A prova de que Portugal não aguenta tamanha austeridade
está no ritmo das anedotas. Fait divers
que se transformam em casus belli, e não, não falo do anúncio público do
próximo casamento do ministro-adjunto.
Há tempos foi o levantamento contra Pepa.
Indignada com o facto de a jovem ter trocado os desejos de paz, amor e o fim da
fome em África pela futilidade de uma mala, a nação falou a uma só voz e a voz
de Pepa foi silenciada.
Tivemos também Zico. Mais de 70 mil assinaturas em
defesa de um cão acusado de matar uma criança. A mobilização contra o seu abate
surpreendeu tudo e todos incluindo Francisco Louça que, após analisar o “problema
de segurança” à luz dos princípios da IV Internacional, assinou a petição.
Entretanto,
José Luís Peixoto foi à Coreia do Norte duas semanas e publicou “Dentro do Segredo”. A
leitura do livro, que também poderia ser chamado “O rapto de um telemóvel no
país de Kim”, permite concluir que Deus dá vistos a quem não tem unhas e que há
países bem mais pitorescos do que o nosso.
Mais do que pitoresca, exótica, é decerto
Erica Fontes, portuguesa que ganhou o prémio XBIZ de melhor actriz pornográfica
internacional, algo que teve a virtude de despertar por momentos um povo murcho
e deprimido. Bem-haja, Erica, mais o seu “Anally Talented”!
Franquelim Alves,
não sendo loiro, também foi mobilizador. Antes tivéramos o “espremedor da
Nutella”, exemplo maior do empreendedorismo jovem, o regresso da “TV Rural” e, por
fim, o “quer factura?”. O AO foi metido a martelo no assunto – “tomar” ou
“levar” – num debate que se mostrou inconclusivo.
A última anedota que li é que
Miguel Relvas sofre de insónias e quer mandar os jovens para o campo. Fica-nos
a faltar um meteorito. Cavalos e cavalgaduras já temos.
1 comentário:
« “O rapto de um telemóvel no país de Kim”», é que nem as pensas; atiras logo e não perguntas depois, eheh
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