«... Não é apenas a ciência que se vem debruçando sobre esta realidade [o envelhecimento] que nos afecta a todos – sejamos nós pró-ucranianos, pró-russos, neutros (que também os há…), ou tão-só cidadãos da inabordável ilha Sentinela do Norte, cujos habitantes, presume-se, não são a favor de ninguém (em abono dos sentineleses se diga que é mais fácil amar um Povo do que o vizinho do lado).
Desde logo a lírica. E antes de prosseguir, sublinhe-se que esta não ocupa território incompatível com a ciência, pelo menos no que toca ao rigor da linguagem empregada, por vezes mais rigorosa até no campo do poetar. Um exemplo. Quando um cientista alude ao gato de Schrödinger, é impossível saber se fala de um gato vivo ou morto; já estes versos de Valter Hugo Mãe (“nenhum amor escapa impune”),
logo nos deixam perceber que nelson e isabel não estavam mortos, pelo menos quando foram nomeados, embora nos possamos perguntar se não estaremos perante um homicídio da poesia. (...)»
Nunca mais lhe tiram o chapéu.
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