Veio a Alta-comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, chamar a atenção para o possível agravamento da xenofobia em tempo de crise. Fez muito bem. O que já não consigo perceber é os termos em que o fez.
Num discurso cheio de boas intenções, Rosário Farmhouse deixou cair os motivos para gostar tanto de imigrantes: Sem imigrantes o futuro será bem pior. É graças a eles que vamos conseguindo ter algum equilíbrio demográfico e na balança da segurança social. Mas disse mais, a senhora alta-comissária. Referindo-se directamente aos ingleses, acrescentou: Vamos conseguir demonstrar que somos diferentes e que não vamos fazer aos imigrantes aquilo que actualmente nos estão a fazer no Reino Unido.
Duas perguntas:
a) não devemos ser xenófobos com ninguém, excepto com os malandros dos bifes?
b) que fazer com os imigrantes que não se reproduzam ou que estando, por exemplo, doentes ou no desemprego, emperrem a balança?
Resumindo: há umas senhoras que na sua infinita indulgência me lembram demasiado a Cilinha, a tal que referindo-se à especificidade do colonialismo português e seus pretinhos ainda hoje jura a pés juntos: "Nós [portugueses] éramos fantásticos. Os outros tratavam-nos a chicote, como bichos. A nossa África era completamente diferente. Eles ainda hoje têm saudades".
Num discurso cheio de boas intenções, Rosário Farmhouse deixou cair os motivos para gostar tanto de imigrantes: Sem imigrantes o futuro será bem pior. É graças a eles que vamos conseguindo ter algum equilíbrio demográfico e na balança da segurança social. Mas disse mais, a senhora alta-comissária. Referindo-se directamente aos ingleses, acrescentou: Vamos conseguir demonstrar que somos diferentes e que não vamos fazer aos imigrantes aquilo que actualmente nos estão a fazer no Reino Unido.
Duas perguntas:
a) não devemos ser xenófobos com ninguém, excepto com os malandros dos bifes?
b) que fazer com os imigrantes que não se reproduzam ou que estando, por exemplo, doentes ou no desemprego, emperrem a balança?
Resumindo: há umas senhoras que na sua infinita indulgência me lembram demasiado a Cilinha, a tal que referindo-se à especificidade do colonialismo português e seus pretinhos ainda hoje jura a pés juntos: "Nós [portugueses] éramos fantásticos. Os outros tratavam-nos a chicote, como bichos. A nossa África era completamente diferente. Eles ainda hoje têm saudades".
E a isto também se podia chamar beatice chic e update.
Fugiu-lhe a boca para a verdade!
ResponderEliminarPor acaso, Leopardo, és capaz de estar a ser ligeiramente injusta: durante vários anos - e suponho que ainda se manterá - a Rosário Farmhouse foi responsável por um centro de apoio aos imigrantes, no S. João de Brito, onde eles tinham consultas médicas gratuitas, apoio à legalização e procura de emprego. Era uma iniciativa dos Jesuítas - e já deves ter reparado no desmedido amor que eu tenho por tudo o que cheira a religião - mas funcionava decentemente (a tua homónima, que é tão "beatófila" quanto eu, fez lá voluntariado) e oferecia aquilo que não havia noutros lados.
ResponderEliminarprovavelmente estou a ser (ligeiramente); mas essas declarações, embora piedosas, causam-me urticária. naturalmente, tudo o que é dirigido pelo jesuítas funciona e funciona bem, isso é incontestável. funcionando bem, para um emigrante ser-lhe-á indiferente o que está (ideologicamente) por detrás do apoio que recebe, mas defender a tolerância para com os outros por razões tão pragmáticas (aumento demográfico e descontos na Segurança Social) e falar dos "Ingleses" como se fossem uma categoria à parte... no mínimo é muito infeliz
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