17/06/22

MEDITAÇÃO DE SEXTA: «A Bomba Amanhã Promete Ser Boazinha mas Esquece»

«... O exemplo recente da pandemia provocada pelo coronavírus que pôs o mundo de pantanas (e cuja ameaça continua a pesar sobre nós como o céu sobre a cabeça dos intrépidos gauleses de Uderzo e Goscinny…) devia dar-nos a noção exacta da nossa fragilidade como espécie. Afinal, o facto de nos situarmos no topo da cadeia alimentar não traz só boas notícias: se desaparecermos, ninguém passará fome por isso.

A guerra que se desenrola — e como não falar da maldita guerra? — no território da Ucrânia também diz muito sobre os limites de uma sociedade rendida à tecnologia. (...)

A Internet como aldeia de comunicação e informação global pode estar em risco? Uma nova cortina de ferro, como aquela já presente na China, com a sua internet privada criada de raiz, não parece ser, para já, do interesse de Putin, apesar dos testes que os russos vêm realizando para criar a sua própria rede (Runet). E se o governo ucraniano chegou a pedir o isolamento digital da Rússia, a resposta que recebeu foi negativa. No início de Março, Göran Marby, presidente da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, responderia sem subterfúgios ao pedido ucraniano feito pelo vice-primeiro-ministro, Mykhailo Fedorov: “… cabe-nos tomar medidas que garantam que o funcionamento da Internet não seja politizado e não temos autoridade para aplicar sanções”. (...)»

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

Não é bem correto dizer que ninguém passará fome se o Homem desaparecer. De facto, o Homem domesticou uma data de espécies, tanto animais como vegetais, as quais em larga medida dependem do Homem para prosperar. Embora a maior parte dessas espécies possam voltar a viver na forma selvagem.

Ana Cristina Leonardo disse...

Luís, como me lembrou uma vez com grande sagacidade, esse pequeno grande homem chamado Hubert Reeves, qd o confrontei - e na altura fi-lo por graça - com essa história da cadeia alimentar, o grande desperdício, em caso de aniquilamento da espécie humano, são biliões de anos de evolução. O que não parece pouco, se nos lembrarmos daqueles versos do José Mário Branco: "o que eu andei para aqui chegar".