21/01/22

MEDITAÇÃO DE SEXTA: MONTE POÇO BLUES

 [e não por acaso Jorge Luis Borges, na qualidade de admirador confesso do bispo irlandês George Berkeley, considerava a metafísica um ramo da literatura fantástica, conforme pôde confirmar Guillermo Cabrera Infante quando, dirigindo-se à Berkeley Square em Londres na companhia do argentino e desconfiando da sua condição de cego verdadeiro o abandona no meio do trânsito, este impávido e sereno enfrentando vagarosamente os carros, “talvez devido à sua condição de discípulo de Berkeley”, acrescentaria mais tarde o cubano: “Se ele não via os carros, os carros não existiam”…]

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MEDITAÇÃO DE SEXTA (dia 14 JAN): OS DIAS DA PESTE

— Então e o que propõem em matéria de moral?

— Vacinação obrigatória!

— Ideias sobre economia…?

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08/01/22

A MEDITAÇÃO DE SEXTA NO ÍPSILON: "OS QUE REGRESSAM"

«... Juvenal Garcês — e ele entenderia melhor do que ninguém o título desta crónica roubado ao genial Henrik Ibsen… —, como bom homem de teatro era menos incréu, comungando do dito espanhol: “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”. Compreende-se: em vida tropeçou em algumas e nem depois de morto o pouparam. Penso nele muitas vezes. Nos cabazes de fruta da Madeira, na casa de pedra refúgio para os amigos, no projecto do pequeno anfiteatro com vista para o mar, no seu amor aos cães, nas amizades robustas firmadas no regresso à ilha, na terra fértil, ombro a ombro, pedra a pedra, socalco a socalco, poncha a poncha.»

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01/01/22

A MEDITAÇÃO DE SEXTA NO ÍPSILON: «2021 correu muito bem. 2022 será pior.»

Se tivéssemos tido um pai com a profissão de talhante, a tarefa de olhar para trás, para o passado, ficaria muito facilitada. Bastaria enfileirar uma resma de chouriços e espreitar pelo buraco formado pelos enchidos.

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