
Ao primeiro cliente da Pastelaria que o conseguir decifrar, serão oferecidos três alqueires de bolas de berlim.
Quanto a mim, vou antes dedicar-me ao Teorema de Gödel. Talvez tenha mais hipóteses.
«O escritório de advogados inglês Decherts 'ilibou' Charles Smith de qualquer ligação a actos de corrupção praticados em Portugal para o licenciamento do Freeport. Os advogados visionaram o vídeo (divulgado na passada sexta-feira pela TVI) feito por Alan Perkins, ex-administrador do Freeport, fizeram cruzamentos de transferências de dinheiro e ouviram testemunhas. A conclusão foi de que, quando muito, Charles Smith estaria a tentar 'sacar' mais dinheiro do Freeport pela consultadoria prestada, inventando a história dos subornos.
Os advogados da Decherts, que foram chamados pela Freeport para investigar o conteúdo do vídeo onde Charles Smith aparece a falar de subornos, realçam ainda que Alan Perkins gravou o vídeo em Março de 2006, mas só o apresentou à administração em Janeiro de 2007, numa altura em que estava a negociar a sua saída da empresa. O relatório final da investigação foi depois entregue à administração da Carlyle que, em Abril de 2007, tinha em curso uma OPA à Freeport.
A Decherts analisou todas as transferências de dinheiro de Inglaterra para Portugal. Em Alcochete, uma técnica de contabilidade fez o mesmo. Não foi encontrado nada de anormal que pudesse sustentar as palavras de Charles Smith quanto a pagamentos de subornos a José Sócrates.
Em Julho de 2007, quando foi interrogado pela polícia inglesa, Charles Smith foi confrontado com alguns e-mails que agora surgem no processo português. As audições em Londres foram presididas pelos polícias Roger Cook e Paul Farley que chegaram a confrontar o empresário com a notícia do jornal O Independente de Fevereiro de 2005 que dava conta do início do processo Freeport.
Segundo documentos a que o DN teve acesso, terá sido em Inglaterra que Charles Smith contou, pela primeira vez, a história de que o escritório de advogados Antunes Marques Oliveira Ramos Gandarez & Associados tinha preparado uma proposta, a 4 de Dezembro de 2001, no sentido de pedir à empresa Freeport cerca de quatro milhões de libras para que o projecto em Portugal fosse aprovado. Smith terá indicado o nome de dois cidadãos ingleses, residentes em Portugal, com quem, em 2001, terá conversado sobre o assunto. Keith Payne e Roger Abraham já foram ouvidos pelos ingleses, mas até ao fecho desta edição, não foi possível apurar se foram inquiridos em Portugal.
Aliás, terá sido após a conversa com Charles Smith que o inglês Keith Payne escreveu uma carta a Rick Dattani - na altura financeiro da Freeport em Inglaterra, e um dos nomes que consta da Carta Rogatória. Por sua vez, Dattani terá enviado, a 17 de Dezembro de 2001, a Jonathan Rawnsley, administrador da Freeport, uma nota, referindo-se a Keith Payne como o "tipo que me alertou para o suborno de dois milhões". Esta é a única informação que vem nos documentos ingleses, mas nas recentes inquirições os advogados José Francisco Gandarez, Albertino Antunes e Alexandre Oliveira terão negado ter feito tal proposta.
Entretanto, uma expressão, "No way Jose", que consta de um documento apreendido na empresa Smith&Pedro intrigou os investigadores portugueses do caso Freeport que, durantes os três dias de interrogatório, questionaram Charles Smith sobre quem era o tal José. Seria Sócrates, por exemplo? A tradutora da Polícia Judiciária traduziu à letra um documento manuscrito do empresário que terminava daquela forma. Só no interrogatório é que perceberam de quem é que se tratava: uma expressão idiomática em inglês que quer dizer "nem pensar".
Apesar de a Procuradoria-Geral ter garantido, há meses, que José Sócrates não era suspeito no caso Freeport, nos interrogatórios, Manuel Pedro e Charles Smith foram confrontados várias vezes com suspeitas relacionadas com o "não suspeito". Questionada pelo DN sobre esta situação, a PGR recusou prestar esclarecimentos, invocando o segredo de justiça.»
Os advogados da Decherts, que foram chamados pela Freeport para investigar o conteúdo do vídeo onde Charles Smith aparece a falar de subornos, realçam ainda que Alan Perkins gravou o vídeo em Março de 2006, mas só o apresentou à administração em Janeiro de 2007, numa altura em que estava a negociar a sua saída da empresa. O relatório final da investigação foi depois entregue à administração da Carlyle que, em Abril de 2007, tinha em curso uma OPA à Freeport.
A Decherts analisou todas as transferências de dinheiro de Inglaterra para Portugal. Em Alcochete, uma técnica de contabilidade fez o mesmo. Não foi encontrado nada de anormal que pudesse sustentar as palavras de Charles Smith quanto a pagamentos de subornos a José Sócrates.
Em Julho de 2007, quando foi interrogado pela polícia inglesa, Charles Smith foi confrontado com alguns e-mails que agora surgem no processo português. As audições em Londres foram presididas pelos polícias Roger Cook e Paul Farley que chegaram a confrontar o empresário com a notícia do jornal O Independente de Fevereiro de 2005 que dava conta do início do processo Freeport.
Segundo documentos a que o DN teve acesso, terá sido em Inglaterra que Charles Smith contou, pela primeira vez, a história de que o escritório de advogados Antunes Marques Oliveira Ramos Gandarez & Associados tinha preparado uma proposta, a 4 de Dezembro de 2001, no sentido de pedir à empresa Freeport cerca de quatro milhões de libras para que o projecto em Portugal fosse aprovado. Smith terá indicado o nome de dois cidadãos ingleses, residentes em Portugal, com quem, em 2001, terá conversado sobre o assunto. Keith Payne e Roger Abraham já foram ouvidos pelos ingleses, mas até ao fecho desta edição, não foi possível apurar se foram inquiridos em Portugal.
Aliás, terá sido após a conversa com Charles Smith que o inglês Keith Payne escreveu uma carta a Rick Dattani - na altura financeiro da Freeport em Inglaterra, e um dos nomes que consta da Carta Rogatória. Por sua vez, Dattani terá enviado, a 17 de Dezembro de 2001, a Jonathan Rawnsley, administrador da Freeport, uma nota, referindo-se a Keith Payne como o "tipo que me alertou para o suborno de dois milhões". Esta é a única informação que vem nos documentos ingleses, mas nas recentes inquirições os advogados José Francisco Gandarez, Albertino Antunes e Alexandre Oliveira terão negado ter feito tal proposta.
Entretanto, uma expressão, "No way Jose", que consta de um documento apreendido na empresa Smith&Pedro intrigou os investigadores portugueses do caso Freeport que, durantes os três dias de interrogatório, questionaram Charles Smith sobre quem era o tal José. Seria Sócrates, por exemplo? A tradutora da Polícia Judiciária traduziu à letra um documento manuscrito do empresário que terminava daquela forma. Só no interrogatório é que perceberam de quem é que se tratava: uma expressão idiomática em inglês que quer dizer "nem pensar".
Apesar de a Procuradoria-Geral ter garantido, há meses, que José Sócrates não era suspeito no caso Freeport, nos interrogatórios, Manuel Pedro e Charles Smith foram confrontados várias vezes com suspeitas relacionadas com o "não suspeito". Questionada pelo DN sobre esta situação, a PGR recusou prestar esclarecimentos, invocando o segredo de justiça.»
ahahah.
ResponderEliminarLi 3 vezes e não percebo nada. não percebo nada. essa ideia nova de pôr palavras entre aspas ('ilibou') é maravilhosa.
LOL e mais LOL!!
ResponderEliminarã? Como? Onde? Quem? Decifrar isto? No way hôsei!
Teorema? O das proposições indecidíveis que nao podem ser provados verdadeiros ou falsos em um dado sistema axiomático!?
Três alqueires de bolas de berlim (com recheio e tudo)! Entregues ao domicílio?
Alguém que me ilumine!
Será impressão minha, ou o DN refere-se a um escritório de advogados como se de uma genuína e legítima equipa de investigação se tratasse, esquecendo que tal escritório é tudo menos parcial? Será também impressão minha, ou o DN, tal como a RTP, está transformado num departamento de comunicação do Governo? Há pouco tempo, num post aqui na Pastelaria, a Ana referiu que não via qualquer estação de televisão, o que me pareceu, dada a sensatez do comportamento, um exemplo a seguir. Parece-me que está na altura de deixarmos de ler a imprensa escrita, incluindo a do Governo.
ResponderEliminarQuanto às bolas de Berlim, ainda bem que me lembra. Tenho de ir urgentemente ao Natário, em Viana do Castelo, encher o bandulho!
Bora daí ao Natário, e depois, seguimos para norte e comemos umas belas sandes com batatinhas fritas quentinhas no Pra Lá Caminha!
ResponderEliminarQuanto mais leio mas me confundo.
ResponderEliminarEstou a dieta, cada bola de belim tem 400 e tal categorias.
Acho que se deve aplicar um cut-up burroughsiano ao texto e talvez assim se torne inteligível...
ResponderEliminarDifícil. A única coisa clarano texto inteiro foi justamente aquela que os investigadores demoraram a compreender, ou seja, a velha e boa "no way, jose".
ResponderEliminarNão há alqueires para ninguém!
ResponderEliminarEu percebi!!!
ResponderEliminarO único indício de que José Sócrates estaria envolvido neste escandaloso processo de corrupção está no equívoco de tradução (à la Moreira, permita-me) da expressão "No way, Jose", que, revertida para a sua forma lusitana ("Nem penses, José") apontaria claramente para a participação activa do nosso primeiro-ministro, justificando assim todo o alarido nacional e internacional à volta do processo.
No final, uma grande gargalhada conjunta, com aquele ar de "somos tão estúpidos!", sai tudo para beber uma "pint"/mini (dependendo do país em que decorra a acção) e o caso arquiva-se. Todos vivem felizes para sempre, namoradas inclusive.
Depois envio a minha morada para receber as bolas de berlim, muito obrigado.