14/09/22

ARTURO PÉREZ REVERTE: UMA ENTREVISTA PARA TODOS OS ENTEDIADOS QUE DISPARAM MÍSSEIS DOS SOFÁS E ATÉ ACHAM QUE OS UCRANIANOS TRATAM MELHOR OS CÃES DO QUE OS RUSSOS AS PESSOAS

E reafirmo: não haverá nada mais repugnante do que os Vivas à Guerra! Talvez apenas o abuso sexual de crianças.
«... E eu vi a guerra civil. Cobri várias guerras civis como repórter e é sempre o mesmo. A condição humana vem à superfície no bom e no mau. Solidariedade, bondade, camaradagem, compaixão, bem como mesquinhez, maldade e crueldade. Assim, uma guerra civil é um lugar onde é muito difícil traçar linhas entre o bem e o mal, porque é tudo muito confuso. O problema em Espanha agora é que há pessoas que não conheceram a guerra, que não a viveram e estão a fazer um discurso absolutamente pernicioso sobre a Guerra Civil, como se houvesse realmente um lado bom onde não houvesse culpa e um lado mau onde não houvesse virtude. E isto é até perigoso. É por isso que este romance visa equilibrar as coisas. Ou seja, de ambos os lados houve heroísmo e crueldade, maldade e coisas admiráveis. Isso é porque os seres humanos são assim.

1 comentário:

Rui Pinto disse...

Cheguei a acreditar que na Europa não teríamos mais guerras sob a forma armada.
Pensei que as guerras no futuro seriam económicas ou por via de ataques informáticos.
Mas não. E o pior foi assistirmos à legitimação (em muitos jornais e sikis) de ver num jovem armado um acto de heroísmo.