Sou insuspeita. Não me ficará bem ser eu própria a dizer isto, mas é verdade. Não gosto deste Papa, como não gostava do outro (ainda menos). Por princípio, não gosto de gente que nunca se engana. Começa a irritar-me, contudo, o sururu feito à volta da sua visita a Portugal. Sobretudo quando se alicerça numa coisa tão bacoca como o escândalo da tolerância de ponto. Eu sou do tempo em que se lia Paul Lafargue e se levava a sério a preguiça. Aos funcionários públicos indignados com o facto de não poderem trabalhar, sugiro que em vez de abaixos-assinados se apresentem ao serviço, como na tropa. E se não os deixarem servir a pátria, que se acorretem aos edifícios fechados e exibam cartazes a dizer
não sou católico, deixem-me trabalhar. Se bem me lembro, foi uma frase de Cavaco Silva que ficou famosa nos idos de 90. É ver o resultado.
E numa coisa estou com o Papa. Ele não é deste mundo e eu também não.
4 comentários:
"Um preguiçoso inteligente é alguém que reflectiu acerca do mundo em que vive". A. Cossery
Eu quando for grande quero ser muito preguiçosa... e inteligente. Ando a ver se trabalho para isso. LOL
Eu também assumo a minha indolência resultante do psicossomatismo de indígena da orla mediterrânica
;)
Confesso que ainda não me tinha ocorrido acorrentar-me aos portões da minha escola...
anabela, nunca é tarde, nunca é tarde
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