Aviso de antemão que este texto pode perturbar almas sensíveis, pelo que não é recomendável àquelas e àqueles que, na senda de Edite Estrela, acreditam tão piamente que “haverá mais paz no mundo com mais mulheres em altos cargos políticos” quanto as senhoras do MNF tinham uma crença inabalável no slogan “Angola é nossa!”
Começo por uma adivinha: o que têm em comum Margaret Thatcher, Angela Merkel e Christine Lagarde? Em 1º lugar, são mulheres; em 2º lugar têm poder; em 3º lugar são reaccionárias, se me é permitido ainda usar o termo.
Recorde-se que Thatcher, autora do "no such thing as society" é, das três, embora retirada, a única com pensamento político articulado.
Merkel limita-se a empurrar(-nos) com a barriga e Lagarde administra dinheiro alheio enquanto nos ameaça com a antiquíssima tirada de Paul Féval, "Si tu ne viens pas à Lagardère, Lagardère ira à toi!"
Entrevejo já algumas das almas sensíveis – femininas, masculinas e/ou "transgéneras" – correndo a diagnosticar-me o mal da misoginia, versão jewish self-hatred adaptada “ao segundo sexo”.
Antes que me condenem a ler de fio-a-pavio o livro de Cavalcanti Filho onde a “putativa homossexualidade” de Pessoa terá sido finalmente revelada, invoco em minha defesa: onde está o feminine touch de Merkel quando o Ministério de Economia do seu governo chega a propor, como solução para a crise, a formação de “zonas económicas especiais”, variante update do modelo esclavagista em exercício na China? E que dizer das declarações de Lagarde (logo ela que, enquanto funcionária internacional do FMI, não paga impostos) sobre gregos e pretinhos esfomeados do Níger que lhe partem o coração.
Desculpem-me o francês: feminine touch, my ass.
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