MEDITAÇÃO DE SEXTA: «A maçã de Newton que acabará por nos cair na cabeça»
Na cerimónia de há dias, falharam o desfile do pó da ossatura do escritor, talvez devido à chuva, as duas guapíssimas registadas por Raul Brandão nas "Memórias": “— Pero Eça de Queiroz, quien és? — Un caballero que escribió del minuete”. E apesar da passagem do tempo e das bolanas a que tem sido submetido depois de morto, não nos será difícil, com pequeníssimos ajustes, imaginar diálogo semelhante a este, também assinado por Brandão, aquando da inauguração do monumento a Eça: “— V. Exª leu alguma vez o Eça? — Ler, nunca, mas conheci-o em Évora, delegado do tesouro, e até por causa disso vim ao Príncipe Real ver-lhe um drama de ladrões, que estava mesmo escrito ao meu sabor. — Mas isso não é o Eça de Queiroz, é o Eça Leal. — O quê?! Não é o mesmo? Ai os meus ricos dois contos de réis!”.
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