26/09/08

Voltando à vaca fria: porque não tenho nada contra computadores mas tenho tudo contra a estupidez e a propaganda

Como ainda não está tudo parvo, há quem se informe. Fui parar a esta notícia via João Lisboa do blogue Provas de Contacto, que pode ser lida na íntegra aqui. Inclui a conclusão de um relatório do ano passado que concluiu isto:
LAST MONTH (Abril de 2007), THE UNITED STATES DEPARTMENT OF EDUCATION RELEASED A STUDY SHOWING NO DIFFERENCE IN ACADEMIC ACHIEVEMENT BETWEEN STUDENTS WHO USED EDUCATIONAL SOFTWARE PROGRAMS FOR MATH AND READING AND THOSE WHO DID NOT

Com o «projecto Magalhães», a INTEL, perdão, Portugal passou do «orgulhosamente sós» ao «orgulhosamente sós no comando da linha da frente».
E, vá-se lá saber porquê, esta histeria salvífica faz-me lembrar aquela coisa da «gramática com árvores» (como os alunos sabiamente apelidavam a gramática generativa), cuja mais-valia em relação aos tradicionais sujeito, predicado e complemento directo, e outra nomenclatura passadista, foi pôr as crianças a engasgarem-se com palavrões como «sintagma preposicional», e a deixarem de saber escrever frases com princípio, meio e fim.

16 comentários:

  1. Ah um estudo americano, é sinónimo de qualidade, de reverência até. Nada de críticas negativas. Estou a ser muito sincero. Quando vejo algo com a qualidade U.S.A. páro e leio com muita atenção.

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  2. Ah um estudo americano, é sinónimo de qualidade, de reverência até

    Não. Um estudo americano é um estudo americano.

    Quando vejo algo com a qualidade U.S.A. páro e leio
    Faz muito bem. Eu quando vejo algo com qualidade (em geral) páro e leio

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  3. os estudos existem para fundamentar as nossas opiniões, esteja certas ou erradas. A "ciência" faz-nos dormir mais descansados.

    Eu não tenho nada a ver, nem com o Sócrates, nem com a Ferreira Leite, mas qual é a diferença entre propaganda e não propaganda em política?

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  4. os estudos existem para fundamentar as nossas opiniões, esteja certas ou erradas

    Com um estudo tão definitivo como esse não vale a pena argumentar: a rã nunca saltará porque é surda

    qual é a diferença entre propaganda e não propaganda em política
    exactamente a mesma que entre propaganda e não-propaganda tout court

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  5. Os estudos servem para confortar a alma. Com certeza que exite um estudo, também americano, que contradiz este estudo americano. As pessoas pegam na conclusão mais perto do seu ser, mais familiar diria Nietzsche, e ficam com matéria "científica" para fundamentar opiniões.

    É bom saber que a política voltou à polis grega. A cidade e a governação da cidade são a mesma coisa. Não tinha reparado nisso. Quando é que sucedeu? Ai que o livro do Marques Mendes já está a dar frutos!

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  6. O tal "estudo americano" não é "um estudo americano". É o estudo do equivalente, nos EUA, ao Ministério da Educação, o State Department of Education. Que, durante SETE ANOS, lançou o projecto, acompanhou-o, avaliou-o e, após esses SETE ANOS, retirou as conclusões. Não são, obviamente, as sagradas escrituras mas parece-me que merecem, pelo menos, ser lidas e discutidas - lá a experiência já foi ensaiada - e tomadas em consideração.

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  7. Muito bem!

    A graça da evocação não tira verdade à conclusão mas! terá tido alguma utilidade a gramática generativa, na medida em que terá posto muita gente (teria...!) a pensar a língua.

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  8. O problema da gramática generativa é que é uma coisa para linguístas, não para putos de 10 anos aprenderem a decifrar gramaticalmente uma frase. Nem mesmo com o recurso a bonecos, no caso, árvores

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  9. É tão bom sentir-me algures, chamem-me os nomes que chamarem. Até pode ser "rã"... Sun Ra, tb não era nada má ideia

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  10. Ainda no outro dia estive a conversar com vítimas da gramática generativa e suas frondosas árvores... e de como o Chomski, ao ter sabido como as inocentes criancinhas, por cá, eram obigadas a trepar às "árvores", arregalou os olhos, perplexo.

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  11. «Muitas pessoas têm uma árvore plantada na cabeça, mas o próprio cérebro é muito mais uma erva do que uma árvore.»

    Xeleuze-Muattari

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  12. Erva sim. Mas acho que se referem mais à erva daninha do que à erva de fumar.

    Esse livro - Mille Plateaux - foi recentemente traduzido na assírio ("Mil Planaltos" erm...).Só tenho o livro em franciú e uns pdfs em inglês e português do brasil...

    Aliás, a propósito das árvores, eles cascam no Chomsky logo na abertura do livro, no célebre rizoma...

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  13. Mas qual State Department Of Education, ou antes, de qual estado? São tantos, João Lisboa e Ana Cristina... Talvez o João Lisboa quisesse referir-se ao U.S. Department of Education e uma vez aí encontro um estudo sobre este assunto mas que, para variar, não tem nada de nada a ver com o que aparece no jornal nem com o que o João Lisboa afirma. Que confusão!

    Joana Abelho

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