«Após um estranho e longo silencio, em que o que aparecia relativo às malfeitorias bancárias se resumia ao BPN, BPP e em menor grau ao BCP, a imprensa começa timidamente a falar dos banqueiros de topo, aqueles que fazem e desfazem governos e que estão sempre ao lado do poder, de Salazar a Passos Coelho, passando pelos socialistas. Não me refiro ao que é ilegal, porque disso deve cuidar a justiça, mas dos "esquecimentos" que levam milhões lá para fora sem serem declarados ao fisco, para depois a memória melhorar, ou ser melhorada e o dinheiro regressar cá dentro com um pequeno imposto para pagar de bónus.
Mas há um silêncio muito esquisito, se não fosse verdadeiramente pouco esquisito, no modo como as coisas estão: estando o governo envolvido numa luta épica para que os portugueses paguem impostos, nunca condenou estes "esquecimentos"? Insisto, condenar do ponto de vista da moral cívica, já que a lei é suposto ter outro andamento e outras consequências. É verdade que mesmo com a lei em curso, o governo às vezes fala à vontade, como a nossa ministra da justiça fez recentemente, dizendo que "a partir de agora deixou de haver impunidade". Mas era para o PS de Paris e não para a banca. Aqui é só silêncios e gentilezas. Para a banca faltosa, não há mesmo nenhuma palavrinha zangada, vindo do mesmo ministro e primeiro-ministro e dos vários secretários de estado que incham o peito contra as cabeleireiras, os mecânicos de automóveis, e os donos de café e restaurantes? Aí sim, há palavras duras e mostras de robusta firmeza.
Não deviam os governantes dizer alguma coisa? Dever, deviam. Dizer, não dizem.», Pacheco Pereira
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
EM REDE
- 2 dedos de conversa
- A balada do café triste
- A causa foi modificada
- A cidade das mulheres
- A curva da estrada
- A dança da solidão
- A rendição da luz
- A revolta
- A terceira via
- A única real tradição viva
- Abrasivo
- Agricabaz
- Agua lisa
- Albergue espanhol
- Ali_se
- Amor e outros desastres
- Anabela Magalhães
- Anjo inútil
- Antologia do esquecimento
- Arrastão
- As escolhas do beijokense
- As folhas ardem
- Aspirina B
- ayapaexpress
- Azeite e Azia
- Bibliotecário de Babel
- Bidão vil
- Blogtailors
- Casario do ginjal
- Centurião
- Church of the flying spaghetti monster
- Ciberescritas
- Cidades escritas
- Cinco sentidos ou mais
- Claustrofobias
- Coisas de tia
- Complicadíssima teia
- Contradição Social
- Dazwischenland
- De olhos bem fechados
- Dias Felizes
- Do Portugal profundo
- Duelo ao Sol
- e-konoklasta
- e.r.g..d.t.o.r.k...
- Enrique Vila-Matas
- Escola lusitânia feminina
- Fragmentos de Apocalipse
- Governo Sombra
- Helena Barbas
- If Charlie Parker was a gunslinger
- Illuminatuslex
- Incursões
- Instante fatal
- Intriga internacional
- João Tordo
- Jugular
- Klepsydra
- Last Breath
- Ler
- Les vacances de Hegel
- Letteri café
- LInha de Sombra
- Mãe de dois
- Mais actual
- Malefícios da felicidade
- Manual de maus costumes
- Metafísica do esquecimento
- Mulher comestível
- Nascidos do Mar
- Non stick plans
- O Declínio da Escola
- O escafandro
- O funcionário cansado
- O jardim e a casa
- O perfil da casa o canto das cigarras
- Obviario
- Orgia literária
- Paperback cell
- Parece mal
- Pedro Pedro
- Porta Livros
- Pratinho de couratos
- Raposas a Sul
- Reporter à solta
- Rui tavares
- S/a pálpebra da página
- Se numa rua estreita um poema
- Segunda língua
- Sem-se-ver
- Sete vidas como os gatos
- Shakira Kurosawa
- Sorumbático
- Texto-al
- The catscats
- There's only 1 Alice
- Tola
- Trabalhos e dias
- Um dia... mais dias
- Um grande hotel
- We have kaos in the garden
4 comentários:
O Pacheco P. chama-lhe um "silêncio muito esquisito". Esquisito?! Qual silêncio esquisito?! É conivência mesmo. Pacheco P. não sabe isso?! Acordou agora?! Deixem-me rir.
Mas porque será que o governo não condenou estes "esquecimentos"?, pergunta ele. Será Pacheco P. um menino ingénuo? Não reconhece o seu próprio partido?
Um Presidente, uma maioria, um governo, eis o pleno da direita pela primeira vez desde o 25 de Abril. O resultado está à vista.
Mas o que esperava Pacheco P.?
O Pacheco Pereira é um mistério. Mas é um mistério inteligente, democrata e com sentido político e social. Fosse um pouco mais risonho, e eu confiaria nele a 100%. Assim...
Embora não morra de amores por Pacheco Pereira, reconheço a sua inteligência e dou por mim sensibilizado com o modo como aborda certos temas.
Dito isto, não seria de pôr Pacheco Pereira a dar explicações a Seguro sobre como fazer oposição a este Governo?
O Pacheco tem um P bem treinado; não se esqueçam do passado
Enviar um comentário