS AÉREAS CONJUNTAS DA RÚSSIA E DA CHINA NO MAR DO JAPÃO

Enquanto isso, a nossa Ursula reafirma em Davos, com a testosterona em alta e enquanto reconhece que a importação de gás russo continua, que a Ucrânia TEM de vencer a guerra e derrotar Putin.

SOS: Adultos à sala! 

«Chinese and Russian Air Forces held regular joint strategic patrols above the Sea of Japan, the East China Sea and the West Pacific Ocean, the former confirmed (...)»

GUERRA NA UCRÂNIA: E SE A RÚSSIA É DERROTADA?

Contrariando a retórica belicista em alta, Alemanha, França e Itália preferem apostar num cessar-fogo que interrompa a guerra e evite a humilhação da Rússia. Uma preocupação aparentemente paradoxal, já que derrotar a Rússia parece ser o objectivo.

«... Even as European leaders sympathize publicly with Ukraine’s struggle and in some cases have gone to great lengths to support the country, they also fear that what French President Emmanuel Macron last week called a “humiliation” of Russia could create a whole new set of problems, Western officials say. 

One big concern is that a Ukrainian win could destabilize Russia, making it even more unpredictable and putting a normalization of energy links further out of reach. That’s why some western European capitals quietly favor a “face-saving” resolution to the conflict, even if it costs Ukraine some territory. (...)»

22/05/22

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA: PUTIN ACABA DE PERDER A GUERRA!


GUERRA NA UCRÂNIA: Andrzej Duda, o maior aliado de Volodymyr Zelensky

Esta guerra tem-nos sido oferecida como uma luta do Bem contra o Mal.

Não se trata de reconhecer e condenar a invasão russa de um país independente. O que nos é vendido  e com enorme sucesso, há que reconhecê-lo  é uma narrativa, como antigamente dizia o Sócrates, em que os ucranianos são representados por Obi-Wan Kenobi e os russos estão sob o domínio de Darth Vader. 

E nem o facto de um dos papéis principais caber a Andrzej Duda, o presidente polaco cujo respeito pela liberdade democrática tem muito que se lhe diga, faz tremer a leitura da coisa. 

Em resumo: isto tem tudo para acabar bem.

«... “Acreditamos que isso vai acontecer [a entrada da Ucrânia na UE] e contamos com o estatuto de país candidato à UE em junho. Contamos com o apoio poderoso de Andrzej [Duda] nesta questão”, declarou Zelensky.

O Presidente ucraniano fazia alusão ao “discurso histórico” do Presidente polaco perante o Parlamento ucraniano, o primeiro de um líder estrangeiro desde 24 de fevereiro, dia em que começou a invasão russa, no qual o chefe de Estado polaco assegurou que “a Polónia apoia e continuará a apoiar a Ucrânia”.

“Pessoalmente, não descansarei até que a Ucrânia passe a ser membro da União Europeia”, afirmou Andrzej Duda. (...)»


GUERRA NA UCRÂNIA: COMO SAIR DA ARMADILHA MONTADA POR PUTIN?

«... de la Guerra Fría hemos aprendido que una guerra contra una potencia nuclear ya no puede ser “ganada” en ningún sentido razonable, al menos no con la fuerza militar en el plazo limitado de un conflicto caliente. La capacidad de amenaza nuclear significa que la parte amenazada, posea o no armas nucleares, no puede poner fin a la insoportable destrucción causada por la fuerza militar con una victoria, sino, en el mejor de los casos, con un compromiso que permita salvar la cara a ambas partes. (...)»

Jürgen Habermas, traduzido pelo El País, num texto de opinião que dá bem conta do fio da navalha que temos encostado ao pescoço.

21/05/22

A HISTÓRIA HUMANA É UMA SUCESSÃO DE MALFEITORIAS COM UMA OU OUTRA EXCEPÇÃO E ISSO REALMENTE CRIA ALGUNS PROBLEMAZINHOS

«A aliança do mundo livre segundo Joe Biden é um mundo simplificado com a Europa e os Estados Unidos de um lado, e o resto do mundo do outro... sabendo-se que entre os Estados aliados dos americanos muitos não serão estados democráticos. Um dos erros dos americanos é terem defendido numerosas ditaduras através do mundo. Não podemos elevar a nossa consciência ocidental a conceito operatório em matéria de geopolítica  a um exemplo para o resto do planeta. E a ideia que prosseguimos, sempre que o desejamos, uma guerra justa, tem qualquer coisa de falso." 
Dominique de Villepin (ex-primeiro-ministro francês e, naturalmente, um perigoso putinista, talvez mesmo um perigoso comunista)


 

20/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: AINDA VAMOS A TEMPO DE PERCEBER QUE A TERRA NÃO É PLANA E SOBRETUDO É MUITO GRANDE?


Isto está tudo a correr tão bem que não podia estar a correr melhor. 

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «A ANGÚSTIA DO CRONISTA QUE TAMBÉM A ELA TEM DIREITO»

GUERRA NA UCRÂNIA: DA ENERGIA AO ALARGAMENTO DA NATO E AGORA A FOME

Putin mandou invadir a Ucrânia e o Ocidente reagiu.

Acontece que a dependência energética da Rússia é enorme. Compra! Não compra! Compra! Não compra! tem sido a batida alternada do baile da energia que começou pelo troar dos tambores e, pelo que se vai ouvindo, ainda vai acabar no pífaro a tocar sozinho.

Com a guerra a decorrer no "celeiro da Europa", passámos aos cereais e outros grãos alimentícios. Com a ameaça da fome  que em muitos países já não é pouca —, o Ocidente acusa a Rússia de ser responsável pela escassez que se adivinha, enquanto a Rússia diz que só abre os portos ucranianos do Mar Negro se forem levantadas as sanções.

Entretanto, há países a quererem juntar-se à NATO, o que a Turquia chantageia fazendo saber que só o permitirá se deixarem cair os curdos.

Eu não sei que estratégia é esta, mas vejo que andamos todos muito contentes porque a TIME irá provavelmente nomear Zelensky como personalidade do ano, a Ucrânia ganhou o Festival da Eurovisão e Putin não conquistou Kiev em três dias.





19/05/22

PARAFRASEANDO FRASE CÉLEBRE DOS FILMES DE TRIBUNAL: NUNCA AMEAÇAR CORTAR O GÁS QUANDO NÃO SE TEM A CERTEZA DE PODER CORTAR O GÁS

 Afinal, é para continuar a comprar gás russo?!

Os gigantes europeus do gás vergam-se às exigências de Vladimir Putin

A GUERRA NA UCRÂNIA E AS ALIANÇAS EM NOME DE UM BEM MAIOR

Os tais do batalhão Azov, antes da invasão da Ucrânia reconhecidamente um grupo de extrema-direita que professava uma ideologia neo-nazi, passaram a heróis.

Face à desculpa esfarrapada de Putin que entrou por ali adentro a pretexto da "desnazificação" da Ucrânia, uma data de gente desatou a esquecer o que eram os moços do Azov que, de neo-nazis, se viram arvorados a corajosos patriotas.

Argumentam alguns, mesmo se não deixam de suspeitar que o tal Batalhão poderá talvez não ser formado por pessoas com quem gostaríamos de tomar o pequeno-almoço, que em tempo de guerra não se limpam armas: qualquer aliança se justifica em nome do bem maior e depois logo se vê.

O que me faz espécie neste raciocíno, e sem recuar ao Pacto Molotov-Ribbentrop abençoado por Staline e Hitler, é que, bem mais perto de nós na linha do tempo, se pareça esquecer o que aconteceu no Afeganistão. É que isto da História haveria de servir para alguma coisa.

Para já não falar da sabedoria intemporal impressa na célebre quadra do poeta Aleixo: Para a mentira ser segura / e atingir profundidade / tem de trazer à mistura / qualquer coisa de verdade.



GUERRA NA UCRÂNIA: A IMPORTÂNCIA DO MAR DE AZOV PARA PUTIN



Um vídeo publicado em Le Figaro

GEORGE W. BUSH CONTINUA A SER UM EMBARAÇO

Desta vez acusou a Rússia de uma injustificada e brutal invasão... do IRAQUE. 
Freud explica...


18/05/22

NEM O FACTO DO HOMEM SER JUDEU ATRAPALHOU A PROPAGANDA


 ... e leio que estarão à venda no Santuário de Fátima.

FALAR VERDADE EM TEMPO DE GUERRA: «A UCRÂNIA ESTÁ EM PIOR ESTADO DO QUE SE PENSA»

ARTIGO DE SURIYA JAYANTI PUBLICADO NA TIME

«Foi-nos dito que, dada a dimensão da inferioridade das tropas ucranianas no início da invasão russa, não perder a guerra seria, por si só, uma forma de vitória para a Ucrânia. A diferença entre as expectativas e a surpreendente resiliência dos militares ucranianos torna fácil interpretar mal a situação actual a favor da Ucrânia. Mas não vencer é sempre não vencer. A Ucrânia está numa situação muito pior do que comummente se acredita e afirma e continuará a precisar de uma quantidade impressionante de ajuda e apoio para realmente vencer.
Adoramos outsiders. Adoramos os zé-ninguém corajosos que têm sucesso contra todas as probabilidades. Oferecem esperança às nossas vidas banais e fazem-nos sentir moralmente superiores. É por isso que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky seduziu com tanto sucesso o mundo inteiro. O seu desafio contra ventos e marés forneceu-nos alguém por quem torcer contra um bruto. Ao encorajar os ucranianos, que lutaram e se superaram, também pudemos aliviar um pouco a nossa vergonha por deixá-los a morrer sozinhos no meio da neve e da lama, eles a quem havíamos prometido protecção, "garantias de segurança".
Infelizmente, a liderança de Zelensky e o dilúvio de ajuda humanitária e militar internacional que ele suscitou não impediram um nível chocante de destruição das cidades, economia e sociedade ucranianas. O facto de Kiev não ter caído e de as tropas russas se terem retirado para Leste mascara como a Ucrânia está num estado pior do que aquele que é retratado pelos media.
Convém lembrar que a Ucrânia luta contra uma invasão russa desde 2014. Entre 2014 e Fevereiro de 2022, quase 10 mil pessoas foram mortas na guerra latente em Donbass, mas pouco ou nenhum progresso militar foi feito. A Ucrânia luta agora com o mesmo exército num teatro alargado contra uma força rival superior. É graças ao valor absoluto das suas tropas que a Ucrânia conseguiu, desde 24 de Fevereiro, não apenas manter-se, mas também forçar os russos a recuar de Kiev, Kharkiv, Chernigiv e áreas vizinhas.
A Rússia, no entanto, controla agora um território ucraniano muito maior do que antes de 24 de Fevereiro. O exército de Putin detém Kherson, o que resta de Mariupol, todo o território de intervenção, e agora não apenas Luhansk e Donetsk, mas também toda a região do Donbass. Por exemplo, enquanto as autoridades ucranianas controlavam cerca de 60% de Luhansk antes da recente invasão russa, as forças russas controlam agora mais de 80% da região. Ocupam também cerca de 70% da região de Zaporizhye. Cumulativamente, isso representa um aumento do território ocupado pelos russos de cerca de 7%, incluindo a Crimeia, antes de Fevereiro, mais do dobro actualmente. Visto a essa luz, não perder parece muito mais uma derrota do que uma vitória.
O Ministério da Defesa ucraniano não divulga o número de baixas em combate para manter o moral das tropas, mas especialistas calculam que a Ucrânia perdeu pelo menos 25 mil soldados - entre 11 mil mortos e 18 mil feridos. Após mais de dois meses e meio de guerra, as perdas da Ucrânia representam pelo menos 10% de seu exército, provavelmente exausto, de menos de 250 mil homens. Essas perdas, no entanto, são muito, muito inferiores às da Rússia, que se calculam em mais de 35 mil, reforçadas por uma surpreendente perda de armas e equipamentos, como tanques e navios de guerra.
O sucesso relativo da Ucrânia deve-se em parte às armas que pelo menos 31 governos ocidentais lhe forneceram. A Grã-Bretanha enviou mísseis anti-tanque, anti-aéreos e anti-navios, sistemas de defesa aérea e outras armas; a Eslováquia, o sistema de defesa aérea S-300, os drones dos Estados Unidos, obuses, mísseis e sistemas anti-blindagem, e isto é apenas uma amostra. Tais armas permitiram à Ucrânia maximizar sua vantagem no terreno, firmar a determinação das suas tropas e explorar as fraquezas militares da Rússia e a sua aparente falta de planeamento e preparação. Sem o envio desse material, Kiev poderia já ter caído.
Porém, apesar de a Ucrânia estar a regurgitar de armas e outros equipamentos militares, funcionários do Ministério da Defesa e combatentes voluntários admitem discretamente que não têm capacidade para absorver a ajuda. A maioria dos equipamentos e armas requer treino para poder ser usado o que, mesmo disponível, leva tempo. Da mesma forma, o afluxo de 16 mil ou mais combatentes voluntários estrangeiros pode parecer uma grande e inesperada vantagem, mas, na verdade, quase nenhum deles tinha experiência ou treino militar. De acordo com o pessoal do Ministério da Defesa e alguns dos soldados voluntários das forças especiais estrangeiras no terreno, eles eram, na maioria dos casos, pouco mais do que bocas extras a alimentar.
Economicamente, a Ucrânia sobrevive, mas apenas isso. As sanções contra a Rússia, que devem resultar numa contracção de cerca de 7% do PIB, não servem de guarda-chuva ao colapso de 45-50% do PIB que a Ucrânia enfrenta. Pelo menos 25% dos negócios estão fechados, embora o número daqueles que pararam completamente de operar tenha caído de 32% em Março para 17% em Maio. Mas o bloqueio dos portos ucranianos do Mar Negro - Mariupol, Odesa, Kherson, etc. - pela marinha russa impede tanto a importação de combustíveis para abastecer o sector agrícola como a exportação de grãos e outros produtos ucranianos. A incapacidade de exportar custa à economia ucraniana 170 milhões de dólares por dia. Enquanto isso, a Rússia tem como alvo armazéns de combustível ucranianos, silos de grãos e armazéns de equipamentos agrícolas, prejudicando cadeias de abastecimento já esfarrapadas. O sector de eletricidade está a enfrentar um colapso, pois muito poucos cidadãos e empresas ucranianas conseguem pagar as suas contas.
Maio não é apenas um mês agrícola crítico, é também quando a Naftogaz começa a comprar gás natural para armazenamento antecipando o frio do Inverno ucraniano. A gigante estatal de energia já estava em más condições antes da invasão, com o CEO a pedir ao governo ucraniano um resgate de 4,6 mil milhões em Setembro de 2021. Agora, com os mercados de gás muito apertados e sem fundos, não é claro como o país se poderá preparar para o Inverno, quando as temperaturas caírem abaixo dos 20 graus negativos. Para aumentar a perspectiva de um Inverno trágico em 2022/2023, a maioria das minas de carvão da Ucrânia está em Donbass, onde a ofensiva da Rússia continua.
A Casa Branca estaria a considerar anular a dívida soberana ucraniana, o que sem dúvida ajudaria Bankova (o equivalente ucraniano da Casa Branca). O mesmo se aplicará, entre outras medidas, aos 15 mil milhões de euros em títulos de dívida que a Comissão Europeia planeia emitir para cobrir os próximos meses da Ucrânia. No entanto, isso não trará de volta os mais de seis milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças, que fugiram do país. E se os homens fossem autorizados a sair, esse número decerto quase duplicaria.
Relatórios recentes de que 25 a 30 mil pessoas estão a voltar à Ucrânia todos os dias do exterior são encorajadores, mas a Ucrânia já enfrentava um problema de fuga de cérebros antes da invasão. Muitos cidadãos já tentavam deixar o país mais pobre da Europa. Antes da guerra, os ucranianos eram a terceira maior população imigrante da UE, depois de Marrocos e da Turquia. Hoje, a Agência Internacional do Trabalho estima que 4,8 milhões de empregos foram perdidos na Ucrânia, número que aumentará para sete milhões se a guerra continuar. E depois de muitos meses de guerra, as crianças ter-se-ão estabelecido em novas escolas no exterior, as mães estarão integrando-se no seu novo mundo, e ambas estarão esperando que maridos e pais se lhes juntem. Algumas voltarão à Ucrânia, claro, mas muitas darão prioridade ao conforto das suas famílias e às oportunidades para os seus filhos em detrimento dos apelos ao patriotismo.
Mais perturbador, muitos ucranianos que permaneceram no seu país começaram a perguntar-se como será ele reconstruído. A guerra rompeu o tecido social. Uma mãe de Poltava disse não confiar mais nos vizinhos que conhecia há 40 anos, pessoas que considerava como família antes da invasão. Um jovem voluntário, ex-activista da sociedade civil, descreveu a caça aos sabotadores e como começou a ver simpatizantes russos em todo o lado. Os ucranianos que têm o russo como língua materna, e que representam pelo menos um terço da população, sentem-se desconfortáveis ​​ou até com medo de usar a sua língua. A confiança foi quebrada, mesmo se o nacionalismo cresceu. Não importa a rapidez com que a Rússia recue, a reconstrução de comunidades será um desafio.
O governo dos EUA decidiu em Maio reenviar simbolicamente alguns de seus funcionários diplomáticos para Kiev, revertendo parcialmente a sua retirada rápida e derrotista quando assumiu que Kiev cairia em poucos dias. O presidente Biden nomeou finalmente um embaixador americano para a Ucrânia após mais de três anos de ausência. A mensagem que estes gestos e os da UE transmitem é importante. Mas apesar de nosso desejo de ver a sobrevivência da Ucrânia como uma história de David derrotando Golias, e de nos alegrarmos por lhe termos fornecido a funda, o país está grave e perigosamente enfraquecido.
A Ucrânia necessita mais do que de símbolos e mais do que de armas. Não perder não é vencer, e será necessário um longo e profundo compromisso do mundo ocidental para ajudar a Ucrânia a vencer e a curar-se.»

DE FACTO, SÓ NOS FALTAVA MESMO UMA GUERRA DAS ESTRELAS...

«“Número crescente” de objectos não identificados têm sido observados no céu, diz o Pentágono

17/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: OS RUSSOS TOMARAM MARIUPOL

Propaganda é isto: uma derrota que se quer transformar numa vitória.

«Ucrânia declara fim da batalha por Mariupol.»
«As Forças Armadas da Ucrânia deram como concluída a missão de combate das suas forças em Mariupol.»
Só me apetece dizer asneiras!

ALARGAMENTO DA NATO: ERDOGAN INSISTE NO BLOQUEIO À FINLÂNDIA E À SUÉCIA

Dado que a entrada de novos membros exige a unanimidade dos sócios, esperamos para ver que contrapartida irão os americanos propor a Erdogan. Volto a insistir: no fim, quem se vai lixar vão ser os curdos. 

GUERRA NA UCRÂNIA: COMPRAS DE GÁS RUSSO MANTÊM-SE NA UNIÃO EUROPEIA

A União Europeia, que não conseguiu chegar a acordo sobre a suspensão da compra de gás, recua no boicote, tendo dado luz verde às empresas para continuarem a importar da Rússia.

Por amor da santa, chamem adultos à sala! 

14/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: INSISTIR EM PENSAR PARA EVITAR UM DESASTRE MAIOR

HENRI GUAINO: «NOUS MARCHONS VERS LA GUERRE COMME DES SOMNAMBULES»

LE FIGARO - 12/05/2022

TRIBUNE - Dans un texte de haute tenue, l’ancien conseiller spécial de Nicolas Sarkozy à la présidence de la République relève des analogies entre la situation internationale née de la guerre en Ukraine et l’état de l’Europe en juillet 1914. Sans renvoyer dos à dos l’agresseur et l’agressé, et tout en distinguant le bellicisme de Moscou et le discours désormais martial de Washington, il s’alarme du durcissement des positions en présence qui ne laisse aucune place à une initiative diplomatique et à une désescalade.

GUERRA NA UCRÂNIA: RÚSSIA CORTA FORNECIMENTO DE ELECTRICIDADE À FINLÂNDIA

... na sequência do pedido de adesão à NATO do país que tem com a Rússia uma fronteira de mais de mil quilómetros.

13/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: DESENTENDIMENTOS NO SEIO DA NATO

Enquanto na União Europeia o boicote ao gás russo continua a levantar objecções de vários países, veio agora a Turquia, membro da NATO, anunciar ser contra a adesão da Finlândia e da Suécia.

Por amor da santa, chamem adultos à sala!

ELON MUSK SUSPENDE A COMPRA DO TWITTER

O multimilionário anunciou a decisão no Twitter...

Segundo o jornal Libération, as acções do grupo caíram cerca de 20% após o anúncio do recuo na compra. As acções da TESLA subiram 5%. 


JOÃO RENDEIRO: ASCENSÃO E MORTE

O ex-banqueiro foi encontrado morto na prisão de Westville, em Durban, na África do Sul

A cela onde se encontrava preso tinha 80 metros quadrados e era ocupada por 50 reclusos. Sempre se recusou a regressar a Portugal para cumprir a pena a que havia sido condenado. 


A MEDITAÇÃO DE SEXTA: «É APENAS UM POUCO TARDE»

«... Se o tema do AO se tem mostrado arredado das minhas preocupações, de Greta Thunberg tenho-me lembrado bastante. A miúda que envergonhava os adultos responsabilizando-os pela destruição de Gaia, a coqueluche da comunicação social que ia obrigar-nos a salvar o planeta qual venerável Gandhi de Estocolmo subtraídas umas décadas à idade e o dhoti ao guarda-roupa, sumiu-se das notícias, ofuscada pelo gás russo e pela firmeza de Ursula von der Leven. Em resumo. Em matéria ambiental, depois das baleias, os ursos, depois dos ursos, a pegada de carbono, e depois da pegada de carbono, qual salto quântico, a guerra. Neste ínterim, como diria o juiz Carlos Alexandre, mantêm-se imperturbáveis os crentes nos carros eléctricos e nas colónias marcianas de Elon Musk. (...)»

12/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: RÚSSIA GANHA MAIS 50% COM A VENDA DE PETRÓLEO

Apesar das sanções, a Rússia, comparativamente ao ano passado, aumentou as suas receitas com a venda de petróleo nos primeiros quatro meses de 2022 em 50%! 

A informação é da Agência Internacional de Energia (IEA).

Por amor da santa, chamem adultos à sala!

Entretanto, correm notícias que o fornecimento de gás russo poderá ser cortado amanhã à Finlândia na sequência da declaração de pedido de entrada na NATO. 


GUERRA NA UCRÂNIA: DA "DESNAZIFICAÇÃO" DE PUTIN ÀS LOAS DOS DEMOCRATAS AO BATALHÃO AZOV

Quando se começam a ler democratas a saudar a coragem, o patriotismo e a determinação dos moços do Azov, depois de termos ouvido Putin usá-los como pretexto para a invasão da Ucrânia, estaria na altura dos extraterrestres tomarem conta disto. Era só. 

E a propósito [a partir de 17:44]


GUERRA NA UCRÂNIA: FINLÂNDIA ADERE À NATO

«... An opinion poll last week put support in Finland for joining Nato at 76%, with 12% against, a big swing towards membership since before the invasion. (...)» 

O ESTADO DAS ARTES


 

11/05/22

GUERRA NA UCRÂNIA: "AS LIÇÕES DE UMA TRAGÉDIA EUROPEIA" - A LER, ABSOLUTAMENTE

Entrevista de Natalia Routkevitch a Pierre Lellouche, publicada no número de Maio de 2022 de Politique Internationale

Natalia Routkevitch: Pourquoi le président russe a-t-il pris la décision, qui paraissait inimaginable à la plupart des observateurs, d’envahir et de ravager un pays de 40 millions d’habitants au cœur de l’Europe ?
Pierre Lellouche: Je pense que, fondamentalement, Vladimir Poutine n’a jamais totalement accepté le 8 décembre 1991. Ce jour- là, les dirigeants de la Russie, de la Biélorussie et de l’Ukraine ont signé l’acte de dissolution de l’URSS en profitant de la faiblesse de Mikhaïl Gorbatchev. Ce démantèlement s’est produit de façon pacifique, sans un coup de fusil. Or, pour Poutine, qui a qualifié l’effondrement de l’URSS de "plus grande catastrophe géopolitique du XXe siècle", la perte de l’Ukraine est inacceptable, bien plus encore que la perte des autres républiques soviétiques. Comme il l’a fait savoir lui-même dans un long article historique qu’il a fait publier sur le sujet au cours de l’été 2021, l’Ukraine fait partie, à ses yeux, du monde russe — et cela sur tous les plans, historique, culturel, ethnique, religieux, etc. De son point de vue, la sortie de l’Ukraine de la sphère d’influence russe et la perte du glacis qu’elle constituait à l’ouest de la Russie sont inconcevables.
D’ailleurs, il n’en a jamais fait mystère ; il a toujours martelé que la transformation de l’Ukraine en un État hostile était pour lui une "ligne rouge". C’est ce qu’il m’avait dit lors d’un dîner au Forum de Valdaï, en Russie, en septembre 2013, alors que l’UE se préparait à signer à Kiev un important accord d’association. Poutine avait répliqué par une offre de 15 milliards de dollars qui a été acceptée par le président ukrainien Ianoukovitch — une décision qui, à son tour, a provoqué la révolte de l’"Euromaïdan".
Poutine a tenté d’empêcher l’Ukraine de se tourner vers l’Otan, de faire en sorte de la conserver dans le giron russe. Mais puisque cela s’est révélé impossible, il a pris la funeste décision de se lancer dans cette guerre d’une cruauté épouvantable qui fait beaucoup de mal à tout le monde, au peuple ukrainien tout d’abord, mais aussi à la Russie elle-même.
N. R.: Cette tragédie pouvait-elle être évitée ?
P. L.: Jusqu’à la dernière minute, je pensais qu’elle pouvait être évitée et j’ai d’ailleurs pris position publiquement en proposant à des responsables politiques, notamment à Emmanuel Macron, un certain nombre d’initiatives pour éviter le pire. Malheureusement, il était déjà trop tard.
Le ciel s’est assombri dans le courant de l’année 2021, quand plusieurs événements qu’on peut voir comme annonciateurs de la catastrophe à venir ont eu lieu. D’abord, en Ukraine. Le président Zelensky, qui avait été élu en 2019 parce qu’il s’était engagé à mettre fin à la guerre dans le Donbass et à éradiquer la corruption, n’a tenu aucune de ses promesses. La corruption est restée colossale, y compris dans l’entourage immédiat de Zelensky.
La négociation sur les accords de Minsk, qui aurait pu pacifier la situation dans les républiques séparatistes, mais aussi dans les relations avec la Russie, n’a pas avancé. Ne disposant pas d’une autorité suffisante pour imposer la solution consistant en l’autonomisation des régions pro-russes, Zelensky a, au contraire, renforcé les mesures discriminatoires contre les russophones, en fermant des chaînes de télévision, en arrêtant des opposants et en restreignant encore davantage l’usage de la langue russe. Et en avril 2021, voyant que les sondages ne lui étaient pas très favorables, il a commencé à agiter le projet d’adhésion à l’Otan — une option qui avait, malheureusement, été laissée ouverte par les Occidentaux à la suite du sommet de Bucarest en 2008.
Au même moment, les incidents dans le Donbass commencent à se multiplier et les Russes massent cent mille hommes à proximité des frontières ukrainiennes, ce qui est présenté comme une "réponse à l’Otan et aux provocations ukrainiennes".
N. R.: Pensez-vous que la grande négociation que Moscou a cherché à lancer avec Washington à ce moment-là aurait pu changer le cours de choses ?
P. L.: Le 7 décembre 2021, lors d’un échange avec Joe Biden, Poutine dénonce à nouveau la volonté de l’Ukraine de rejoindre l’Otan et demande des "garanties sûres contre l’élargissement de l’Alliance". Il exige aussi le retrait des forces alliées des pays de l’ex-URSS. Une semaine plus tard, le 15 décembre, à Moscou, le ministre russe des Affaires étrangères Sergueï Lavrov remet un ultimatum à Wendy Sherman, secrétaire d’État adjointe des États- Unis. Il contient deux projets de traités, le premier portant sur la suspension de l’élargissement de l’Otan et, de facto, la neutralisation de l’Ukraine ; le second, sur le retrait d’un certain nombre d’armes considérées comme une menace par la Russie, notamment les missiles déployés en Pologne et en Roumanie.
Pour moi, c’est là qu’était le point nodal. Il fallait absolument trouver un arrangement avec Moscou sur ce sujet. J’avais le sentiment qu’un "package" était possible, avec un accord sur le statut de l’Ukraine qui garantirait l’intangibilité de ses frontières en échange de sa neutralité.
L’apaisement des rapports avec la Russie devait aussi passer par le règlement de la question du Donbass, selon une formule qui restait à déterminer (autonomie accrue, décentralisation, fédéralisation, etc.). Enfin, il me semblait nécessaire de reprendre les négociations sur les limitations des armements dont tout le système s’était délité, certes à cause des Russes, mais aussi à cause des Américains, surtout depuis leur dénonciation en 2001 du traité ABM de 1972 qui interdisait les armes anti-missiles. Depuis, la boîte de Pandore a été rouverte : il n’y a plus d’accord sur les armes conventionnelles, plus d’accord sur les armes nucléaires intermédiaires. Subsiste seulement le traité New Start russo-américain, mais rien concernant l’Europe. Il me paraissait indispensable de mettre ces trois dossiers sur la table. Si l’on avait réussi à dégager des compromis sur ces sujets, la catastrophe aurait pu être évitée.
Or l’administration Biden a répondu aux Russes qu’elle était prête à discuter des armements mais pas du principe de la "porte ouverte" à l’Ukraine dans l’Otan. Les Américains n’ont pas voulu stopper l’élargissement continu de l’Alliance, malgré le précédent de la guerre de Géorgie en août 2008, survenue quatre mois après l’adoption à Bucarest de la "perspective atlantique de la Géorgie et de l’Ukraine".
N. R.: L’élargissement de l’Otan a effectivement été constant depuis les années 1990, malgré les objections russes. De nombreux diplomates et stratèges occidentaux, comme George Kennan (l’architecte de la stratégie américaine de la guerre froide), ont souligné, dès les années 1990, que l’expansion de l’Otan était une « erreur tragique » susceptible de provoquer une "mauvaise réaction de la Russie". Pensez-vous qu’on a eu tort de ne pas écouter ces avertissements ?
P. L.: En effet, Kennan était contre l’élargissement de l’Otan, mais avec lui la plupart des meilleurs spécialistes et responsables américains républicains ou démocrates, de Paul Nitze à James Schlesinger, en passant par John Mearsheimer, William Perry, Robert Gates, Robert McNamara et beaucoup d’autres, y compris, bien sûr, Henry Kissinger. D’autant plus que les Américains s’étaient engagés à ne pas élargir l’Alliance et que cet élargissement n’avait pas de sens. Il n’y avait aucune raison de constituer un bloc militaire en Europe face à la Russie, sauf à se placer dans la perspective d’une guerre. Or on croyait être sorti de cette vision des choses ; il était même question de faire adhérer la Russie à l’UE ; je me souviens bien de cette époque ! Mais ces espoirs ont été vite douchés.
En 1991, lorsque j’étais conseiller diplomatique de Jacques Chirac, je voyais déjà une volonté claire des Américains d’étendre l’Otan et une volonté des Européens de l’Est, surtout des Polonais et des Baltes, paniqués à l’idée d’une résurgence de la Russie, d’y adhérer… Il y a donc eu un effet conjoint des lobbies américains et est-européens en faveur de l’extension de l’Otan — et c’est ainsi que, en quelques années, l’Alliance s’est retrouvée aux frontières de la Russie.
Je pense que si l’on avait traité la Russie non pas comme un pays vaincu mais comme un pays libéré, on aurait vécu dans un monde différent. Mais on n’a jamais adopté cette approche.
N. R.: Pourtant, les Russes, notamment sous la présidence d’Eltsine, ont fait de nombreux gestes de bonne volonté et de nombreuses concessions pour être traités comme des partenaires …
P. L.: Oui, mais on ne leur a pas tendu la main en retour. Quand une crise économique très grave s’est abattue sur la Russie, en 1998, on ne l’a pas aidée. Aujourd’hui, Andreï Kozyrev, qui fut ministre des Affaires étrangères (1990-1996) sous Boris Eltsine, lui- même libéral et pro-occidental, regrette que les Occidentaux n’aient pas à l’époque offert à la Russie le "véritable plan Marshall dont elle avait besoin".
Durant les années 1990, on n’a pas beaucoup aidé non plus les démocrates russes que j’ai bien connus, comme Egor Gaïdar et autres. On s’est dit égoïstement qu’ils allaient se débrouiller tout seuls. L’expérience démocratique qui commençait à peine est tombée à l’eau et le pays a alors commencé à prendre un virage autocratique. On a assisté, dès les années 1990, au durcissement du pouvoir, à des meurtres de journalistes, à des restrictions des libertés publiques. Le système russe s’est radicalisé et s’est mis à couper les ponts avec les Occidentaux. Quant à nous, nous avions la tête ailleurs. Il y a eu le 11 Septembre, où l’on a oublié que Poutine a apporté immédiatement son soutien à Bush. Mais l’Amérique est partie dans des guerres au Moyen-Orient qui se sont toutes révélées catastrophiques, et nous nous sommes focalisés sur le terrorisme. Pendant ce temps, nous avons élargi l’Otan, sans prêter la moindre attention aux Russes, avec un souverain mépris pour ce peuple fier.
N. R.:Pourquoi a-t-on échoué à rapprocher la Russie de l’Europe, à construire un système de sécurité commun ?
P. L.: Parce qu’il n’y avait pas de De Gaulle et de Churchill pour forger des stratégies à long terme. Ce qui est frappant dans cette histoire, c’est la médiocrité, l’inculture de la plupart des dirigeants occidentaux sur toutes ces affaires stratégiques fondamentales. On a fait de la politique à la petite semaine, sans réfléchir aux conséquences à plus long terme.
Moi, j’ai beaucoup cru dans la possibilité d’une telle alliance stratégique. Il y a, en effet, une grande complémentarité entre l’économie européenne, avec ses technologies, et la Russie, avec ses ressources, à la fois matérielles et intellectuelles. Cette Russie a un potentiel énorme pour équilibrer, avec nous les Européens, la Chine, et même les États-Unis. C’est notre voisin, c’est une puissance européenne, nous avons une longue histoire avec les Russes, notamment une histoire de conflits armés. L’armée française est allée jusqu’à Moscou et Sébastopol (deux fois!), l’armée russe est venue jusqu’à Paris. C’était extrêmement désagréable et, en toute logique, on devrait tout faire pour éviter que cela se reproduise. Les vrais sujets pour les Européens et les Russes, au XXIe siècle, c’est la Chine et l’immigration qui vient du Sud. Il aurait donc fallu être suffisamment intelligents pour trouver un accord continental avec la Russie, un accord adossé à des garanties de sécurité qui auraient permis de sortir de cette histoire de conflits réciproques et de suspicion. Cette relation de confiance et de coopération, c’est celle qu’on aurait pu et qu’on aurait dû construire avec les Russes, si l’on avait eu une vision continentale de l’Europe, au lieu de rester dans un paysage mental de guerre froide, préférant perpétuer un lien de dépendance permanent à l’égard des États-Unis.
Hélas, l’offensive lancée par Moscou le 24 février nous a ramenés précisément aux pires heures de la guerre froide. Il faudra des années pour reconstituer un socle de confiance. Mais le paradoxe, c’est que, en plein conflit ouvert avec la Russie, on continue à lui acheter du gaz et du pétrole en l’aidant ainsi à financer sa guerre, à hauteur de 800 millions de dollars par jour, alors que, en raison de notre désarmement budgétaire depuis trente ans, on ne fait absolument pas le poids pour la contrecarrer militairement ! Nous n’avons pas su assurer la paix et nous ne nous sommes pas, non plus, préparés à la guerre. Tout a été fait de travers…
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N. R.: Quelles sont les intentions de Poutine ? Selon vous, veut- il seulement mettre un terme à l’expansion de l’Otan vers l’Est ou bien reconstituer un Empire russe qui s’opposerait frontalement à l’Occident ?
P. L.: Comme j’ai déjà eu l’occasion de vous le dire, cette issue tragique n’était pas écrite d’avance. Si Poutine est bien évidemment l’unique coupable de son agression et, avant cela, de la dérive stalino-nationaliste de son régime, c’est nous qui avons puissamment contribué à fabriquer du revanchisme russe. À l’instar de ce qui s’est passé après la Première Guerre mondiale avec l’Allemagne. Nous avons été incapables d’établir une relation apaisée avec la Russie, susceptible de l’intégrer dans la famille européenne. Pis, nous l’avons méprisée. Or, quand vous manifestez du mépris et infligez de l’humiliation, à la fin vous récoltez le mépris et l’humiliation.
Clairement, aujourd’hui, Poutine méprise l’Europe. Il la voit comme un ventre mou en proie au "wokisme", à l’immigration incontrôlée, islamique d’abord, en perte d’identité. Or, pour Poutine, seule la Russie est restée fidèle aux valeurs chrétiennes. Le véritable Occident, c’est elle ! Il voit que l’Amérique est complètement éclatée, déchirée, que le niveau de ses hommes politiques est déplorable. Poutine pense — avec raison — qu’il n’y a rien à attendre d’un éventuel « reset », car il y a tellement de sanctions appliquées par le Congrès que même si le président voulait un véritable redémarrage des relations, il ne pourrait pas l’obtenir. Trump l’a voulu, mais il n’a pas pu le mettre en œuvre. Dont acte.
Je le répète : en refusant, depuis des années, de prendre au sérieux les demandes russes, on a laissé Poutine dériver vers un autoritarisme et un revanchisme de plus en plus prononcés. Si on l’avait mieux écouté à Munich en 2007, on n’en serait pas là.
N. R.: Pensez-vous que l’Ukraine aurait dû — ou devrait — être intégrée dans l’UE ?
P. L.: S’agissant de l’avenir, tout dépendra de la suite des événements. Au premier jour de la guerre, l’UE a lancé de manière ostentatoire, avant de le retirer aussi vite, un processus de candidature pour l’Ukraine. Ursula von der Leyen a même proclamé solennellement que ce pays "fait partie de la famille européenne". Mais alors, pourquoi ne l’avait-on pas fait avant? Eh bien, je vais vous dire pourquoi. J’ai bien connu et même beaucoup soutenu l’Ukraine indépendante. J’y ai été décoré en 2006 par le président Iouchtchenko, et je m’y suis rendu régulièrement. L’Europe a fait beaucoup d’efforts pour ramener l’Ukraine vers l’Europe, pour l’aider à mettre en place une démocratie digne de ce nom. Hélas, malgré ces efforts, le système politique ukrainien reste totalement corrompu, le niveau économique est très inférieur à la moyenne des pays européens, l’émigration y est massive et, politiquement, l’Ukraine est à des années-lumière de la démocratie… Dans les faits, le pays reste géré par des oligarques qui dominent la vie politique et économique; il existe même un tarif pour le siège de député ! Dans un tel contexte, tiraillé entre les pressions de Moscou et de profondes divisions à l’intérieur du pays, l’exécutif est faible et incapable de prendre des décisions de manière autonome, le vrai pouvoir se trouvant entre les mains des oligarques et de leurs structures de pouvoir.
C’est pour cette raison que le problème du Donbass n’a pas pu être réglé dans la cadre des accords de Minsk. Les forces ukrainiennes héritières de l’extrême droite des années 1930 qui détestent la Russie pour des motifs historiques n’ont pas permis à Zelensky de tenir sa promesse d’apaiser le pays en donnant plus d’autonomie aux régions séparatistes et d’arrêter les discriminations envers les russophones.
Les clivages historiques ont été maintenus dans cette ambiance de corruption et d’incapacité à fabriquer un État et à réaliser les réformes promises. Tout cela explique qu’on n’ait pas donné suite aux souhaits de rejoindre l’UE exprimés, depuis le début des années 2000, par différents gouvernements ukrainiens, au-delà d’un accord de libre-échange signé en 2014. Enfin, il y avait des lobbies, notamment en France, qui y étaient totalement opposés. Comme celui de l’agriculture : la FNSEA était vent debout contre l’adhésion de l’Ukraine.
Je crois cependant qu’à long terme faire adhérer l’Ukraine à l’UE pourrait être une solution attractive, et acceptable même pour les Russes. À condition qu’elle reste neutre. Après tout, au sein de l’UE, il y a bien cinq pays neutres (l’Autriche, Malte, la Finlande, l’Irlande et la Suède). D’ailleurs, on aurait dû aborder sérieusement cette question de la neutralité de l’Ukraine depuis bien longtemps, ce qui nous aurait permis d’éviter la guerre.
N. R.: Accepter la finlandisation et le statut neutre de l’Ukraine est souvent présenté comme une capitulation face à la loi du plus fort. Selon vous, est-on munichois — comme en 1938 — lorsqu’on préfère la stabilité à la liberté ?
P. L.: Les vrais munichois, ce sont ceux qui ont applaudi Zelensky à la conférence de Munich en février de cette année en lui disant : nous soutenons votre droit d’entrer un jour dans l’Otan, nous savons que la Russie, votre voisin, est contre, mais nous ne vous protégerons pas. Être munichois, c’est tromper l’Ukraine en lui faisant miroiter l’adhésion (que Kiev s’est empressée d’inscrire dans sa constitution), tout en sachant qu’on ne va pas la défendre les armes à la main.
Certes, Poutine a dérivé vers une vision de la politique de puissance qui a, hélas, le goût de cendre des années 1930 ; mais en face nous n’avons su ni négocier à temps ni nous montrer suffisamment fermes et forts pour le dissuader d’enclencher un processus fatal.
La négociation du statut de l’Ukraine n’est pas un tabou, et ce n’est pas être "munichois" que d’en parler. C’est ce qu’on a fait après la Seconde Guerre mondiale en donnant ce statut à l’Autriche ou à la Finlande, et c’est ce qui a permis de stopper les risques d’inflammation militaire et de les amener pacifiquement à intégrer l’UE. Il est regrettable qu’on ait refusé de faire la même chose vis-à- vis de l’Ukraine pour des raisons purement idéologiques. On le paie cher aujourd’hui, elle la première.
N. R.: On a dit à propos de l’Ukraine que chaque État a le droit de choisir librement ses alliances et ses orientations politiques. Les Russes répondent à cela que, si certains États d’Amérique latine décidaient de s’affranchir de la tutelle américaine et de nouer des partenariats avec d’autres grandes puissances, Washington ne les laisserait pas faire…
P. L.: Évidemment, c’est un point tout à fait pertinent. Si les Russes ou les Chinois se mettaient à bâtir des alliances économiques et stratégiques avec des voisins des États-Unis, ces derniers réagiraient très mal. Les principes de la loi internationale que nous agitons sont à géométrie variable. Certains ont des droits, d’autres moins.
Chez nous en Occident, la politique de puissance est habillée de la rhétorique des droits de l’homme et de la démocratie. Nous avons le droit d’exporter la démocratie en allant bombarder des villes. Hier, la "mission civilisatrice" justifiait la faute historique que fut la colonisation, faute que nous payons aujourd’hui par une immigration de masse des anciens colonisés. Et, à présent, avec la rhétorique des États-Unis qui se vivent en puissance du bien (benevolent power), nous estimons que nous avons le droit de créer un État musulman au Kosovo parce que cela nous plaît bien, le droit de changer des régimes, en Libye par exemple. Mais lorsque ce sont les autres qui proposent de faire la même chose, c’est moins acceptable !
Aujourd’hui, les Russes invoquent jusqu’à la caricature les mêmes arguments que ceux invoqués par les pays occidentaux pour mener leurs guerres. Les voilà qui prétendent "dénazifier" l’Ukraine ! Ils nous renvoient en quelque sorte face à nos propres errements quant à notre interprétation de la loi internationale. À chacun sa "guerre juste". Si choquant que cela puisse paraître, à nous qui prétendons défendre un supposé "ordre libéral international", celui des puissances démocratiques devenues, en fait, très minoritaires. Si l’on fait le compte des votes à l’ONU sur la guerre en Ukraine, les pays qui ne soutiennent pas les Occidentaux représentent plus de 5 milliards d’individus.
Pour toutes ces raisons, je pense qu’une certaine autocritique et un retour sur nous-mêmes ne seraient pas inutiles. Après l’Afghanistan ou le Mali (pour ne mentionner que ces deux exemples les plus récents), on devrait garder à l’esprit que les tentatives visant à changer des régimes dans des pays tiers par la seule force des armes sont vouées à l’échec.
(....)
N. R.: Quelles sont les mesures concrètes que les Européens devraient adopter pour poser les bases d’une nouvelle architecture européenne de sécurité et se prémunir contre d’éventuelles attaques ?
P. L.: L’heure de la fin des vacances européennes de l’Histoire a sonné ! Il est temps, pour eux, de redécouvrir leur Histoire, qui a toujours été celle de l’équilibre ou de l’affrontement des puissances. Ce passé est inscrit sur tous les monuments à Paris, comme il est inscrit partout à Moscou. Mais si, là-bas, ils ont gardé le sens de l’Histoire en la voyant toujours comme un changement constant dans l’équilibre des forces, ici, en revanche, nous l’avons complètement perdu en croyant que le temps s’était figé avec la fin de la guerre froide.
Quant à la possibilité de reprendre les choses en main et la construction d’une stratégie à long terme, je suis extrêmement sceptique, connaissant le mode de fonctionnement de l’UE et des pays européens. Savez-vous que quinze jours avant que les premiers chars russes ne pénètrent en Ukraine, lors des discussions sur la future fiscalité européenne dans le cadre de la transition énergétique (la fameuse "taxonomie"), l’Europe allait rendre impossible le financement du nucléaire et des industries de l’armement ! Pour des raisons morales, vous vous en doutez, au nom des droits de l’homme et des grands principes. C’est vous dire dans quel univers mental baignent les gens qui gèrent l’Europe…
Après l’invasion de l’Ukraine par la Russie, les Allemands ont annoncé un tournant en matière de défense et un budget conséquent de l’ordre de 100 milliards d’euros. Mais pour reconstruire une armée capable de mener des combats de haute intensité, avec des munitions disponibles pour plusieurs semaines, voire plusieurs mois, il faut au moins dix ans ! Pour que nous ne dépendions plus du gaz russe, c’est pareil : dix ans. Pour relancer les programmes nucléaires, ça prend dix ou quinze ans. Il faut investir dans des terminaux de regazéification, à supposer qu’on puisse faire venir du gaz liquéfié du Qatar et d’autres sources. Ce sont des installations lourdes qui demandent beaucoup de temps et d’investissements.
Or cet argent, on va en avoir besoin tout de suite pour amortir la hausse des prix du chauffage, de l’essence, pour accueillir des réfugiés, etc. On va faire exploser les déficits budgétaires dans toute l’Europe, pile au moment où il faut revoir toute la politique de défense et lancer le grand débat sur la transition énergétique. Comment répondre simultanément à ce défi de la transition et à celui de la crise énergétique qui va résulter de cette guerre ? C’est une question clé.
N. R.: Croyez-vous que, dans la situation actuelle, l’Europe de la défense a plus de chances de voir le jour que par le passé ? Et que l’UE va sortir renforcée de cette crise ?
P. L.: L’Europe de la défense à 27 est un mirage. Cette entité imaginaire s’est révélée incapable de répondre à des défis sérieux. Quant à l’UE à 27, c’est un énorme rouleau compresseur en coton, qui ne sert qu’à réglementer les problèmes du quotidien et contourne tous les sujets graves, comme celui de la relation avec la Russie ou avec la Turquie, qui sont pourtant sur la table depuis des années. Chaque fois qu’on devait prendre une décision importante, on comprenait que c’était impossible de s’entendre à 27 ; donc il n’y avait pas de décision. De par son fonctionnement, l’Europe est une machine à esquiver les problèmes difficiles et à surréglementer des problèmes secondaires. Elle n’a pour elle ni la puissance des nations, qu’elle s’évertue à contraindre en permanence, ni la puissance de la prétendue fédération qu’elle affirme représenter mais qui, en réalité, n’existe pas. C’est le pire des systèmes possibles. L’UE ne sera jamais une puissance en tant que telle mais elle empêche les anciennes puissances européennes, la France et l’Allemagne au premier rang, d’exercer pleinement la leur. C’est pour cela que les Britanniques en sont sortis.
Si l’Europe veut survivre, elle doit adopter une autre forme. Celle d’une véritable union politique franco-allemande, qui permettrait de mettre en commun les ressources et d’installer un centre décisionnel. Autour, on peut avoir, certes, un deuxième cercle de pays, mais il faut partir des bases franco-allemandes, comme l’avaient prévu Charles de Gaulle et son traité de l’Élysée, présenté en 1963 (27). L’union politique et stratégique entre Paris et Berlin pourrait relancer nos capacités de recherche, notamment en matière de microprocesseurs, de cyber, d’espace, mais aussi d’industrie de défense. Autant de domaines où nous sommes distancés par les Américains, mais aussi par les Chinois. Si l’on veut que l’Europe existe, il faut reconstituer ses bases politiques, développer la recherche fondamentale dans un grand nombre de secteurs clés, revoir la politique énergétique et reconstruire une politique de défense. Voilà l’agenda. Sauf que je ne vois pas de leaders nationaux capables de le mettre en place ! Les mauvaises habitudes sont déjà de retour : ainsi la première décision de réarmement en Allemagne s’est traduite par l’achat de 35 chasseurs-bombardiers américains F-35.
N. R.: Quels sont, à vos yeux, les dirigeants occidentaux qui ont le mieux perçu les enjeux de la guerre déclenchée par la Russie en Ukraine? Ceux qui pourraient peser sur le cours des événements et être entendus par Poutine ?
P. L.: Le départ d’Angela Merkel ne nous a pas aidés. La chancelière parlait le russe et avait bien connu l’Union soviétique. Elle pouvait discuter avec Poutine. Je ne sais pas s’il respecte et écoute d’autres dirigeants européens.
Quoi qu’il en soit, l’Histoire montre que les grands hommes ne sont pas fabriqués en temps de paix. Ils surgissent lorsque explosent de graves tensions et des turbulences apparemment incontrôlables. Les démocraties modernes "post-nationales", elles, fabriquent de la médiocrité et des politiques à court terme tournées exclusivement vers les besoins intérieurs des sociétés, elles-mêmes concentrées sur la satisfaction de toujours plus de besoins et de libertés individuelles. Poutine, ça fait plus de vingt ans qu’il est là ; il en a vu passer des présidents et des chefs de gouvernement! Lui, il a pu installer une politique dans la continuité, chose qui n’existe plus en Occident — et aux États-Unis, encore moins qu’ailleurs. Kissinger le regrette depuis fort longtemps. Il n’y a plus de consensus bipartisan aux États-Unis, sauf peut-être pour sanctionner en permanence la Russie et la Chine. En Europe, des consensus se dégagent sur la nécessité de verdir l’économie ou sur les droits des minorités, mais la question de la survie même de la nation est laissée à l’extrême droite, ce qui est quand même malheureux.
Le vrai drame, c’est, comme je vous l’ai déjà dit, l’inculture abyssale des élites occidentales sur ces sujets. La vision stratégique, la connaissance de l’Histoire se sont évaporées. Regardez le niveau des candidats à l’élection en France. Regardez M. Trudeau. On voit des responsables occidentaux de haut niveau qui pensent, comme John McCain, que la Russie n’est qu’une énorme station-service, qui ne connaissent rien de ce pays et de notre passé commun. Certains élus américains ont été jusqu’à mettre à prix la tête de Poutine… C’est la dictature de l’émotion, où la dénonciation moralisatrice et l’invective tiennent lieu de politique. Avant l’invasion de l’Ukraine, Biden avait dit de Poutine qu’il était selon lui un "tueur". Il le qualifie aujourd’hui de "dictateur meurtrier" et même de "criminel de guerre". Mais alors comment négocier la paix avec un criminel de guerre? Par définition, un criminel de guerre doit finir à Nuremberg, et son régime doit être balayé. Est-ce donc cela, la politique occidentale? Le changement de régime à Moscou et le jugement de Poutine devant la CPI ? Je ne vois pas qui pourrait être l’homme de la situation. Je souhaite qu’Emmanuel Macron puisse l’être.
(....)

Il est difficile de prédire l’issue du conflit mais in fine je pense que Poutine obtiendra ce qu’il veut: une Ukraine neutralisée par la force et peut-être amputée d’un quart de ses territoires, voire davantage. Or, ce qui est tragique, c’est qu’on aurait pu se mettre d’accord sur cette neutralité depuis longtemps. Cela n’aurait pas empêché l’Ukraine de s’orienter progressivement vers l’UE et l’on aurait évité les victimes et les destructions. Trop tard ! La rupture entre la Russie et l’Occident qui en résultera sera profonde et durable. Au lieu de faire partie de la famille européenne, la Russie se condamne elle-même à n’être que le satellite de la Chine.»