16/08/24

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «Os livros são para se comer»

«(...) A mulher que nunca largará a cor do luto viajou menos do que a mulher de olhos muito azuis. Na realidade, nunca viajou. Com uma história igualmente, se não mesmo mais difícil – mãe espanhola que cruzou o rio em fuga da Guerra Civil e marido contrabandista que cruzaria o rio em sentido contrário enfrentando tanto a Guarda Fiscal como a Guardia Civil – é a prova de que a causalidade é conceito demasiado infecundo, sobretudo quando aplicado ao comportamento humano. Sempre positiva, apesar da vida de trabalho e pobreza, sempre gentil, apesar da dureza que lhe calhou em sorte, contrasta com familiar de sangue e destino comum a quem um simples “Bom dia!” poderá acarretar como resposta: “Bom dia só se for para si!”

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