
Até uma determinada idade, os putos achavam absolutamente natural — e mesmo uma evidência sem necessidade de demonstração — que quando se anda mais depressa o tempo passa mais devagar.
A mesma clarividência parece desenhar-se a propósito de finanças.
Tentem explicar a um miúdo as guerras cambiais entre a China e os EUA com a Europa pelo meio. Façam-no recorrendo a exemplos domésticos e deixem os esoterismos de lado.
A resposta, verão, será invariavelmente a mesma: Tens falta de dinheiro? Bom, mas nesse porque é que o governo não fabrica mais notas e pronto?, dirá ele, borrifando-se completamente para as valorizações e desvalorizações da moeda.
Ou seja, as crianças não só percebem com facilidade Einstein como, ao que parece, também concordam com Occam: entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem. E tudo isto sem saberem nada de física, de latim, ou de finanças. Abençoadas!
Engraçado, também me lembro de ter lido Piaget em tempos, mas não ficou cá nada.
ResponderEliminarDe Occam tenho a ideia que havia uma rasoura e que akilo era bom-senso racionalizado, ou mais ou menos por aí.
Estou com preguiça para "googlar" o assunto...
:-)
Uma vizinha de baixo alguns anos mais nova que eu dizia que quem precisa de dinheiro e não se tem, pode comprar.
ResponderEliminarJá a Marie Antoinette não disse "se o povo não tem pão pode comer brioche", o que demonstra que já não tinha idade para compreender a relatividade.
Em compensação, o Governo, que mesmo com o PEC mantém a intenção de mandar fazer o TGV e o aeroporto, além da TTT em PPP, mostra dominar bem a relatividade. Ou, como dizia o outro, sabe-a toda!
a impressão de papael moeda faz a inflação subir, pq kuando a procura sobe os preços aumentam, : espiral sem fim.
ResponderEliminarOla
ResponderEliminarDois reparos :
- Não me lembro dessa do Piaget. Suponho que se enquadra no que ele diz a proposito da acquisição da plena compreensão das operações de logica elementar pela criança aos 8 ou 9 anos de idade. Não me parece que o problema seja datado, nem que o que diz P. esteja fundamentalmente desactualizado. Talvez umas referências mais precisas ajudassem a saber do que se trata.
- Seja como fôr, quanto ao problema a que v. alude a seguir, e sem pejo nenhum em desapontar o comentador "completamente errado", cabe dizer que a criança esta com toneladas de razão mas, neste caso, não por pressentir a teoria da relatividade ou qualquer outra bizantinice. Pura e simplesmente porque a resposta esta na pergunta : o problema NUNCA é falta de dinheiro. Se fosse, a resposta, impecavel, não poderia ser outra do que a que você descreve.
Portanto tenho de concluir que, com ou sem Piaget, a criança (real?) lhe deu uma valente e merecida lição per absurdum...
Todas dão.
Todos os dias... Ja dizia F. Pessoa !
joão viegas
O que a gente deixa de saber com o tempo!
ResponderEliminarE as figuras anónimas que faz!