Uma
pessoa não quer falar do descansado do Eusébio. Uma pessoa quer falar do
“inconseguimento” e do “nível social frustacional” (não deveria ser
desfrustacional?). Uma pessoa quer dizer que lidou com o ser-do-ente do
Heidegger, o falo e a fala do Lacan, o ser-em-si e o ser-para-si do
Sartre, o Id, o Ego e o Super-ego... Inconseguimentos?! Pfft! Quantos
são?! Quantos são?! Uma pessoa quer
gritar à Helena Matos: sim, sou uma pseudo-intelectual, e depois? Depois
foi o paroxismo: o Panteão, ok, mas a meias que é mais barato. Corta!
Cena 2: Um Eusébio estoico e bailarino sobrepõe-se à novilíngua e ao
Eusébio “património nacional”, apesar de o corpo ainda quente e já a
falarem de money (sai uma rodada de whisky em memória do morto, paga o
Soares).
Cena 3: Eusébio de copo na mão num bar dançante, velho e
porte de gigante, nada a ver com a altura em centímetros, meus senhores,
um senhor!
Mais cenas. O presidente da República: “uma pessoa de
grande humildade” (ai a humildadezinha, ai o bolor e as inanidades). O
primeiro-ministro: “um exemplo de humildade” (outra vez o caruncho?!) E o
Eusébio a meter-se no texto que era para ser sobre inconseguimento e
nível frustacional mais o recalibrar do ministro a dilatar a base de
incidência, sem esquecer a linha precaucionária, portugueses, vocês não
me atravessem a linha precaucionária, e do nada aparece “O Touro
Enraivecido”, “I’me the boss! I’me the boss! I’me the boss!...” e entra
de novo o Eusébio, a farsa do Império multiracial a preto e branco agora
em 2014 em directo e a cores: “O facto de não ser colocado num jazigo e
ir para a terra, digamos assim, poderá estar de alguma forma ligado à
cultura africana?”
Ora ai está uma pergunta que nada tem de
pseudo-intelectual, nem sequer de intelectual, é mesmo só muito estúpida
(sai um Livro do Génesis e mais um whisky por favor), e o mesmo Eusébio
que levou com o Estado Novo leva com a imprensa livre e o Estado
democrático, pão e circo, os Romanos estavam fartos de saber, isto já
está tudo inventado, e também tudo ligado, a língua a inconseguir-se,
sobra-nos o Eusébio e já não nos sobra o Eusébio, tudo a bajular o
homem, tu dá-lhes baile, tu dá-lhes baile que não foste homem de letras
mas para isso esteve cá o O’Neill a chamar-te “tragalhadanças”.
Quanto à segunda figura do Estado, pois que te faça uma saúde que talvez
lhe baixe o nível frustacional. Que tu descanses e eles inconsigam é o
que eu desejo.
ahahahahah...muito bom Ana Cristina Leonardo!
ResponderEliminarE cá vamos metrologicamente vivendo.
que eles inconsigam pelos séculos dos seculorum, ámen.
ResponderEliminarBrilhante.
Bem mais brilhante que toda a brilhantina do mundo.
PANTEÃO faz-me lembrar assim a modos que
ResponderEliminarCOISA DE PANTANAS, sei lá
Pantagruel não, não tem nada a ver
se fosse PANTACRUEL
sobre a matéria tenho isto
ResponderEliminarestou mesmo a abusar - prometo não chatear muito
EUSÉBIO
de tanta idolatria
por EUSÉBIO
já dou comigo
a pensar nisto
em que Club
do Oriente Médio
terá jogado
há dois mil anos
JESUS CRISTO