03/11/11
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11 comentários:
Somando tudo o que sucedeu nos últimos dias, estamos perante pouco menos do que a violação da soberania nacional da Grécia.
Em todo o caso, das duas uma: ou Papandreou é um conas, que ameaça atirar uma pedra e depois se esconde, ou é tão incompetente que se esqueceu de equacionar que depois do anúncio do referendo o FMI e a UE cancelariam de imediato o envio das remessas monetárias aprovada. Um chefe de governo debilitasdo simultaneamente dos pontos de vista da coragem política e da eficácia política não serve para absolutamente nada.
Epá, Leopardo, tens de botar este aí.
(e, ainda por cima, tem aplicação por cá)
João, este, qual? Estarei a ficar lerda?
Não estás. Eu é que estou descoordenado.
http://lishbuna.blogspot.com/2011/11/as-virtudes-do-dialogo-video-platform.html
Já está. E ainda por cima ajudamos os CTT que tanto precisam
Grécia será julgada pelos próprios actos, dizem Merkel e Sarkozy
Admito perfeitamente que possam ter-me escapado as declarações da Merkel ou do Sarkozy (ou até de ambos em coro, como a frase parece dar a entender) falando em «julgar» a Grécia mas no corpo do artigo do Público não encontro nada disso. Encontro: “Para nós, são os actos que contam”, sublinhou, por seu lado, Merkel. O que, além de uma declaração evidente, em especial depois do Primeiro-Ministro grego ter furado o acordo estabelecido dias antes, não me parece bem a mesma coisa. Talvez os jornalistas devessem ter mais cuidado ao inventar títulos?...
jaa, o título em português terá sido "gamado" aqui - eventualmente
http://www.romandie.com/news/n/_Sarkozy_et_Merkel_avertissent_que_la_Grece_sera_jugee_sur_ses_actes031120111911.asp
De qq forma, o tom é, de facto, inaceitável. Quanto ao tipo ter "furado o acordo" não vejo qual a admiração. Se te apontassem uma arma à cabeça não dirias sim, sim para ganhar tempo? Quando se tem uma arma apontada à cabeça, há alguns preceitos que passam para segundo plano. Na política, como na vida ou no poker.
Jogou mal. Levou um tiro na mesma. Mas isso é outra história.
Não foram Merkel e Sarkozy quem lhe apontou a arma à cabeça. Foram as políticas dos anteriores governos gregos - e também um pouco deste. Por isso, não - ele não devia ter assumido uma coisa para a colocar em causa dias depois. Deveria ter deixado claro, perante Merkel e Sarkozy, que convocaria um referendo. Que não tinha margem política para deixar de o fazer. Assim, só conseguiu intensificar a imagem de alguém em quem não se pode confiar (a qual, infelizmente, acaba por abranger todos os gregos e, por contágio, também todos os portugueses).
Não foram Merkel e Sarkozy quem lhe apontou a arma à cabeça. Foram as políticas dos anteriores governos gregos
... e também acreditas no pai natal (neste caso em duplicado)?
Assim, só conseguiu intensificar a imagem de alguém em quem não se pode confiar (a qual, infelizmente, acaba por abranger todos os gregos e, por contágio, também todos os portugueses).
Ah! Tu também achas que isto é um problema de confiança e se formos aplicadinhos e tal, vamos lá? Lamento informar-te mas a História não é assim que funciona. E lamento ainda mais ter de dizer-te isto: normalmente funciona à porrada. A última guerra, por cá, foi há cerca de 60 anos. Naturalmente, a anterior fora mais confusa: mais difícil de perceber quem eram os bons e os maus...
E tu não me digas que acreditas que os problemas gregos se devem (apenas) à compra de oito (eram oito?) submarinos alemães? Ou que os portugueses se devem (apenas) à compra de dois?
Vamos imaginar o seguinte cenário: nós (ou os gregos) tínhamos aproveitado os juros baixos não para aumentar despesa pública em relação ao PIB mas para a manter e para eliminar burocracias. Não tínhamos entrado na loucura das PPP nem do Magalhães nem de outras tretas similares. Tínhamos mantido um nível de impostos adequado a um país com o nível de rendimentos de Portugal (a conversa de que não estamos longe da média europeia é uma cortina de fumo porque, com os nossos rendimento, nem
devíamos estar perto da média europeia). Tínhamos liberalizado o sector da electricidade e aplicado multas às gasolineiras por cartelização (mas multas a sério, para elas pensarem duas vezes). Tínhamos fechado (ou, mais fácil, impedido de abrir) umas centenas de institutos públicos. Tínhamos obrigado o Alberto João Jardim a arranjar dinheiro sozinho. Tínhamos fechado o BPN em 2001 ou 2002, quando se tornou óbvio que aquilo era um antro de vigaristas. Tínhamos reformado a sério a Segurança Social, à la Suécia. Tínhamos mantido o défice perto do zero (em média, considerado o crescimento económico). E por aí fora (creio que deu para perceber a ideia). Resultados? Teríamos perdido certas coisas (os salários - especialmente no sector público - teriam subido mais devagar, as pensões também, teríamos menos auto-estradas, etc.) mas teríamos hoje menor dívida pública (e até privada, uma vez que parte desta foi contraída para obras públicas e para um sector do imobiliário que vivia do aumento exagerado dos rendimentos individuais) e talvez mais empresas exportadoras porque parte dos recursos que ficariam disponíveis haviam de ir para investimento em sectores dos agora famosos bens transaccionáveis. Repara que até tínhamos algumas vantagens sobre a Alemanha, desde logo os salários mais baixos. Os países do Sul sempre fizeram as coisa ao contrário. E depois desvalorizavam - empobrecendo. O problema é que agora não podemos desvalorizar. Temos que empobrecer à bruta. De que modo é que Merkel e Sarkozy nos obrigaram ao percurso que seguimos?
Agora, não é uma questão de sermos ou não aplicadinhos. É a velha questão de que pedintes podem recusar a esmola se ela implicar condições humilhantes mas de nada lhes vale dizerem que sim e fazerem que não.
E claro que acredito no Pai Natal. Há algum motivo para não o fazer? A Coca-Cola mostra-no-lo todos os anos.
As explicações claras e objectivas do(a) jaa poupam-me o trabalho de tentar explicar de forma sempre confusa e maçuda, e aos leitores o de tentar ler...
:-)
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