Pedir a paz? Ceder a Putin. Pedir negociações? Ceder a Putin. Pedir um cessar-fogo? Ceder a Putin.
Instaladas no conforto dos seus dias, lê-se gente para quem a guerra — até ao último ucraniano ou até ao último russo? — é a única solução possível. Tudo o resto é propaganda putinista.
Criticam aqueles que alertam para os desmesurados sacrifícios — para referir apenas uma das consequências desta guerra — que a escalada descontrolada do conflito irá impor ao mundo.
Qual é o preço que estamos dispostos a pagar pela nossa liberdade?, perguntam armados em Churchill de quinta categoria.
Sempre a alardear uma moral obesa, cheia de vento, falam dos apaziguadores como sendo gente preocupada com a sua vidinha. Percebe-se. Afinal, a vidinha desta gente continua tão confortável que, vai-se a ver, os seus sacrifícios resumem-se a desligar o ar-condicionado.
É o que se chama olhar o mundo à sua imagem e semelhança.
3 comentários:
Há um conflito insanável entre aqueles para quem a prioridade é a paz e aqueles para quem a prioridade é a vitória. Os primeiros querem a paz, mesmo sendo derrotados. Os segundos querem a vitória, mesmo que para isso se tenha que guerrear muito tempo.
Para a União Europeia, claramente, a prioridade é a vitória, como Ursula von der Leyen tão bem exprimiu: "Esta é uma guerra que não nos podemos permitir perder", disse ela. Para quem pensa assim o número de baixas não importa, os mortos e os feridos são irrelevantes, porque o mais importante é no fim ter a vitória.
Recordo um dia Ariel Sharon ter dito que queria a paz com os árabes. É sem dúvida verdade - ela queria a paz, mas somente após a vitória total.
Além de não ver o que seria uma vitória, na linha da Ursula, o que me preocupa é com que é que vai o Putin contentar-se qd isto se tornar insustentável. Porque qd em pleno século XXI há um governo da UE - a Polónia - que aconselha os seus cidadãos a apanhar lenha para se aquecerem no Inverno, isto vai tornar-se insustentável de certeza.
Vamos ver em breve uma coisa estranha: a malta que apoiou o Guaidó (a começar por…) a querer petróleo da Venezuela…
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