17/10/08

Quando se lêem livros assim, fica-se com saudades de livros assim

I
«O tio de Francis Marion Tarwater estava morto há meio dia apenas quando o rapaz ficou demasiado bêbado para acabar de abrir a sepultura e um negro chamado Buford Munson, que ali viera pedir para lhe encherem um jarro, teve de terminar o serviço e arrastar o cadáver para longe da mesa posta para o pequeno-almoço, à qual se encontrava ainda sentado, de modo a sepultá-lo condignamente e de acordo com os preceitos cristãos, com o sinal do Salvador à cabeceira e terra em cima quanta bastasse para desencorajar os cães de desenterrarem o defunto. Buford aparecera cerca do meio-dia e quando abalou pelo sol-pôr, o rapaz, Tarwater, ainda não regressara do alambique».
Início de O Céu É dos Violentos, Flannery O'Connor, tradução de Luís Coimbra, 2008, Cavalo de Ferro [no original, The violent bear it away]

7 comentários:

  1. realmente bastam 15 linhas para se desejar ler um livro.

    (gosto muito mais desta nova decoração da pastelaria, do que gostava da anterior, muito embora o gosto que aqui me faz sentar e estar seja sempre as bolas de berlim)

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  2. Vou ler para não ficar "com saudades de livros assim", tanto quanto me permitirá o novo visual da pastelaria...

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  3. Livraço.

    Melhoria no décor, sem dúvida. Agora que o anterior faleceu, tenho de confessar que não gostava lá muito dele...

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  4. Flannery legisla!

    Belo look :)

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  5. obrigada a todos, mas como vêm a mudança era apenas um ensaio. por enquanto ficamos assim. mas ainda vou aprender por aí umas coisas para desenhar o blogue mesmo à minha maneira.
    quanto ao livraço, pois é... é mesmo um livraço!

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  6. Nota: definitivamente ler Flannery O'Connor asap.

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