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8 comentários:
Certamente não se trata de um diálogo de quem ficou sem energia devido aos bombardeamentos russos com essa finalidade.
E isso explica o quê sobre a estratégia europeia? Chutar para o lado não é resposta, nunca foi.
Estevão,
ah, já entendo. Nós temos que ficar sem energia por solidariedade com os ucranianos que ficaram sem ela. Para mostrar que estamos irmanados com eles, devemos passar frio tal como eles passam.
Pelo que tenho vindo a ler, a estratégia europeia centra-se na sua emancipação da Rússia quanto à dependência energética desta, fundamentalmente por a Rússia não ser um parceiro fiável e ter dado sobejas provas de que usa a energia como arma.
Claro que tem havido algumas manifestações pró-russas, como recentemente em Praga, esta convocada pela extrema-direita e pelos comunistas. Também houve aqui, posteriormente, manifestações a favor.
Citando o JN de hoje, “ … Vários analistas têm antecipado que a Rússia aposta que a crise energética torne difícil a vida dos europeus durante o inverno, levando a pressões para que os governos diminuam o apoio a Kiev e aliviem as sanções contra Moscovo.” E também neste sentido, a Rússia tem vindo a destruir infraestruturas energéticas na Ucrânia.
No meio desta enorme miséria, haverá sempre quem se coloque ao lado da Rússia. Infelizmente.
Estevão,
a estratégia de diminuir a dependência da Rússia seria em princípio boa. Agora, uma coisa é diminuir a dependência, outra completamente diferente é cortar totalmente com as compras de produtos energéticos à Rússia. Essa, é uma má estratégia. É uma estratégia que (1) provoca fortes perturbações no mercado mundial, (2) encarece os produtos, e (3) faz com que eles faltem. No limite, faz com que europeus tiritem de frio no inverno e indústrias tenham que parar por falta de energia e matéria-prima.
Uma coisa é uma estratégia razoável - equilibrar entre diferentes fornecedores - outra totalmente diferente é uma estratégia extremista - cortar totalmente com o principal fornecedor.
A situação exige-nos solidariedade com a Ucrânia, não financiando a máquina de guerra russa e fugindo também à chantagem permanente dos governantes deste país.
Chantagem essa pré-anunciada pelo Rasputine de Putin, aqui tão bem exposta:
“ … Defende o uso da dependência do Ocidente do petróleo e do gás russos para exercer pressão. Esta tem sido uma preocupação há anos e, sem dúvida, está dificultando as sanções.”
https://derterrorist.blogs.sapo.pt/the-de-nazification-of-ukraine-govt-4919890
Claro que esta posição nos vai custar.
Mas será sempre muito menos do que Aristides de Sousa Mendes pagou.
Há uma grande diferença moral entre sofrer para ajudar pessoas, como Aristides de Sousa Mendes fez, e sofrer para ajudar projetos geopolíticos, que é aquilo que os atuais dirigentes europeus nos forçam a fazer.
Há também uma grande diferença moral entre sofrer porque se quer ajudar, como Aristides de Sousa Mendes fez, e sofrer porque o poder do Estado nos obriga a ajudar, que é aquilo que estamos a fazer.
Já vem sendo tempo do Luís Lavoura deixar o “ sofrer porque se quer ajudar .. “ para os Coríns Tellados desta vida e centrar-se
- na solidariedade para com as vítimas da guerra e
- no grande projecto geoestratégico de Lisboa a Vladivostok
https://visao.sapo.pt/atualidade/mundo/guerra-na-ucrania/2022-04-05-construir-uma-eurasia-de-lisboa-a-vladivostok-medvedev-diz-que-este-e-o-objetivo-russo/
https://www.sabado.pt/mundo/detalhe/objetivo-de-putin-e-eurasia-aberta---de-lisboa-a-vladivostok-diz-o-seu-aliado
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