Excluindo a Rebelo Pinto e o Coelho brasileiro (e este mesmo assim tem dias...), em quem sempre foi tão fácil bater, de que será que não gostam?
Gosto tão eclético — que nada tenho contra o ecletismo — recorda-me a frase de Richard Dawkins exposta ali no canto direito do blogue: “There's this thing called being so open-minded your brains drop out”. Ou então é outra coisa.
18 comentários:
Felizmente, dos sete da sua lista de quem li qualquer coisa, gostar mesmo, mesmo a sério (por exemplo: sei que estou a perder qualquer coisa mas não consigo fazer com que a poesia do HH encaixe no meu cérebro) só gosto de um. Ou tinha ficado magoado.
chapeau.
comentei há pouco tempo coisa parecida, com uma pessoa que comprou ao meu lado josé saramago e miguel sousa tavares (até me custa escrever este nome).
dessa lista só enfio o barrete ocm o borges e o sepúlveda. ainda assim sei literariamente distingui-los, mas a minha relação com o sepúlveda é afectiva.
JAA. gosto muito de Herberto Helder, que encaixa perfeitamente no meu cérebro.
João Gaspar, a minha relação "afectiva" com Sepúlveda foi ter-lhe feito uma entrevista há uns anos e ter-lhe perguntado por Borges. Ele respondeu-me que, na verdade, fazia sentido que o argentino nunca tivesse ganho o Nobel porque escrevia sempre o mesmo livro. Se me tivesse dito que Borges não merecia o Nobel por ter almoçado com Pinochet eu teria achado mais legítimo. De qualquer modo, não tenho qualquer apreço por literatura com mensagem (política) dentro - e das outras tb. não, aliás. Apesar de ok, tudo ser político e blá, blá, blá
«...e blá, blá, blá...», e está tudo dito. Se gostam de dar voltinhas, vão andar de carrossel ou comprem um pião
apesar de entender a pouca admiração que o sepúlveda possa ter pelo borges, essa resposta não faz sentido nenhum. não li assim tanto de borges para opinar sobre a nobelização (e nem isso me importa muito), mas o sepúlveda tem dois ou três livros que são o mesmo escrito de maneira diferente. ainda assim repito que o meu sepulvedismo é muito mais afectivo e pessoal do que literário.
Bem, confesso que gostar simultaneamente de Maria Velho da Costa e de Lídia Jorge não me parece mal.
Quanto à Rebelo Pinto, aquilo é, de facto, muito mau, mas, em Portugal, há igual ou pior a passar por boa literatura, com a conivência da nossa "intelligentzia".
Carlos, isso sim, é comparar o incomparável
Basta ver algumas das inacreditáveis listas de livros da década publicadas pelos críticos do ipsilon...havia lá umas caldeiradas verdadeiramente assustadoras.
Não percebi a que se refere, Ana Cristina. O que é incomparável? Maria Velho da Costa e Lídia Jorge? Se é isso, estamos de acordo. Apenas escrevi que gostar de ambas não me parece mal - também gosto simultaneamente de Murganheira e de Moet et Chandon, embora não os compare!
(De Lídia Jorge li "O Dia dos Prodígios", e gostei; de Maria Velho da Costa li vários, e acho que na Literatura Portuguesa apenas Agustina a supera. Mas, para dizer a verdade, de Literatura pouco percebo - sou apenas um apreciador.)
Carlos, foi isso mesmo que percebeu. A Lídia Jorge escreveu esse livro. A Maria Velho da Costa é um SENHORA das letras, assim mesmo, em maísculas.
«Em Valência, apresentei o livro de um jovem romancista minimalista catalão, autor de um breve texto sem excessivas pretensões. Alguém do público tomou a palavra para lhe dizer: "Esta última semana li o Ulisses de Joyce, a Recherche de Proust, todo o Faulkner e Kafka. E na verdade, ao lado desses livros, o seu deixa muito a desejar...".»
Enrique Vila-Matas
Da cidade nervosa
Moço, essa teve imensa graça. Mas os grandes autores do título deste post não eram esses...
e por falar em Vila-Matas, ando com o último no bolso, forma de expressão, que não cabe
Comprei hoje o Diário Volúvel. Mas ainda estou a acabar o primeiro volume do Proust que, na edição velhinha que estou a ler, da Europa-América, é sobre uma infância passada entre gralhas.
Ana Cristina, pensei que o meu primeiro comentário havia sido claro; daí a minha dúvida. Como já lhe expliquei, não as comparei.
querias
moço, é sobre uma infância passada entre gralhas... ainda me estou a rir.
Carlos, estamos esclarecidos
Anónimo, querias... dizer alguma coisa?
Ah, já recebeste o «folar», soube que tinha sido posto no Correio na 5.ª feira, pelo «coelhinho da Páscoa» ;)
[É irrelevante, mas serve apenas para corrigir uma mentira minha (não intencional): da Lídia Jorge também li "A Costa dos Murmúrios". Enfim, a memória já não é o que era...]
Enviar um comentário