22/09/23

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «A ilustre casa de Portugal»

«(...) Tão à-vontade a emborcar uma mini pelo gargalo na Ovibeja como a beber una caña com Felipe VI de Espanha numa esplanada em Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa não consegue escapar ao pecadilho dos bem-nascidos que se relacionam com o povo (recordo o poema de Cesariny [“Vamos ver o povo / Que lindo é / Vamos ver o povo. / Dá cá o pé. // Vamos ver o povo. / Hop-lá! / Vamos ver o povo. / Já está.”]) mesclando comportamentos paternalistas e elitistas com uma condescendência mais ou menos postiça.

3 comentários:

António Alves Barros Lopes disse...

Está tudo em https://lopesdareosa.blogspot.com/2023/09/o-antes-e-o-depois-do-sni.html

Anónimo disse...

Sobre presidenciáveis, lembrei-me disto:

“- Deus é grande – respondeu o mendigo. Mas que interessam os negócios. Ele há na vida tantas alegrias. Não estarás tu a par do caso das eleições?
- Não, nunca leio os jornais.
- Esse não veio nos jornais. Contaram-me.
- Diz lá então.
- Ora ouve! O caso passou-se numa aldeola do Baixo Egipto, durante as eleições para a junta de freguesia. Quando os funcionários do Governo abriram as urnas, notaram que na maioria dos boletins de voto estava escrito o nome Bargute. Ora os ditos funcionários não conheciam tal nome, que não figurava na lista de nenhum partido. Inquietos, logo se puseram à cata de informações; e acabaram por saber, pasmados de todo, que Bargute era o nome dum burro por quem toda a gente da aldeia nutria muita estima, por via da sabedoria do animal. Quase todos os moradores tinham votado nele. Que me dizes tu desta história?”

Mendigos e altivos – Albert Cossery

jose disse...

Quando falam do povo vem-me à tona,à tola: Tome lá esta moeda mas não vá gastar tudo em vinho.
Sua Excelência é um mistério.