22/07/22

CRISE DOS CEREAIS: ACORDO ASSINADO E ISTO MERECE UM PONTO DE EXCLAMAÇÃO!


Inspecções nas partidas e chegados dos navios
A inspecção dos navios que transportam os grãos era uma exigência de Moscovo, visando garantir que não servissem para fornecer armas à Ucrânia. Ao contrário do previsto, as inspecções não terão lugar no mar por motivos práticos, mas na Turquia, provavelmente em Istambul que tem dois grandes portos comerciais, na entrada do Bósforo. Liderados por representantes das quatro partes, ocorrerão na partida e na chegada dos navios.
Vias de transporte seguras
Russos e ucranianos comprometem-se a manter as rotas marítimas através do Mar Negro livres de qualquer actividade militar. Segundo o acordo, se for necessária a retirada de minas, esta deverá ser realizada por um "país terceiro" ainda não foi especificado. Com partida da Ucrânia, os navios serão escoltados por navios ucranianos (provavelmente militares), abrindo caminho para a saída das águas territoriais ucranianas.
Quatro meses renováveis
O acordo será válido por quatro meses e renovado automaticamente. Atendendo a que 20 a 25 milhões de toneladas de cereais estão actualmente retidas nos silos dos portos ucranianos, a uma média de oito milhões de toneladas transportadas por mês, os quatro meses devem ser suficientes para liquidar os stocks.
Contrapartida para cereais e fertilizantes russos
Um memorando de entendimento deve acompanhar o acordo, assinado pelas Nações Unidas e pela Rússia, garantindo que as sanções ocidentais contra Moscovo não incidirão directa ou indirectamente nos cereais e fertilizantes russos. Esta era uma exigência da Rússia, condição sine qua non para a assinatura do acordo.

1 comentário:

Luís Lavoura disse...

Pois, vamos a ver como é que os países do "Ocidente" descalçam a bota da aplicação do ponto 4, ou seja, como é que eles abrem exceções às sanções por forma a garantir que a Rússia fica capaz de exportar, também ela, os seus produtos agrícolas - que não são em menor quantidade que os ucranianos - e os fertilizantes que produz - que não são menos necessários para o mundo do que os produtos agrícolas.
Tenho a impressão de que o "Ocidente" se vai ter que fartar de andar de lado nas sanções.