Feira do livro: o ritual do autógrafo
Sou uma pessoa antiga. Fui à Feira do Livro de Lisboa, por onde gosto de passear há anos. Não encontrei quase nenhumas pechinchas, a não ser em alguns (poucos) stands de editoras que, ao livro do dia e ao desconto oficial, acrescentam uma zona de saldos. Encontrei, porém, muitos escritores, acomodados em cadeiras e mesas de plástico, protegidos à sombra de chapéus de sol, perfilados à espera de clientes, perdão, de leitores. Cumpriam o ritual do autógrafo. Lembraram-me os feirantes das barracas de tiro da antiga Feira Popular. E, como usei agora mesmo a palavra perfilados, lembrei-me do poema do O'Neill: «Aventureiros já sem aventura,/perfilados de medo combatemos/irónicos fantasmas à procura/do que não fomos, do que não seremos.» Era triste. Apesar das pechinchas que, ainda assim, trouxe para casa.
Disse bem clientes. Money. de preferência em cash, porque os multibancos nem sempre funcionaram
ResponderEliminar