22/10/10

Há vida para além do deficit: ontem fui ouvir Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço está velho. Naturalmente. Estava também um pouco cansado, como confessou, com chiste, no final.
A sala estava cheia, mesmo se pequena. Cheia e silenciosa, porque a voz de Eduardo Lourenço fala agora mais baixo.
Lourenço falava a propósito do novo livro do ensaísta e tradutor João Barrento, acabado de publicar pela Assírio & Alvim: O Género Intranquilo, Anatomia do Ensaio e do Fragmento.
O autor de Heterodoxia preferiu dissertar sobre coisas antigas que não interessam nada. Entre elas, Montaigne, o inventor do género. E falando sobre coisas antigas que não interessam nada, deu aos presentes uma lição de sabedoria, elegância, humor e simplicidade. Às vezes estas coisas andam juntas. E também gostei que não citasse Adorno nem referisse a comédia do orçamento.

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