A pergunta do título é retórica. Ou seja, estou-me nas tintas para o dito. Não sei quem é nem quero saber quem seja: Manuel Queiroz não me interessa como indivíduo mas como paradigma. No caso, paradigma da bêtise a que Flaubert chamou um figo e que, como é dos livros e da praxis, nunca vem só: faz-se habitualmente acompanhar da arrogância e quem vier atrás que limpe a merda.
Mas se a estupidez é universal ― como garante a frase apócrifa de Einstein (Só há duas coisas infinitas, a estupidez humana e o universo, e quanto ao último não tenho a certeza) ― há quem a cultive de um modo genuinamente português.
Para ir directa ao assunto: são aqueles tipos que, perante uma coisa estúpida, puxam dos galões da sua suprema inteligência e tornam a coisa estúpida ainda mais estúpida, atribuindo-lhe qualidades que mais ninguém viu, intenções que mais ninguém percebeu, estratégias que mais ninguém alcançou.
Mas se a estupidez é universal ― como garante a frase apócrifa de Einstein (Só há duas coisas infinitas, a estupidez humana e o universo, e quanto ao último não tenho a certeza) ― há quem a cultive de um modo genuinamente português.
Para ir directa ao assunto: são aqueles tipos que, perante uma coisa estúpida, puxam dos galões da sua suprema inteligência e tornam a coisa estúpida ainda mais estúpida, atribuindo-lhe qualidades que mais ninguém viu, intenções que mais ninguém percebeu, estratégias que mais ninguém alcançou.
Perante tais maîtres à penser de puro sangue lusitano, Niccolò Machiavelli não passaria de um menino de coro e, já que falei em coro, assim de repente recordo-me de algumas vozes esdrúxulas que, no seu apoio à invasão do Iraque, e concorrendo taco-a-taco com Bianca Castafiore, conseguiam ultrapassar em muitos decibéis qualquer general americano mortinho por uma guerra.
Quanto a Manuel Queiroz, que é o exemplo que me traz agora, viu na reabilitação do bispo Richard Williamson, um inglês ultraconservador que acha que o Holocausto é uma história para adormecer criancinhas, um gesto papal cheio de conotações abscônditas mas que ele, e refiro-me naturalmente a Queiroz, alcança de modo claro e distinto (embora, e isto sou eu a falar, num português um pouco obscuro to say the least...). Os judeus tinham ficado lixados, a esquerda tinha ficado lixada, mas ele ― ele, Queiroz! ― sabia que Ratzinger visava mais longe e se estava a borrifar para os judeus e para a esquerda. Afinal, parece que o próprio Vaticano ficou incomodado com a história e, como já vem sendo enfadonhamente habitual, pediram-se desculpas.
Apropriadamente termino, pois, concluindo que há criaturas mais papistas do que o Papa ou em inglês para condizer com o título: He may look like an idiot and talk like an idiot but don't let that fool you. He really is an idiot.
Quanto a Manuel Queiroz, que é o exemplo que me traz agora, viu na reabilitação do bispo Richard Williamson, um inglês ultraconservador que acha que o Holocausto é uma história para adormecer criancinhas, um gesto papal cheio de conotações abscônditas mas que ele, e refiro-me naturalmente a Queiroz, alcança de modo claro e distinto (embora, e isto sou eu a falar, num português um pouco obscuro to say the least...). Os judeus tinham ficado lixados, a esquerda tinha ficado lixada, mas ele ― ele, Queiroz! ― sabia que Ratzinger visava mais longe e se estava a borrifar para os judeus e para a esquerda. Afinal, parece que o próprio Vaticano ficou incomodado com a história e, como já vem sendo enfadonhamente habitual, pediram-se desculpas.
Apropriadamente termino, pois, concluindo que há criaturas mais papistas do que o Papa ou em inglês para condizer com o título: He may look like an idiot and talk like an idiot but don't let that fool you. He really is an idiot.
Interessantes pontos de vista no blog em geral. continua
ResponderEliminarDe Manuel Vitorino de Queiroz
ResponderEliminarEu diria mesmo mais:há muitos mais "queirozes" do que parecem imaginar...No meu caso concreto, que nada tem a ver com o citado ( e "desfeiteado" ) Manuel Queiroz dos vossos amáveis comentários, assina-se, um Queiroz, que por acaso se chama Manuel Queiroz, mas que, para não se confundir com qualquer outro, tem por nome completo: Manuel Vitorino de Queiroz...
(sans rancune, mas solicitando um maior rigor na identificação nominativa no nome dos alvos a desfeitear)
De Manuel Vitorino de Queiroz
ResponderEliminarEu diria mesmo mais:há muitos mais "queirozes" do que parecem imaginar...No meu caso concreto, que nada tem a ver com o citado ( e "desfeiteado" ) Manuel Queiroz dos vossos amáveis comentários, assina-se, um Queiroz, que por acaso se chama Manuel Queiroz, mas que, para não se confundir com qualquer outro, tem por nome completo: Manuel Vitorino de Queiroz...
(sans rancune, mas solicitando um maior rigor na identificação nominativa no nome dos alvos a desfeitear)
Caro Manuel Vitorino de Queiroz, julgo que fica claro a quem me refiro: a identificação vai com link e tudo. sans rancune e parece-me que com rigor, devidamente identificada, ana cristina leonardo
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