04/10/24

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Desafinação outonal»

« (...) Integrado nas comemorações deste ano dedicadas ao nascimento do poeta – dizem que passaram cinco séculos e, pelos festejos, o que seria se não tivessem passado…! –, tal lançamento veio colmatar uma falha de peso. Pois se estávamos até agora impedidos de apreciar o imaginário pictórico que a epopeia camoniana despertara em Valter Hugo Mãe, o que por si só seria de lamentar, muito mais pobres ficaríamos sem a leitura do prefácio assinado pelo prolixo vate (referimo-nos, claro, ao desenhista e não a Luís de Camões, que se limitou quase só a fazer versos).

2 comentários:

Manuel M Pinto disse...

«... Mortifiquei-me a procurar 'Camões, o verdadeiro'. A maior dificuldade esteve, de princípio, em remover o entulho debaixo do qual jazia sepultado. Até me arrojar, em seguida, a demolir os túmulos grandiosos, mas de todo bizantinos, das biografias, romanceadas com o propósito cândido de engrandecer o homem, supondo que melhor exalçavam o poeta, foi um drama. Ao fim de tudo, a minha convicção é que o 'Camões real', esse que viveu, amou, penou, está tão longe do 'Camões fabuloso' como o ovo dum espeto... »
Aquilino Ribeiro, "Luís de Camões" - Fabuloso*Verdadeiro. "Introdução". Ensaio (1950)

Ana Cristina Leonardo disse...

O Mestre Aquilino!