17/03/10

Parábola budista a propósito de Sócrates ter tomates [até, ao que parece, quando lhe trocam o nome]

Li este conto zen há muitos anos. Num livro de entrevistas a Marguerite Yourcenar. Seria mais ou menos assim.
Um monge que vivia retirado do mundo conseguira, após uma vida inteiramente dedicada à Meditação, caminhar sobre as águas. Um dia, passeando-se pela floresta à beira rio, encontrou Buda.
― Mestre! Mestre! ― gritou o monge para o Iluminado ― Ao fim de tanto tempo seguindo os teus ensinamentos, jejuando, castigando o corpo, negando as paixões, pois vê do que sou capaz.
E atravessou o rio para a outra margem sem sequer molhar os sapatos. No regresso, Buda perguntou-lhe:
― Quanto tempo demoraste a conseguir caminhar assim sobre as águas?
― Uma vida inteira. Cerca de quarenta anos.
― E porque gastaste tu quarenta anos numa coisa que, de barco, te demoraria nem cinco minutos?

Lembro-me sempre desta história quando me falam indiscriminadamente de coragem. E a muitos tenho ouvido falar da "coragem" de Sócrates perante "tantos ataques" [agora, até lhe trocaram o nome]. Pois bem. Eu cá, na minha opinião pessoal, acho que quem tem coragem devia ir para bombeiro. Isso sim, é admirável.

10 comentários:

  1. No caso de Sócrates não é tanto uma questão de coragem. É mais uma questão de Lata, mesmo.

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  2. Ele não tem é um pingo de vergonha na cara. Nunca apareceu disto neste país, estou perplexa.
    Bjs

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  3. Cum caneco, ouvir para crer. Não conspurques, com a tua inocente sugestão, as humanitárias associações de bombeiros.

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  4. Lourdes Féria??? A própria, e genuína, a inconfundível? Que é feito de ti, rapariga? Ainda ontem falámos (BEM) de ti, o VST e eu.
    Se não for, peço desculpa pela «intimidade»

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  5. fallorca, é a lourdinhas mesmo; já lhe deixei um aviso a dizer que perguntaste por ela
    http://withbubbles.blogspot.com/

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  6. Olá Jojó Falorca
    Sou mesmo eu. Já falei com o VST e ele deu-me o teu contacto. Vou ligar-te para uma sessão de má língua. A Cristina está muito bem em no seu papel de mediadora.

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  7. Jojó Falorca
    Sou eu mesma. Falei com o VST e ele deu-me o teu contacto. Vou mesmo ligar-te para uma sessão de má língua. Só a má língua é revolucionária. Obrigada Cristina.

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  8. Desculpa lá. Sou a Lourdes Féria, saíu-me um "anónimo" sem querer

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