01/11/24

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia»

«(...) com quem trocar dois dedos de conversa sobre o pus dos livros quando já se foram Jorge Fallorca (“Decorrido meio século de existência, li e escrevi o suficiente para considerar a escrita – como qualquer outro acto criador – antropófaga até à vileza”, in Longe do Mundo, 2004), Juvenal Garcês (e os nossos diálogos que tanto versavam a genialidade de Ibsen como a mediocridade dos caciques culturais, sem esquecer a superioridade inquestionável das bananas da Madeira), Rui Martiniano, que conheci como Rui “Bancário” para reencontrá-lo no acaso das ruas de Lisboa, tantos anos passados e era ontem, editor da Hiena e tão minoritário como sempre fora, Francisco Brás, o meu vizinho actor motorizado, admirador incondicional de Mário Viegas com quem trabalhou e antagonista encartado do pedantismo, ou toda a outra gente morta ou em silêncio, aqui ou nas cidades, as trincheiras a abarrotar de equívocos e vaidades?

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