Os números dão pano para uma carrada de mangas. Pares e ímpares, fracionais e inteiros, reais, naturais e imaginários, positivos e negativos, primos e o de Graham, cardinais, ordinais, algébricos, transcendentes… o mundo está cheio de números, como diria Pitágoras e porventura disse.
A nós saiu-nos na rifa o 4 mil milhões: paira sobre as nossas cabeças como o cutelo de Abraão, a espada de Dámocles, a mãe de Woody Allen em “Histórias de Nova Iorque”.
E foi então que o conselho de sábios se reuniu e trancou a porta. Cristas tentou a dança da chuva. Portas invocou Nossa Senhora, Álvaro prometeu comer um alqueire de pastéis de nata e Mota Soares voltar a andar só de mota. Passos cantou o “Ali Babá” e Crato “A cantiga é uma arma”, mas o número permanecia sobre o céu de Lisboa fazendo rir o O’Neill. Gaspar, um tecnocrata descrente de mesas de pé de galo, sugeriu o FMI. Alguém contrapôs: “Não devíamos chamar primeiro o Salgado?”, mas a situação era demasiado grave.
O FMI disse que vinha, mas só se os alojassem num hotel de ***** com tudo incluído.
Chegaram os do FMI, olharam para o número e disseram: isto é chicken soup! Cortaram um bocadinho aqui, um bocadinho acolá, mais um bocadinho na saúde e mais um bocadinho nos salários e, como por magia, o número desapareceu.
Moedas logo aplaudiu: “Isto está muito bem feito!”, mas o pior estava por vir e aconteceu no momento de pagar a conta: que o valor era excessivo, atendendo a que se tratava de uma simples conta de menos, operação para a qual, acrescentou Relvas, qualquer equivalência amanha.
Viviam-se momentos dramáticos quando se fez ouvir a Mae West: “A man has one hundred dollars and you leave him with two dollars, that's subtraction”.
Ainda dizem que as mulheres não fazem falta à política!
26/01/13
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