08/05/09

Para ler durante o fim-de-semana que o texto é difícil mas certamente sábio e o Lacan comparado com isto é um figo e dos maduros!

«Uma das questões que se discute, no plano da acção e da transposição didáctica bem como no âmbito da do ensino da gramática, é a que põe a tónica no princípio do faseamento e da progressão dos conteúdos. Não se tratando de uma questão ou um princípio monolíticos, ao nível quer da conceptualização quer da operacionalização, ela complexifica-se pela articulação com finalidades distintas do ensino da gramática: entre a consciência da implicação e da acção pedagógica-didáctica que releva a dimensão científica da gramática - enquanto espaço de reflexão e de construção autónomos de conhecimento declarativo sobre o(s) conhecimento(s) da língua - e a percepção do seu estado funcional ao nível dos usos e das situações concretas de produção (orais, escritos, literários e não literários), geradores, também, de padrões de modificação e de criação linguística.
A progressão como passagem do simples para o complexo, como orientação do familiar ou frequente para o desconhecido ou menos comum, como transição do genérico para o específico não pode desconsiderar o critério de utilidade e do se revela necessário para determinadas opções discursivas, certos objectos comunicativos que implicam o conhecimento e a explicação de alguns dados da língua.
Neste sentido, qualquer posição a ser assumida beneficiará de uma perspectiva multifocalizada por parte dos que trabalham o conhecimento explícito ao longo dos diferentes ciclos e níveis de ensino-aprendizagem.
Alguns exemplos, centrados nos domínios da Morfologia, da Sintaxe, da Análise do Discurso e da Linguística Textual, permitirão equacionar alguns destes pontos relativamente ao discurso pedagógico bem como à progressão no ensino-aprendizagem do conhecimento explícito da língua (materna) no actual contexto de discussão e de revisão / implementação de novos documentos reguladores das práticas docentes».
[Texto assinado por altos responsáveis pelo futuro do ensino do português e roubado daqui]

14 comentários:

Anónimo disse...

Pois é a esquerda bem-pensante e melhor instalada esqueceu-se que a Escola é agora frequentada por todos. Sinal dos tempos e da Democracia. E que as Ciências da Educação servem para medir, avaliar, adaptar e mudar, ainda que ao arrepio das elites que vieram lá da extrema e que foram apanhadas pelo retorno do recalcado.
A excelsa pasteleira que me perdoe, mas tenho que lhe deixar este desabafo na semana que hoje finda.
Sempre a considerá-la,
Chefe Hêrnani

Carlos disse...

Isto será verdadeiro!? Há algum tradutor automático de eduquês-português? Ainda dizem que os juristas utilizam uma linguagem excessivamente técnica!

Anónimo disse...

Olha, deixar o Lacan parecendo figa não deixa, mas é tão estrombólico quanto. A pergunta que não quer calar: por que esse povo escreve, se obviamente não quer ser compreendido? E por que ensinam, se tornam o aprendizado uma tarefa hercúlea??? Vai entender...

Anónimo disse...

Esqueceu-se de mencionar os eixos de transconsistência exo-referidos no plano macrobiótico da operacionalidade meta-discursiva e a construção multidimensional das categorias transcendentais do fluxo de enunciados recortados por pragmáticas de consistência polimórfica.

Victor Gonçalves disse...

É verdade que é uma obra de arte da mistificação pseudo-científica do eduquês.

Victor Gonçalves disse...

É bem verdade que se trata de uma obra de arte de mistificação pseudo-científica do eduquês

Lewis Carrol disse...

u verdadeiro problema tem sido sistemáticamente escamoteado: foi quando Bob, O Construtor pôz o Ruca e o Noddy a render, abdicando de toda a sua dimensão moral.

Anónimo disse...

Isto é que é uma corte, ou será coorte, de admiradores. Todos muito opinativos. Náo percebem o que é uma caixa de comentários, nem que se responde ao comentário anterior. Embora sejamos todos livres. Um é o Dionísio, do Declínio da Filosofia, outro o Carrol, será o bispo que gostava de gaijas? Das da Carol?
Desculpe-me o ataque de ciúmes, mas eu sou um seu colega de profissão, embora pasteleiro não tão afamado, e odeio profes com nicks e blogues infantis.
O Chefe Herni ao seu serviço!

Anónimo disse...

Esqueci-me de ir ao Azevedo, blogger e jurista da treta.
Sem acrimónia para os visados e com alguma compreensão para trintões juristo-compulsivos.
PS do Chefe

Carlos disse...

Tem toda a razão, anónimo: sou um blogger de treta e das tretas (não há talento para mais, o que quer?) e, actualmente, por opção e porque o Direito me entediava, nem jurista da treta, apesar de ser licenciado em Direito por uma Universidade cujo grau académico não pode ser posto em causa. Ainda assim, e a Ana Cristina Leonardo que me perdoe a expressão, tenho os tomates suficientes para assinar as minhas tretas. Veja bem: você nem isso!

Anónimo disse...

Já agora que puxa do canudo, ressalvando não ser um desses da treta, e dos tomates (estarão maduros?), que tal responder aos comentários sem canudo e sem tomates? Oh Azevedo! Não está certamente à espera que meçamos pilinhas na caixa de comentários desta Pastelaria. Não seria de bom tom, nem de bom gosto. Fale do que sabe e deixe-se de lugares comuns e dessa linguagem brejeira. Siga o exemplo dos lentes de Coimbra.

F disse...

LOL. Tudo muito erudito!

Anónimo disse...

Meu deus, nem sei se entendi direito sua zanga, anônimo. Só deixando claro aqui que meu comentário foi um pouco de desabafo com a colega por atravessar dificuldades semelhantes: sou psicanalista lacaniana mas pra entender o mestre (suspendam as interpretações, pelamordedeus, senão isso vai longe) há que suar. E muitas vezes acabo fazendo as vezes de advogada do diabo entre os lacanianos, que relutam em criticar Lacan. Eu acho ele ótimo psicanalista, mas foi um péssimo escritor e um orador mui pretensioso. E tenho dito ;-)

Anónimo disse...

Carol,
Não invoque o Santo Nome de Deus em vão, nem se espante com o anónimo encartado, Chefe Hêrnani de seu nome e que nunca esteve zangado. Teve um ataque, só um ataque de ciúmes, que se dissolveu quando soube que era lacaniana e colega de profissão desta pasteleira que o leva ao transe. O que pede uma análise mais ortodoxa, mais perto do que o Sigesmundo fazia.
Começa o Chefe por evocar uma letra de música:

Ahh ahh
Oh! Carol
I am but a fool
darling i love you
though you treat me cruel
You hurt me
and you make me cry
but if you leave me
I will surely die

E depois cala o resto. O não dito é que conta.
Que o Azevedo anote e a pasteleira aprecie,
São os votos em comentário,
de um Chefe ao seu serviço