Avisto na rua um cão
Digo-lhe: como vais, cão?
Pensa que me responde?
Não? Pois bem, mas ele responde-me
E isso não é da sua conta
Agora quando se vêem pessoas
Que passam sem sequer reparar nos cães
Sentimos vergonha pelos seus pais
E pelos pais dos seus pais
Porque uma tão má educação
É coisa que requer pelo menos... e não estou a ser generoso
Três gerações, com uma sífilis hereditária
Mas, para não vexar ninguém, devo acrescentar
Que um número considerável de cães não fala com
muita frequência
Boris Vian, "Bom-Dia Cão" in Cantilenas em Geleia (tradução de Margarida Vale do Gato, Relógio D'Água, 2004)
* o assunto politicamente correcto de que não falei é este
O politicamente correcto, em certos casos, é rídiculo; este é um deles. Embora, para dizer a verdade, me venham à cabeça expressões mais interessantes para (des)qualificar alguns dos nossos deputados.
ResponderEliminarQue lindo. O "autismo" é um atributo exclusivo dos "doentes autistas"! A seguir é a esquizofrenia...
ResponderEliminarE não é metáfora: eles são, esses senhores deputados, literalmente autistas.
ResponderEliminarNão acho que seja ridículo.
ResponderEliminarO problema está no abuso do uso do termo, na falta de imaginação da generalidade dos nossos políticos.
Aliás, é um pouco redutor pensar/levar a pensar os autistas dessa forma.
De resto, os deputados até podiam começar a utilizar expressões como "obsessivos" (para chamar aos que teimam em gastar o nosso dinheiro em megalomanias), ou "mentirosos compulsivos"...
Se continuarem com as suas políticas arriscam-se a conduzir o país para um estado de "embotamento", ou de loucura total.
Anda tudo demasiado politicamente correcto, de qualquer modo, compreendo mais esta medida do que as directivas da D. Pulquéria.
ResponderEliminarApoiando e enriquecendo o projecto parlamentar:
ResponderEliminarhttp://lishbuna.blogspot.com/2009/04/ou-se-leva-uma-tarefa-ate-ao-fim-ou.html
Ok. Ok.
ResponderEliminarTá certo, é a democracia.
Para alargar o âmbito dos insultos aqui está a minha contribuição.