
Entre as coisas mais sinistras que a obrigaram a dizer está isto [dirigido ao seu advogado]: Porque tornou público o meu caso? Porque atentou contra a minha reputação e dignidade? Nem todos os meus familiares e amigos sabiam que estava presa. Porque me fez isto?
Teme-se que o aparecimento público de Sakineh prenuncie a sua execução eminente.
Por isso, embora assinar uma petição contra a barbárie seja o mesmo que oferecer pérolas a porcos, se ainda não a assinou (o link está aí ao lado) faça-o. Se já assinou, use agora o seu apelido do meio [quando uma pessoa está prestes a ser morta à pedrada, eu, pela parte que me toca, estou-me a borrifar para a minha honestidade (e, no limite, para a inocência dela)].
"Alguns meios de comunicação relataram o drama de Sakineh Ashtiani, uma iraniana que, acusada de adultério, incorre na pena de lapidação.O jornal El País explicava em que consiste a pena, descrita em vários artigos do Código Penal Iraniano. Dispenso-me de transcrever essa barbaridade medieval embora pense que os iluminados relativistas de esquerda e de direita os deviam ter como leitura obrigatória e castigo da distracção estival. Seja como for: a lapidação é uma forma abjecta de tortura e morte e a penalização do adultério das mulheres uma marca do atraso das sociedades em que o islamismo é religião oficial. A vigilância da sexualidade das mulheres e o seu sequestro doméstico é uma das facetas da negação dos direitos das mulheres pelo Islão contemporâneo. A demissão dos políticos e dos intelectuais dos países islâmicos deste combate civilizacional e o medo ou o silêncio cúmplice dos ocidentais são dois aspectos da mesma questão, que assombra os nossos dias. Neste momento uma mulher cujo nome conhecemos e outras, anónimas, podem ser “enterrada(s) até acima dos seios” (art 102) e apedrejadas “com pedras que não podem tão grandes que matem ao primeiro golpe, nem tão pequenas que não possam ser chamadas de pedras” (art 104)."
Cara Ana Leonardo,
ResponderEliminarObrigado. Já assinei a petição e farei link para este post no próximo Leituras Cruzadas lá no A Nossa Candeia.
Abraço.
Ana Paula, ao menos que se assine. um abraço
ResponderEliminarJá lá está, Ana... com o devido apelo à assinatura :)
ResponderEliminarAbraço.
Assino pois, essas pedras não são as minhas!
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