23/11/11

Soares, o animal político

"Não podemos saudar democraticamente a chamada 'rua árabe' e temer as nossas próprias ruas e praças".

... e entretanto, Seguro, o babe, reinventa a política enquanto abstenção violenta.

7 comentários:

Manuel Vilarinho Pires disse...

O "animal político" que integra e inspira os "cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático como forma de combater a crise" é o mesmo que, no Subsídio de Natal de 1983, confiscou (como forma socialmente justa e democraticamente profunda de combater a crise e, já agora, de esquerda) 2,8% de todas as remunerações auferidas entre Janeiro e Setembro desse ano?
Às vezes, os animais políticos parecem, simplesmente, animais...

Ana Cristina Leonardo disse...

Manuel, é um animal político! E, aos 80 (e tal?) mete o formoso Seguro num chinelo. Quanto ao resto, é o resto. Não tive uma epifania, fiz uma constatação de facto.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Ana, vamos lá por partes.
Primeiro, o Soares.
É um animal político, mesmo. E é, como já disse aqui, com o Otelo, um dos 2 tipos a quem acho que devo mais da decência em que pude viver desde os 17 anos. Razão pela qual gosto mais de ver nele(s) as coisas que aprecio do que as que não aprecio. O que não significa que não veja as segundas...
Depois, o animal político.
Não sei se o apelo à justiça social e ao aprofundamento democrático feito por quem, em circunstâncias semelhantes às de hoje, adoptou soluções semelhantes, é tão inteligente assim? Porque pode sempre ser citado pelos acusados de injustiça social e déficit democrático em sua defesa. Nesse caso, neste caso, o animal político não estará a ser mais do que chico-esperto a dar tiros no próprio pé.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Era isto que eu previa que pudesse acontecer, aqui sob a forma da "bofetada com luva de pelica"...
http://aeiou.expresso.pt/passos-soares-sabe-como-e-dificil-e-indispensavel-aplicar-programas-de-austeridade=f689804
O Soares deu, portanto, para o peditório da inevitabilidade das medidas de austeridade definidas pelo governo, que o manifesto pensava que estava a combater.
Tiro pela culatra.

Ana Cristina Leonardo disse...

Ó Manuel, claro que isso era previsível! Mas,
1. não deixa de ser admirável que aos 80 (e tal) ainda mexa;
2. Há algo de demagógico na resposta, porque a austeridade soarista nunca chegou a este ponto (nem a Europa estava como está)
3. Finalmente, a mim, mais do que a política tout-court, interessa-me a personagem

sem-se-ver disse...

Finalmente, a mim, mais do que a personagem tout-court, interessa-me a política - por isso admiro tanto a personagem.

Ana Cristina Leonardo disse...

:)