30/08/22

DA LITERATURA QUE SE ENSINA NO SECUNDÁRIO: E PERANTE TANTO DISPARATE UM PEDIDO DE ESCLARECIMENTO À AUTORA DO REFERIDO

Os Lusíadas do Camões é colonialista;

Os Maias do Eça é racista;

A Mensagem do Pessoa é qualquer coisa que não percebi muito bem, talvez a súmula dos dois.

Despachado o assunto, pergunta Joana Fonte, a autora do descabelado resumo: «Não deve este programa [de português do Secundário] estar revestido por obras que representam os valores actuais da nossa sociedade?»

Acho muito bem que revistam o programa por obras. E por achar muito bem que revistam o programa por obras, perguntaria à Joana: Quais são os valores actuais da nossa sociedade e que obras recomenda que representem os valores actuais da sociedade? 

E se alguém já lhe fez a pergunta, as minhas desculpas. 


4 comentários:

  1. São boas perguntas.
    Eu sugeriria antes que o programa deveria consistir primordialmente em textos atuais, que versem sobre temas atuais, que os alunos possam compreender e com os quais se possam identificar. Independentemente dos "valores" que esses textos transmitam.
    É que, racismo por racismo, prefiro um racismo atualmente existente a um racismo do passado. N'Os Maias, por exemplo, há repetidas mênçãos às "espanholas", sempre com um sentido depreciativo, que um aluno atual não consegue compreender. Mais valia um texto que mencionasse depreciativamente as "brasileiras", digamos.

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  2. «O que estas obras não explicam é que os portugueses não foram descobridores, mas sim invasores. Isso foi o colonialismo, que é a forma cor-de-rosa de descrever o massacre a que subjugamos povos inteiros.»

    Não descobriram coisa nenhum. Aquilo foi como tomar a auto-estrada marítima e ir numa de surf até a uns sítios.

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  3. Eu proponho que estudem o Baudelaire e o Sade. Assim pelo menos mudariam os protagonistas: saía a Joana e entravam o Abominável das Neves ou o Lord Spade que são mais engraçados.

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