A MEDITAÇÃO DE SEXTA NO ÍPSILON
«... Gramático e magistrado da capital do Império (foi ele quem nos deu a conhecer a sentença Veritas Filia Temporis — “A verdade é filha do tempo”), Aulo Gélio ficaria para a história como o autor da conexão entre classicus e literatura, já que o termo até então se limitava à esfera social, servindo para identificar os cidadãos romanos de primeira água. A vinculação é curiosa, também pela distinção que estabelece entre escritor clássico (scriptor classicus) e escritor proletário (scriptor proletarius). O primeiro escreve para leitores cultos e de estatuto social elevado, o segundo para leitores menos letrados e de classe social mais baixa.
Se a diferenciação, sobretudo a social, deveria ser bastante para apaziguar todas as criaturas cujo farto ou menos farto cabelame se arrepia e soleva por via da “ditadura do marxismo cultural”, incluindo as criaturas escalvadas e os pais de Famalicão — pois que não terá sido Marx a engendrar malevolamente as distinções sociais e nem sequer a luta de classes entre literatos —, o que nos traz fica aquém de tão façanhudo tema: apenas o clássico, o proletário deixado para outra oportunidade.» (cont.)
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